|Capítulo 04|

3.8K 276 104
                                    

Christophen Cannon

Acordei na quinta-feira com a porra do despertador da Isabella ecoando pela casa inteira, mais alto que o normal. Me forcei a revirar na cama, colocando o travesseiro em cima do rosto e tentando voltar a dormir.

Mas o barulho não parou ao contrário das outras manhãs. Maldita hora em que foram deixá-la dormir no quarto ao lado do meu.

Pulei da cama, sem me preocupar em que estava vestindo apenas uma cueca e abri a porta com força, pronto para ir bater na porta do lado até que ela desligasse o celular.

Mas, assim que toquei a fechadura e abri a porta, dei de cara com a ruiva parada na frente do meu quarto, o alarme cessou e ela me deu um sorriso de vitória.

Era óbvio que ela tinha feito de propósito, afinal, durante todos os dias da semana ela havia achado um jeito diferente de me irritar. Ora ela jogava alguma piadinha, ora ela esbarrava de propósito em mim. Mas, na maior parte do tempo, ela me ignorava.

E por Deus, eu odiava quando ela me ignorava.

– Bom dia Isabella. –escorrei minha testa na porta fechando os olhos, mas eu podia a sentir sorrindo, satisfeita com a situação.

– Muito bom dia. Ótimo. – a encarei franzindo a testa e respirei fundo – Sabe, muito estranho você acordar tão cedo.

– Muito estranho, né? – sussurrei cruzando meus braços enquanto escorava meu corpo no batente da porta.

A Isabella sempre foi muito levada desde criança, não tinha um pingo de vergonha na cara de fazer comentários e perguntas para a avó mesmo quando eu estava presente. Por isso, não fico surpreso quando ela encara todo o meu corpo, de cima a baixo, mas sim quando seu rosto atinge um tom avermelhado, parecido com os seus cabelos.

– Pensei que já tínhamos conversado sobre você andar vestido pela casa, Cannon. – ela reclamou subindo seu olhar para meu rosto e adquirindo a postura mandona de sempre.

– Acontece que eu estava no meu quarto, foi você quem veio montar guarda na minha porta. – devolvi no mesmo tom a fazendo cruzar os braços começando a ficar irritada comigo.

– Saiba você que eu estava passando, problema seu abrir a porta bem na hora – ela semicerrou os olhos e logo em seguida negou com a cabeça – Na verdade, problema meu, pois agora estou extremamente traumatizada.

– Não se faça de desentendida, Isabella Walker!

Abri a boca em um sorriso de canto, fazendo a garota parada a minha frente bufar irritada e ir em direção ao banheiro do corredor, parando na porta antes de entrar, levantando a mão e me mostrando o dedo do meio.

Gargalhei baixinho negando com a cabeça quando entrei de volta ao meu quarto, agir dessa forma era a única saída que a Isabella encontrou desde criança quando não tinha mais argumentos.

E a conhecendo há anos, eu sabia de muito mais coisas a seu respeito do que ela imaginava. Ou de que eu gostaria.

Quando cheguei à cozinha, cerca de 30 minutos depois, meus amigos já estavam sentados ao redor da mesa enquanto tomavam café e a Isabella contava alguma coisa.

– Ah. – a garota torceu o nariz assim que me viu interrompendo sua fala e cruzando os braços.

– Na moral mesmo? – o Thomas falou levantando a xícara depois de alguns segundos – Eu já não aguento mais esses dois e não faz nem uma semana que a Bella chegou.

– Agora você está sentindo o que eu senti por longos 10 anos da minha vida! – Peter resmungou, o que fez a irmã, sentada ao seu lado, rolar os olhos.

Para meu inimigo, com amorOnde histórias criam vida. Descubra agora