|Capítulo 28|

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Isabella Walker

Reconheço o barulho do toque do meu celular antes mesmo de abrir os olhos, jogo o braço para o lado buscando pelo aparelho na cama, mas acabo encontrando um braço no caminho.

Abro os olhos e me viro devagar, minha cabeça finalmente voltando para onde eu estou e como vim parar na cama do Christopher. E do que aconteceu a noite.

Meu celular para de tocar onde quer que esteja antes que eu consiga me levantar. Christopher tem um braço enrolado na minha cintura, a cara enterrada no travesseiro, os cabelos bagunçados e a boca minimamente aberta. É a porra de um desgraçado lindo mesmo dormindo.

Preciso ir embora agora. Prometi uma última noite entre nós dois antes de terminarmos tudo, preciso sair daqui antes que me arrependa de tudo que disse e decida por ficar com ele, mesmo sabendo que não posso.

Quando finalmente consigo me sentar na cama e jogar as pernas para fora da cama, meu celular volta a tocar. Xingo baixo e me levanto, acho o aparelho no chão, perto da minha calça jeans. O nome do meu irmão aparece no visor.

– Oi. – resmungo baixo fechando os olhos quando me dou conta da merda que estou metida. Não tenho como ir embora se Peter ou Thomas estiverem acordados e em casa.

– Bom dia, Bella Adormecida. – meu irmão fala do outro lado do telefone – Estava dormindo? Desculpa se te acordei.

– Hum, não. Tudo bem.

– Não vi você indo embora ontem e você não respondeu minhas mensagens, fiquei preocupado e decidi ligar.

– Por que tão cedo? – choramingo me apoiando no armário e mantendo a voz baixo e os olhos no tapete felpudo.

– Não é cedo, Bella. – escuto a porta abrindo pelo telefone e então escuto passos no corredor – O que você acha de irmos visitar a Vovó?

– Hoje?

– Agora.

– O que?

– Ainda esta dormindo, Isabella? – respiro fundo e fecho os olhos.

– Certo. Tudo bem. Que horas você quer sair?

– Daqui 01hr é bom para você se arrumar? Já liguei para a Vovó e avisei que iriamos, então ela estará esperando para o almoço.

– Ok. Pode ser.

– Passa aqui em casa e não leve muitas coisas, são apenas hoje e amanhã.

– Não! – falo rápido e mais alto do que eu pretendia – Você passa lá em casa. Aqui em casa. Passe aqui em casa, por favor.

– Certo. Só não se atrase.

Quando desligo o celular segundos depois, respiro fundo e finalmente abro os olhos, a cabeça e o corpo ainda apoiados no armário quando dou de cara com Christopher sentado na cama, a pele exposta pela falta de roupa.

Ele passa a mão pelos cabelos os deixando ainda mais bagunçados e boceja, os olhos pequenos de sono enquanto me observam, um pequeno sorriso nascendo nos seus lábios.

– Senti você levantando da cama e pensei que iria embora sem me avisar. – ele fala baixo, os olhos percorrendo cada parte do meu corpo – Não vou mais conseguir vestir essa camisa sem lembrar de você nela agora.

Olho para meu corpo, finalmente me dando conta do porque do seu sorriso malicioso. Estou vestindo a camisa dele, apenas. Não sei quando a coloquei na noite passada, mas sei que não me importei em dormir com ela sentindo o seu perfume.

– Preciso ir embora. – resmungo e começo a procurar pela minha roupa no chão.

– Está cedo.

Para meu inimigo, com amorOnde histórias criam vida. Descubra agora