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VINNIE HACKER

FLASHBACK ON

Olhei mais uma vez meu celular e não deixei de perceber que havia mais de cinco mensagens da mesma pessoa. Collin.

Ele estava desesperado para falar comigo.

Peguei meu celular e deslizei meu dedo sobre a tela, retornando uma de onze ligações. Que no segundo toque, atendeu.

— Achei que ia me ignorar pra sempre — disse assim que a chamada começou.

— Eu tenho mais o que fazer, Collin. Não posso simplesmente largar tudo e ir te encontrar a hora que quiser.

— Que seja — retrucou. — E hoje? Você pode vir até o bar para podermos conversar? — Perguntou e eu revirei os olhos.

— Posso, Collin — disse em um suspiro.

— Ótimo. Vou te passar o endereço e você venha rápido — disse antes de desligar a chamada.

Ainda com o celular na orelha, suspirei fundo e fechei os olhos fortemente, me arrependendo mentalmente por ter dito que eu iria.

(...)

Tirei meu capacete e o deixei em cima da moto. Não liguei, pois o bar era aberto e eu ficaria de olho nela o tempo inteiro.

Assim que passei pelas portas de vidro vi Collin sentado no fundo do bar. E quando o mesmo me viu, levantou uma latinha de cerveja e fez um gesto com sua cabeça.

— Achei que não ia vir — disse assim que me sentei na cadeira à sua frente.

— Diz logo, eu não tenho tanto tempo.

— Não vai querer comer ou beber nada?

— Tô de boa, Collin. Valeu — encostei meu corpo por completo no banco e continuei olhando em seus olhos verdes, esperando que ele dissesse logo o que tanto queria comigo.

— Eu terminei um namoro recentemente... mas sabe, não foi um término simples.

— E o que eu tenho a ver com sua vida amorosa, cara?

— A vagabunda me traiu e ainda roubou meu dinheiro — ignorou totalmente o que eu disse, e quando escutei o motivo de seu "término que não foi simples", ergui as sobrancelhas. — Ela tirou uma boa grana minha, Vinnie. Você não tá ligado o quão ladra e puta, ela é — riu baixo, colocando as mãos sobre a mesa. — Ela fugiu com meu dinheiro para sei lá onde é aquele fim de mundo que morava, e agora vai vir pra Seattle. Mas como eu tô indo embora por causa do meu intercâmbio, não vou ter a chance de me vingar.

Ele contava sua história com ânsia, como se tivesse nojo do que passou.

— E agora eu quero que você tire algo dela.

— O que seria?

— O irmão dela — me contrai quando ele disse isso. — Você vai se aproximar dela e do irmão, depois, matá-lo. É a única coisa que ela tem, pois a puta é pobre.

— Não vou fazer isso, Collin. Não faço esse tipo de coisa com pessoas inocentes.

— Ah, você vai sim. Você sabe como matar alguém ou apunhalar pelas costas, seria só mais um trabalho facinho pra você — cruzei os braços e fitei a mesa laranja antes de olhar para ele novamente.

— O que ela fez foi tão ruim assim pra você querer que eu mate o irmão dela?

— Foi. Foi ruim pra caralho. Ela me traiu, ainda — ele percebeu que eu não estava nada convencido, então disse: — Eu conheço o dono de uma das melhores gravadoras de Los Angeles, se fazer isso, eu te arrumo um lugar lá — e antes que eu pudesse perceber, ele colocou sobre a mesa mil dólares, dando um sorriso para mim. — Isso é só a gorjeta para que você faça o que eu estou te pedindo.

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