052.

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VINNIE HACKER

— Elena...

— Elena nada! — Me interrompeu. — Michael disse que os caras quais infernizaram sua vida antes de morrer, te conheciam! — Gritou. — Ele deixou até a porra do teste de DNA! — Se agachou e pegou em suas mãos trêmulas o papel, mostrando para mim.

— Eu ia te contar, só não sabia como e quando.

— Tem certeza que iria me contar? — Pergunta, e eu fico em silêncio. — Você não me conta porra nenhuma da sua vida. A verdade é que eu não sei nada sobre você!

— Você é a pessoa que mais me conhece, Elena — retruquei, com o tom de voz firme.

— Não parece. Se você simplesmente não me contou que o cara que eu sempre achei que fosse meu pai, não era, quem dirá como você entrou nessa — ela andava de um lado para o outro, visivelmente nervosa.

E eu estava tentando não ficar nervoso também.

— Me conta como você descobriu isso, Vinnie.

— As cartas chegaram em casa, dizendo coisas sobre Michael e testes, afirmando que você não era filha dele — expliquei o pouco que eu sabia.

— Só isso?

— Só, Elena. Só isso.

— Não acredito em você — disse ríspida.

— Mas eu tô falando a verdade.

Logo sua expressão mudou, e ela me olhou com mais raiva ainda em seus olhos.

— Aquele dia da praia, o dia que meu irmão foi espancado, o Austin antes de sair disse que estávamos confiando em pessoas erradas.

— E o que eu tenho a ver com isso? — Perguntei sem pensar.

— Você ficou nervoso depois que eu disse o nome do Austin — ela ainda me olhava com os olhos curiosos.

Ligando os pontos.

— Você conhecia o Austin, Vinnie?

— Não — respondi rápido.

— Me fala, Vincent!

— Não, caralho! Eu não conhecia ninguém! — Gritei, perdendo minha pouca paciência que restava.

— Você é um mentiroso filho da puta! — Gritou mais alto ainda. — O dia que ele morreu, falaram seu nome lá. Eu lembro! Para de mentir, porra! — Ela me empurrou pelo peito e quando foi empurrar mais uma vez, segurei seus pulsos contra meu corpo.

— Elena, calma — pedi baixo, ainda segurando seus pulsos.

— Me solta, Vinnie. Seu mentiroso! — Cuspiu as palavras na minha cara, fazendo-me engolir em seco.

— Eu e Austin éramos da mesma gangue — comecei, mas fui interrompido logo em seguida.

— Você mentiu esse tempo todo pra mim! Que ódio de você, Vinnie! Eu te odeio! — Aquelas palravas atingiram com força o meu coração, e eu pensei muito antes de continuar.

— Se acalma, cacete! — A agarrei em meus braços e disse com a voz firme perto do seu rosto, tentando não demonstrar o quão me deixou mal ela dizer que me odiava. — Eu e Austin nunca nos demos bem, e depois que a filha dele morreu, colocou uma parcela de culpa em mim, o que fez eu estar trabalhando por obrigação com ele — enquanto contava, Elena me olhava com desgosto, visivelmente magoada com seus olhos cheios de lágrimas.

Eu a prometi que não ia mais fazê-la chorar.

— Eu descobri que ele queria matar o Kevin por causa de dinheiro, não só ele como queria te colocar no meio. E eu não podia deixar isso acontecer. Então dei os cem mil que ele queria, mas o mesmo não pegou — ela não esperou eu terminar de contar, abaixou a cabeça no mesmo instante e começou a chorar.

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