Declarações

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Aiden

Deitado na cama me pergunto se o que está acontecendo é real, me pergunto se estou mesmo tão a vontade com Claire aqui ou se é apenas uma história idiota que inventei na minha cabeça.

É estranho perceber que nós dois estamos acordados e ninguém está falando nada, mas não é aquele silêncio desagradável nem nada disso.

É aquele silêncio em que tudo fica tão calmo que eu só preciso tocar nela e ela em mim, por isso estou acariciando a barriga dela com as pontas dos dedos enquanto ela acaricia minha coxa.

Estamos deitados desde que almoçamos, simplesmente terminamos de comer e deitamos na cama. Dormimos um pouco e quando acordei ela já estava acariciando minha coxa.

-No que está pensando?- sussurro.

-Sei lá, várias coisas.- Claire fala baixo.

-Acha isso estranho?- pergunto e olho para o perfil dela.

-Não.- um sorriso aparece em seus lábios.- Acho isso confortável.

-Não está maluca que esse silêncio todo te deixe tão confortável assim?- meus lábios estão perto do ouvido dela.

-Não, você está?- ela levanta as sobrancelhas.

-Não.- balanço a cabeça.- Nunca fiquei assim na minha vida, mas não parece errado.

-É.- a mão dela para na minha coxa e apenas descansa.- Não sabia que gostava tanto de conchinha.

-Achei que você que gostava.- falo e ela ri.- O que?

-Só você pra me fazer dormir de conchinha, Aiden.- ela olha por cima do ombro e nos encaramos.- Você me faz sentir coisas que nunca senti.

-Isso é uma declaração?- meus dedos continuam acariciando a pele macia da barriga dela.

-É.- ela admite.- E você vai se declarar também ou eu mordo você.

-Você vai me morder?- provoco.

-Claro.- ela sorri lentamente.

-Você me faz fazer coisas que eu nunca faria na vida, Claire.- falo enquanto a encaro.- Quando eu estou com você sou totalmente diferente.

-Essa é uma boa declaração.- ela me observa.

-Eu sei.- sorrio e ela franze o nariz.

Claire vira na cama e fica de bruços, apoia os braços no meu peito e apoia a cabeça neles para me observar. Os cabelos dela a deixam com uma aparecia iluminada e ajeito o travesseiro atrás da minha cabeça.

-Qual é a melhor época da sua vida?- ela pergunta séria.

-Pergunta difícil.- minha mão vai até seu ombro.- Acho que nunca teve uma época em que eu não estivesse com raiva ou batendo em algo. E você?

-Sabe aquela sensação de se sentir em casa?- ela pergunta olhando para minha tatuagem no peito.- Aquela sensação de poder ser você mesmo?

-Sei.- assinto a observando.

-Eu nunca senti ela.- seus olhos sobem e ela me encara.- Até conhecer você.

O Outro LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora