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Layla

Quando saí correndo, pude ver Frankie vir atrás de mim, ela pega em meu ombro e suspira cansada por conta da correria.

- Nunca mais corro de salto na minha vida. - Exclama a ruiva tentando recuperar o fôlego.

- Desculpa...

- Não tudo bem, a culpa não é sua. - Nos sentamos no banco que havia ali no corredor e olho para o chão. - Ei, tá tudo bem, você tentou impedi-lo.

- Mas não foi o suficiente.

- Nunca vai ser o suficiente, sabe disso. Seu pai... Ele... você entendeu.

- É, ele é ruim agora. Não tem mais nada que eu possa fazer. - Ficamos caladas por alguns minutos e a mulher resolve quebrar o silêncio para deixar o clima mais leve.

- Não sabia que tinha namorado, danada. - Rio soprado.

- Carl não é meu namorado.

- Ainda. Ele deve gostar muito de você. Já se beijaram?

- Já.

- Viu?! É um começo. Esquece seu pai, pensa no seu grupo. Tenho total certeza que pensar neles vai te deixar mais feliz. - Sorrimos e nos abraçamos.

Carl

Depois desse showzinho que o Negan fez ele vem até mim e diz:

- Mas que merda mais louca, cê deve achar que eu sou um lunático. Vem, vamos descobrir o que fazer com você.

Ele pega em meu ombro e me guia até a sala que estávamos anteriormente, o mesmo se senta e começa a escrever em um caderno enquanto eu observo, mas minha cabeça estava longe, pensando em Layla como sempre.

- Posso cobrir meu rosto agora? - Pergunto angustiado.

- Não, mas não pode mesmo.

- MAS PORQUÊ NÃO? - Aumento meu tom de voz.

- Olha só que garoto! Você não pode por que ainda não terminei com você. E eu gosto de olhar pro seu buraco nojento, radical e animal então ele vai ficar pra fora. - O encaro bravo. - Que? Quer dizer alguma coisa?

- Porque ainda não me matou? Ou o meu pai?

- Seu pai, você viu. Ele já está conseguindo coisas ótimas pra mim, você, por outro lado, bom, nós vamos ver. É mais produtivo submeter você, mais divertido também. Pensa que sou estúpido?

- Penso que somos diferentes.

- Hmmm, é um garoto esperto. O que acha que eu devo fazer? Sabe que eu não posso te deixar ir, então?! Eu mato você? Ponho o ferro na sua cara? Corto seu braço? Me diz aí, o que acha?

- Acho que deve saltar pela janela e me poupar o trabalho de te matar. - Respondo me levantando com raiva.

- Hohoho! Aí está o garoto que me deixou tão impressionado!

- Você não tá dizendo o que vai fazer comigo por que você não vai fazer nada! Se nos conhecesse, se soubesse das coisas, você nos mataria. Mas não pode.

- Talvez tenha razão, talvez eu não possa. - Negan sorri e bate suas mãos. - Vamos dar uma volta garoto, mas primeiro iremos pegar a minha garotinha. - Ele pega Lucille e sai da sala comigo logo atrás.

[...]

Já estávamos dentro do caminhão ao lado de fora esperando Lay aparecer, o que não demorou tanto assim. Ela entrou no veículo e sentou ao meu lado ficando completamente quieta.

Quando chegamos em Alexandria, Negan colocou o caminhão dentro da comunidade e pediu para que os outros Salvadores ficassem no portão para que ninguém tentasse fugir.

- O que ele vai fazer? - Sussurro para minha namorada. Acho que posso chamar ela assim não é?!

- Não faço idéia. Só não faça nada idiota tá legal?!

- Eu nunca faço nada idiota. - A negra revira os olhos e caminha até seu pai, que usa Lucille para bater na porta da casa de Olívia. Olívia?!

A mulher atende e fica assustada quando vê o homem todo sorridente em sua frente. Ele adentra a moradia enquanto assobia.

- Carl me fala...

- Calma relaxa, a gente está bem. - Interrompo-a na intenção de tentar deixá-la mais calma.

- Ótimo, ótimo, ótimo, ÓTIMO!! Cadê o Rick?

- Ah Eu... Só...

- Não enrola, cadê o Rick?

- E-está procurando coisas pra você, como sempre.

- Legal, eu espero.

- Eles estão bem longe, talvez não voltem hoje.

- Tudo bem Oli, não se preocupe! - Diz Layla encarando seu pai com um olhar mortal.

- É Oli, não precisa se preocupar. - Ironiza Negan com aquele sorriso idiota.

Olívia sorri.

- As coisas estão terríveis aqui, estamos quase morrendo de fome.

- Morrendo de fome?! Você?! - Ele aponta para a moça, Lay suspira fundo e fecha os olhos, vou até ela e pego em sua mão. - Com "quase" você quis dizer não mesmo!

A moça faz cara de choro e coloca as mãos no rosto. O pai de Layla se vira pra mim e ri.

- Sério?! Vocês não tem mesmo senso de humor não é mesmo?! Ai.... Ãnh, com licença, como se chama mesmo?

- Olívia!

- Hm, tá, Olívia. Eu sinto muito por ter sido tão rude com você, e parece que eu vou ficar aqui por um tempo agora até o retorno do seu corajoso líder. E acho que não seria uma má ideia eu te comer agora, mas claro, se você quiser e... - Oli não deu chance para Negan terminar de falar e deu um tapa em seu rosto, fazendo com que Layla ao meu lado segurasse o riso. - Eu gosto 50% mais de você agora. Eu só tô dizendo. Tá bom, bem, eu vou por os pés pra cima e esperar as minhas coisas chegarem! Olívia, você seria gentil e nos faria uma limonada?

- Bem eu deveria estar...

- FAÇA! Faça, não se apresse. Faça gostoso.

Layla solta minha mão e tenta ir até as escadas mas eu seguro seu braço e balanço a cabeça negativamente.

- Eu não quero ficar aqui.

- Eu também não, mas seu pai não vai gostar muito do seu sumiço. - A garota abaixa a cabeça e eu pego em seu queixo fazendo -a olhar em meus olhos. Me aproximo mais de seu rosto para colar meus lábios nos dela, porém sou interrompido.

- Carl, o que você estava prestes a fazer? - O olho com raiva.

- Nada.

- Acho bom mesmo moleque!

 𝑮𝒓𝒆𝒆𝒏𝒆 ( 𝑻𝒉𝒆 𝑾𝒂𝒍𝒌𝒊𝒏𝒈 𝒅𝒆𝒂𝒅 )Onde histórias criam vida. Descubra agora