42 - Não De Verdade

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Eu não me lembrava de como havia derrubado todos os soldados no salão

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Eu não me lembrava de como havia derrubado todos os soldados no salão. Só me lembro de fogo, de fumaça, e do som das espadas e dos corpos caindo.

Eu tinha parado e olhado ao redor para saber onde Eiden e Dern estavam, se eu os havia machucado, mas eles não estavam na minha visão. Supus que tivessem saído do palácio. Esperava que tivessem saído, por que não sabia o que faria se eles se colocassem em meu caminho.

Então lentamente eu comecei a subir as escadas para o salão do trono. Eu não estava com pressa, nossos homens já estavam invadindo o palácio por todas as entradas possíveis. Caminhei pelos corredores que eu a tanto havia decorado. Não encontrei nenhum soldado no caminho.

Eu sentia o sangue sobre a minha pele. Não meu, mas de outras pessoas, ele já estava secando. Também tinha muita fuligem. Eu estava um caco, mas só por fora. Por dentro eu ainda poderia enfrentar um exército.

Cheguei ao corredor do salão do trono, estava tudo muito silencioso. Fiz questão de pisar duro no chão para que meus passos ecoassem por todo o local. As portas do salão estavam abertas. Entrei sem muita cerimonia.

- Majestade - Sorri com satisfação - Precisava mesmo ter uma conversa bem de perto com o senhor.

Ele virou o olhar irado para mim. Algo estava errado.

- Você realmente veio coisinha insignificante - Ele grunhiu em minha direção, olhei para onde ele estava olhando antes, e meus olhos encontraram Eiden.

- Benefícios para quem? - Foi apenas uma frase. mas significava muito entre nós.

Senti que me acalmava, eu não perderia meu amigo, ele estava do meu lado mesmo com tudo de ruim que estava acontecendo. Mesmo contra o próprio pai.

- Escolheu o caminho? - Perguntei sem tirar os olhos dele.

Ele estava sujo de sangue, seu rosto, o cabelo loiro, a armadura. Tudo cheio de sangue, sabe-se lá de quantas pessoas. Mas os olhos... Aqueles eram os olhos do meu amigo. Do homem que eu sabia que faria a coisa certa.

- Escolhi - Ele falou vindo em minha direção - Caminha comigo?

Abri um pequeno sorriso. Acalmei-me totalmente. Eu caminharia com ele para onde ele quisesse. Ele finalmente tinha feito sua escolha. E eu estaria com ele assim como ele está comigo.

Viramos os dois para o rei. Eiden deu o primeiro passo. Mas eu não permitiria que ele matasse o próprio pai. Mesmo que o pai dele fosse horrível. Eiden era a esperança. Ele era aquele cujo coração mesmo entre toda a maldade, não havia se contaminado. Ele lutaria por todas as pessoas, sem distinção.

- Eu já carrego muitas vidas - Larguei meu arco ficando apenas com a espada - Deixe que eu carregue mais essa, não vai querer acordar todos os dias e saber que matou seu próprio pai.

Eu mesma às vezes não conseguia aguentar. Como ele, com o coração tão puro poderia suportar matar alguém da própria família, por pior que o pai dele fosse.

Rosellen - Crônicas de Magia e VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora