Isabella Walker
Fecho os olhos e abraço meus joelhos, sentindo o vento bater na minha cara e bagunçar meus cabelos, mas não me importo, não agora.
Não preciso olhar para o lado para saber que Christopher está me observando neste momento, posso sentir isso, mesmo de olhos fechados e com o vento no rosto.
Faz um pouco mais de 30 minutos que chegamos e desde então estamos sentados em silêncio, não é um silêncio que nos incomoda, é bom, e acho que ele sabe que preciso disso neste momento, que respirar e observar essa vista incrível era tudo que eu mais precisava.
Duvidei diversas vezes no caminho até aqui de onde ele estava me levando, mas quando chegamos só consegui ficar maravilhada com o lugar.
Depois que saímos do parque, Christopher pegou uma rua acima, subindo uma colina alta, aqui em cima, há uma pequena praça, com dois bancos de frente para a vista da cidade, mostrando as luzes principalmente do parque, mas também a beleza da noite.
É calmo e reconfortante.
– Como descobriu esse lugar? – pergunto baixo um tempo depois, com medo que, caso eu fale alto demais, acabe estragando o clima de tudo.
– Logo nas primeiras semanas que eu cheguei no ano passado. – ele diz, dando de ombros e me encarando em seguida – Peter, Thomas e mais uns amigos fomos ao parque, mas eu não estava com cabeça para brincadeiras, estava cansado por causa dos treinos e estranhando um pouco esse inicio das aulas. Estava com saudades de casa.
Olhei para ele, mas ele não estava mais me encarando, estava observando a paisagem a frente. Era estranho o ouvir dizer que estava com saudades de casa, porque ele passou os últimos dez anos junto do meu irmão, lá em casa, sendo mimado pela Vovó como se fosse neto dela também.
– Inventei uma desculpa para voltar mais cedo lá para casa – ele volta a dizer, me trazendo de novo para o presente – Era a primeira vez que vim para essa cidade, acabei pegando a rua errada na hora de sair e vim parar aqui. O que foi bom, acabei ficando por aqui. É um lugar bom para pensar e relaxar. Desde então venho aqui sempre que tenho essa necessidade de me acalmar, relaxar ou pensar em algo.
Mais um dar de ombros fraco por parte dele, como se não fosse nada demais me contar isso tudo, ou dividir comigo essas informações, me mostrar esse lugar nesse momento.
– Obrigada por me trazer aqui e compartilhar esse lugar comigo. – digo chamando sua atenção que por fim me encara, um pequeno sorriso nascendo nos seus lábios antes dele dar um pequeno aceno de cabeça.
– É melhor que aquele hotel da estrada, não é? – ele diz abrindo um sorriso grande agora. O Christopher estava de volta com as brincadeiras, o momento fofo ficou para trás.
– Não posso ter certeza. – dou de ombros, apertando os lábios um no outro para segurar o riso.
– Podemos descobrir isso. – ele diz se virando para mim, mas eu encaro a vista a nossa frente.
– Não acho que vale a pena. – digo tentando esconder o riso ao notar que ele percebeu a provocação.
– Eu não valho a pena? – ele diz indignado, me cutucando com o dedo até eu o encarar, Christopher tem um sorriso grande no rosto, assim como eu.
– Não! – resmungo e ele passa a me cutucar debaixo das costelas, da forma mais irritante possível, sou obrigada a me empurrar para o lado no banco, deslizando até o limite e então jogar meus braços em sua direção, lhe acertando um tapa no ombro – Para, Christopher!
– O que? Desculpa, não ouvi! – ele diz próximo a mim, parando por meio segundo antes de voltar a me atacar com cócegas.
– Por favor. – digo baixo, já sem forças para lutar, então ele para, o rosto a centímetros de mim, um sorriso ainda maior estampado nele, as mãos ao redor da minha cintura.
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Para meu inimigo, com amor
RomanceChristopher Cannon tinha tudo para ser o cara mais clichê possível, afinal, ele é capitão do time de lacrosse e possui uma fama enorme por todo o campus. No entanto, ele nunca deu muito valor para isso, era decidido com o que queria e tinha tudo pla...