Estava eu, Beth e Maggie na frente de uma pequena lojinha apenas esperando meu pai vir me buscar.
Eu passo quase todos os finais de semana na casa dele, eu o adoro muito! Meu pai é uma das melhores pessoas desse universo.- Ele está atrasado. - Reclama Maggie sem paciência.
Alguns minutos se passaram e escutamos gritos vindo de não muito perto, mas também não muito longe.
Estávamos na cidade, que era muito movimentada.
Tia Beth e eu nos assustamos com um grande estrondo vindo da esquina.- Vamos voltar pra fazenda, entrem no carro! - Fizemos o que Maggie mandou, fiquei um pouco triste, afinal, não vi meu pai.
Mags estava dirigindo rápido e estava bem tensa, o que me deixou mais assustada ainda.
Havia muitas pessoas correndo e carros passando em alta velocidade. Vi umas coisas estranhas, pareciam pessoas, mas era nítido que não eram só pessoas. Elas andavam torto, grunhindo e tinham o rosto e corpo morto, pareciam pessoas mortas. Minha alma quase saiu do corpo quando vejo uma dessas pessoas devorando um garotinho.- Que horror!
- Feche os olhos! - Mandou Beth. A obedeci e senti a mesma pegando em minha mão e o que fiz foi aperta-la forte.
Já tínhamos chegado na fazenda do vô Hershel onde morávamos eu, vovô, Maggie, Beth, Otis e sua esposa Patrícia.
Eu não tenho mãe, ela morreu no meu parto, só a conheço por fotos e somos bem parecidas. Os mesmos olhos, pele, cabelo, tudo igual.- O que aconteceu? Seu pai não veio querida? - Pergunta meu vô. Ele se sentou na sua poltrona e me colocou em seu colo.
- Eu não sei. Ele se atrasou e a cidade está esquisita.
- Esquisita?!
- Aham!
- É, está um caos! As pessoas estão comendo umas as outras. - Tia Maggie pronunciava cada palavra cada vez mais trêmula, nunca tinha visto ela daquele jeito.
- Beth minha filha, ligue a TV pra mim?
- Claro pai! - Ela fez o que o homem pediu e colocou no jornal. A repórter parecia muito assustada e falou tudo o que tínhamos visto na cidade.
- As pessoas devem estar doentes. - Vovô era médico, na verdade, veterinário.
- Doentes?! Pessoas doentes não devoram umas as outras. - Responde Otis um pouco confuso.
[...]
Alguns meses já tinham se passado e aquele acontecimento horrível piorou! Aquela gente esquisita estava por toda a parte, ainda bem que aqui na fazenda é seguro. Otis ia sair para caçar algo, me despedi dele com um abraço apertado e carinhoso.
- Não demora Otis.
- Irei voltar o mais rápido possível! - Ele entra no carro e vai até a floresta, Maggie aparece ao meu lado e se agaixa para ficar em minha altura.
- Quer me ajudar a preparar a janta? Sei que está cedo, mas quanto antes melhor.
- Claro que eu quero tia! Vamos! - Saio correndo para dentro de casa, eu adorava ajudar na comida, me sentia uma chefe de cozinha famosa!
Cortei alguns legumes com cuidado e ajudei a dividir o bife. Estava tudo com um cheiro maravilhoso. Algumas horas depois Otis chega, mas ele não estava sozinho.
- Quem são aquelas pessoas Mags?
- Como?! - Aponto para a janela e minha tia fica confusa com o que vê. Eu, ela e vô Hershel fomos pra fora e vimos que eles carregavam um garoto baleado, ele parecia ter a minha idade. Estava um homem que parecia ser o pai dele e um outro cara que talvez seja um amigo.
- O que aconteceu Otis?
- Seu amigo deu um tiro no meu filho!
- E quem é você?
- Rick Grimes, esse é o Shane e meu filho Carl.
- Bem, entrem rápido! - O tal Rick estava assustado, colocou o garoto na cama de meu vô que começou a examinar o mesmo.
- Como isso aconteceu?
- Eu tinha visto um veado, quando atirei, a bala atravessou o garoto. - Faço uma cara triste. Olho novamente para o pai do garoto que estava chorando em silêncio.
- Você precisa avisar os outros. Principalmente a Lori.
- Quem é essa? - Já até sei de onde tirei minha curiosidades, culpa do vovô.
- Mãe do Carl.
- Eu vou! - Diz Maggie. - Posso ir com um dos cavalos. Apenas me diga onde estão.
- Não é muito longe daqui, uns 3 quilômetros.
- Mags posso ir junto?
- Melhor não querida, é muito perigoso.
- Ok.. - Eu estava com muita vontade de acompanhar minha tia, mas entendi o seu lado.
Um tempo depois Maggie volta com algumas outras pessoas. Na verdade eles eram em número grande. Uma mulher de cabelo comprido e castanho claro entra na casa desesperada e vai até o quarto.
- Carl meu filho!
- Nós vamos cuidar dele e salva- lo, não se preocupe.
- O senhor é médico?
- Ãnh... veterinário. - A moça faz uma expressão um pouco séria.
- Acha que pode salvar ele?
- Acho! E por sorte de vocês, eu já tenho todos os equipamentos necessários. Otis buscou umas semanas atrás. - Lori se acalma com as palavras de meu vô. - Só preciso que saiam do quarto. Quando eu terminar chamo vocês.
Todos fizeram o que vovô mandou. A mãe do garoto se sentou no sofá, fui até a cozinha e peguei um copo de água para ela que parecia bem assustada.
- Aqui, pra você! - Dou um sorriso sem mostrar os dentes que é retribuído.
- Obrigada amorzinho.
- De nada!
Fui para o lado de fora e vi todas as pessoas do grupo de Rick. Observei cada um detalhadamente, cada rosto, feição, tudo. Um deles me olha de volta, um asiático. Parecia ter a idade de Maggie. Sorrio para ele, o que fez o mesmo sorrir também. Ele é bonito. Depois olhei outro que tinha os cabelos lisos e curtos. Cara de sério, fiquei com um pouco de medo dele. Quando ele me viu o observando arregalei os olhos. Ele riu da minha cara e acenou. Era um sério legal.
[...]
Umas horas depois, meu vô diz que já podíamos ir ver o garoto que ainda estava dormindo. Fui até o quarto, pois eu sou muito curiosa e quis conhecer ele. Os pais do menino entraram e ficaram lá um tempão, mas depois saíram para conversar lá fora. Se passou uns minutos e o garotinho acorda, chego bem perto dele e abro um sorriso.
Carl
Abro meus olhos lentamente e a primeira coisa que vejo é uma menina que parecia ter a minha idade. Ela tinha olhos castanhos bem escuros, quase não dava de ser ver a pupila, cabelos bem cacheados e escuros como os olhos e a pele negra. A garotinha também tinha os lábios rosados e um sorriso fofo.
- Oi! Lori!! Rick!! Ele acordou!
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𝑮𝒓𝒆𝒆𝒏𝒆 ( 𝑻𝒉𝒆 𝑾𝒂𝒍𝒌𝒊𝒏𝒈 𝒅𝒆𝒂𝒅 )
General FictionDepois de misteriosamente os mortos voltarem a vida, o mundo se torna um caos, fazendo a vida de uma garotinha e sua família ficar de ponta cabeça. Tudo o que ela queria era uma salvação ou qualquer pontinha de esperança, e ela chega.