|Capítulo 05|

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Isabella Walker

Então vamos jogar.

Depois de quinta-feira quando Christopher Cannon pronunciou estas exatas três palavras e logo em seguida afirmou que ele nunca perdia, minha vida se tornou um inferno. Mais do que eu já imaginei ser possível.

Naquele mesmo dia quando chegou do treino cerca de 02hrs depois de meu irmão e de Thomas, Christopher não estava sozinho. Ao contrário, quando passou pela porta da frente estava acompanhado de mais 10 calouros que se destacaram no teste, a desculpa que usou quando o questionamos o porquê da festinha repentina foi "preciso conhecer meus futuros jogadores".

Na sexta-feira de manhã a casa estava uma verdadeira zona, e para minha infelicidade, na sexta era o dia em que meu irmão e o Thomas têm aula no período da tarde, além de ficar sozinha em casa com Cannon, precisei o escutar reclamando ao limpar a casa.

Mais tarde, quando resolvi tomar um banho, a água acabou bem quando eu havia acabado de passar o creme hidratante no meu cabelo, óbvio que ele havia desligado de propósito, então me enrolei no roupão e quando cheguei ao quintal na parte de trás da casa, ele estava sentado na grama, apenas de jeans e uma lata de cerveja enquanto me observava com um sorriso debochado.

Mas, sem duvida nenhuma, o pior dos dias desde que disse as três palavras foi no sábado. Peter resolveu sair com uns amigos e até chamou Thomas e eu, mas o amigo recusou falando que precisava fazer um trabalho e eu resolvi ficar em casa no meu primeiro fim de semana aqui. Cannon nem mesmo esperou um convite, já estava ao lado do meu irmão sem desgrudar do telefone um minuto.

Por volta das 21h eu e Thomas estávamos jogados um em cada canto do sofá jogando vídeo-game quando a campanhia tocou. Me forcei a levantar e atender a porta, dando de cara com uma menina loira, baixa e com os olhos mais azuis que eu já vi, mas antes que eu pudesse perguntar se podia ajudá-la, Christopher estacionou seu Jeep, fazendo a loira voltar sua atenção e morder os lábios pintados de rosa claro.

Pelas próximas 02hrs eu e Thomas ouvimos os mais diferentes e escândalos gemidos e gritos que saiam do quarto do Cannon. Nos recusamos a subir para o quarto já que provavelmente o som ficaria mais alto, então seguimos jogando, aumentamos o volume da música e tentamos ignorar o barulho.

Durante a semana as atitudes do Christopher passaram a me incomodar mais ainda, e eu passei a querer matá-lo cada dia mais. Peter estava mais irritado do que nunca e Thomas parou de achar graça nas nossas brigas que agora aconteciam a cada 05 minutos que estávamos perto um do outro.

Estamos começando a terceira semana de aula, segunda-feira para ser mais exata, então assim que acordo me arrumo rapidamente, chegando à cozinha quando apenas meu irmão está, dou um beijo nele e saio praticamente correndo, evitando que o insuportável me veja e estrague o começo da minha semana e do meu dia.

Três semanas morando com meu irmão e eu definitivamente não preciso de mais nem um minuto para começar a procurar outro lugar para morar. Nessas três semanas, apesar do inferno que Christopher me proporcionou, consegui me adaptar melhor a Universidade e a cidade, conheci mais meus colegas e criei uma amizade com a Liliane.

– Bom dia! – me viro rapidamente levando a mão ao peito assim que escuto a voz animada da Lili, agora parada ao meu lado na entrada do campus.

– Que susto, Liliane. Bom dia!

– Tava distraída com o que? Eu nem falei muito alto. – ela deu de ombros arrumando o cabelo loiro por cima do ombro.

– Só estava pensando em algumas coisas. – resmunguei enquanto arrumava a barra da minha camiseta azul clara.

Para meu inimigo, com amorOnde histórias criam vida. Descubra agora