|Capítulo 22|

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Isabella Walker

Quando acordo na manhã seguinte, Christopher não está mais deitado ao meu lado, estou sozinha esparramada na pequena cama. Não sei que horas ele saiu a noite, ou se a passou aqui. Devo ter adormecido em algum momento enquanto conversávamos.

No meu celular há uma mensagem dele, enviada as 04hrs da manhã, avisando que nós dois havíamos dormido e que quando acordou decidiu que era melhor ir embora, mas não quis me acordar.

Viro de lado na cama e respiro fundo, cada lembrança entrando na minha mente rapidamente, desde o primeiro beijo a noite passada, e como as coisas tendem a serem tão confusas na minha vida.

Quando termino de me vestir e arrumar, as meninas já estão tomando café da manhã na cozinha, Lili perdida em um livro grosso enquanto Alicia tem toda sua atenção na tela do celular, bebericando um xicara de café.

– O que aconteceu para você estar acordada já? É sexta, sempre se atrasa para as aulas nesse dia. – falo para a Alicia assim que me sento na sua frente com um sorriso, me servindo de café também.

– Estava sem sono.

– Você? – a encaro com as sobrancelhas erguidas e até mesmo a Lili desvia a atenção para a amiga, levando a mão até sua testa.

– Você está bem?

– Vocês são duas engraçadinhas, hein? – Alicia resmunga, afastando a mão da Liliane do rosto e desligando o celular.

– É sexta-feira, pare de resmungar, Alicia. – digo antes de pegar um pedaço de torrada.

– Você também nunca acorda feliz assim, Bella. Ta doente também? – Lili pergunta, fechando o livro e o guardando na bolsa pendurada na cadeira.

– Estou normal. – dou de ombros e Alicia aperta os lábios.

– Sabe, acho que a gente podia ficar em casa hoje. – ela diz minutos depois, quando a encaramos, morde um lábio e desvia o olhar – Vai chover e provavelmente não vamos perder nada importante.

– Que chuva, Alicia? – Lili pergunta expiando a janela a frente, onde o sol entra.

– O que aconteceu? Está realmente doente? – pergunto franzindo o cenho.

– Quer mesmo ir hoje, Bella?

– E por que eu não iria? – pergunto confusa com todas as perguntas e atitudes estranhas.

– Ah. – ela da de ombros e volta a beber o café, quando continuamos a encarar, ela volta a falar – Ontem teve o jogo e a maioria está cansado e nem vai para a aula, achei que você poderia estar cansada e ficar em casa também. Mas se você diz que está b...

– Por que eu estaria cansada? – digo a cortando e ela suspira alto, deixando as coisas de lado e se levantando.

– Tudo bem. Esquece. – ela diz quando começa a recolher as coisas da mesa e a guarda.

Nem eu e nem Lili conseguimos entender toda a situação, mas deixamos quieto, apesar de as palavras e atitudes ficarem na minha cabeça. Alicia parece diferente do normal, o tempo todo no celular e mal falando com nós durante todo o caminho.

Quando chegamos ao campus, sua cabeça vira em toda direção, procurando por algo ou alguém, mas finjo não perceber. Nós sempre nos sentamos em algum lugar e esperamos por meu irmão, já que sempre chegamos cedo, mas hoje, Alicia diz para irmos para a sala se não vamos nos atrasar.

Encaro as coisas ao nosso redor sem entender nada da situação, assim como Lili que parece perdida no que a amiga diz, mas não contrariamos e, enquanto caminho em direção ao meu prédio, deixo a cabeça baixa, escrevendo uma mensagem para o Peter dizendo já estar na sala.

Para meu inimigo, com amorOnde histórias criam vida. Descubra agora