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Rick e Carl haviam saído do carro e se instalaram na floresta, ainda nao acharam nenhum lugar para passar a noite e os walk talks já estavam sem pilhas.

O mais novo sentia uma dor insuportável no corpo, sempre que se mexia soltava um "ai" sem perceber. Rick era o que estava melhor. Quase não sentia dor.

— A gente tá ferrado né pai?

— Não pense assim, vamos só descansar um pouco e depois vamos voltar pra casa.

[...]

Já era de manhã, Carl foi o primeiro a acordar, bem não o primeiro, já que seu pai ficou de guarda.

— poderíamos ter trocado os horários. Bestão.

— Eu estou bem, não se preocupe!

Passos pesados foram ouvidos e Rick se levantou apontando sua faca, já que armas eram o que mais faltava para os Alexandrinos.

Eram passos de cavalos, o mais velho sabia bem diferenciar os sons. Carl se levantou com dificuldade e apoiou-se na árvore atrás de si.

— Olha só! Bom dia para vocês!

— Cole?

— Vivinho da Silva!

O ruivo sai de cima do animal e vai até Rick.

— Vocês morreram e esqueceram de cair?

— Acidente de carro.

— Acho que sou um anjo na vida de vocês! Posso levá-los para o Reino, eu levo um pouco de jeito na medicina.

Rick sorriu internamente.

O ruivo e o mais velho pegaram Carl pelos braços e o colocaram na égua.

— Ela vai conseguir carregar nós três?

— Até mais um!

A viagem foi um pouco longa, chegaram por volta das 14:00 da tarde. O sol estava forte e Ophelia quase caindo de cansaço.

Assim que os grandes portões foram abertos, Rei Ezequiel correu ao ver Rick e Carl juntos de Cole. O homem os ajudou a descer e a levá-los para a enfermaria.

— Mas que desastre! Sorte que não foi nada muito grave.

— Muita sorte mesmo, mas.. ele está bem mesmo?

— Pai eu tô legal, relaxa!

— Ele está bem sim Rick, não quebrou nada, está apenas dolorido. É normal. Claro, houve alguns cortes, mas não precisam de pontos.

— Vocês precisam descansar, melhor passarem a noite aqui.

— Isso é muito gentil de sua parte Rei Ezequiel, mas não podemos. Temos que voltar para Alexandria o mais rápido possível.

— Desse jeito?! Eu sei que estão bem, mas é melhor prevenir do que remediar, e também tenho certeza de que tudo está bem na casa de vocês.

— Eles são fortes, mas o que me preocupa é um ataque supresa daquele maluco! O walk talk de vocês tem pilhas?

— claro, bem aqui!

O negro entregou o aparelho para o Alexandrino, que sorriu em forma de agradecimento.

— Daryl, está aí? —Após alguns chiados, a voz clara e rude do Dixon pode ser ouvida.

— Cara que baita susto! Não deram nenhum sinal de vida.

— Calma Daryl, eu e o Carl estamos bem, porém vamos passar a noite no Reino.

— Podemos ir aí logo pela manhã, já aproveitamos e damos mais uma olhada no plano.

— Ótima idéia, comunique todos.

— Pode deixar. E mano, se cuida, e o moleque também. A Layla tá quem nem uma doida aqui.

Rick ri balançando sua cabeça para os lados.

— Eu imagino que esteja. Se cuidem também, por favor.

— Até irmão!

— Até!

Alexandria

— Daryl, conseguiu alguma coisa?

— Acabei de falar com eles e..

— O QUE?! POR QUE DIABOS VOCÊ NAO ME CHAMOU?

— Eita menina calma! Eles estão bem!

— Tá mas o que tinha acontecido??

— Acidente de carro. Cole resgatou os dois.

— Santo Cole, amém! Menino abençoado!!

— Amanhã todos nós vamos para lá, me ajude a avisar os outros.

Os dois saíram da casa da cor branca e fizeram o comunicado. Já estava tarde e a lua brilhava lindamente, agora, todos em suas respectivas casas, dormindo no chão, ah, como um colchão pode fazer tanta falta?

Layla estava sem sono, até pensou em dar uma volta fora dos muros, mas arregou. Ficou com medo. Espera. Medo?! Layla Greene nunca ficava com medo!

Mas... não eram os zumbis que a assustavam. Eram os humanos. Especificamente, os salvadores. Ela estava com medo do seu próprio pai aparecer e a matar. Golpe rápido. Pá-bum. Ninguém iria descobrir. Seu corpo seria levado para os mortos comerem e se deliciarem de sua carne macia e jovem. Só de pensar, Layla já se arrepiava inteirinha.

Será que Negan teria coragem de matar sua própria filha? Sangue de seu sangue? Hm, se bem que isso não importa mais nos dias de hoje. O que importa agora é a sobrevivência.

Mas e o amor? Ele também importa.

Será?! Será que o amor realmente importa hoje em dia? Ela trocou seu pai, sangue do seu sangue, por pessoas que seriam desconhecidas se o apocalipse não tivesse acontecido. E seu pai, ah, o papai enlouqueceu! A ganância tomou conta de seu corpo. A fome do poder o consumiu.

Lay acredita no amor.
Ela acredita no Carl.

Mas e o seu pai?

Ela não sabe.
Ela nem sabe se quer saber.

Ela não sabe de nada.

 𝑮𝒓𝒆𝒆𝒏𝒆 ( 𝑻𝒉𝒆 𝑾𝒂𝒍𝒌𝒊𝒏𝒈 𝒅𝒆𝒂𝒅 )Onde histórias criam vida. Descubra agora