1 | Um Reflexo Inexistente

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Me chamo Kaminari Denki, tenho vinte e um anos, moro de aluguel em um apartamento, curso artes em uma faculdade pública e meus melhores amigos são o Sero e o Kirishima. Gosto muito de lendas e mitologias, jogos, sagas de livros, filmes de fantasia, animes... acho que isso foi um bom começo de apresentação, não é?

Bom bom, não me julguem ainda, ok? Não sou muito bom com apresentações desse tipo! Ainda mais com pessoas estranhas na minha cabeça que eu claramente inventei.

A questão aqui é completamente diferente; é algo muito preocupante e que pode valer a minha vida! Sim, estou correndo perigo!

Qual é o perigo? Simples: Estou relativamente atrasado para o primeiro horário da faculdade. O problema nisso? Bem, meu professor do primeiro horário é o Yamada, e digamos que ele não é lá tão discreto quando alunos atrasados feito eu entram em sua aula. Bem doido né?

Saio do metrô o mais rápido possível, correndo igual um louco alucinado. Eu coloquei a primeira roupa do meu armário: Uma camisa preta, um casaco xadrez amarelo, uma calça jeans de lavagem clara e um tênis all star — Por que eu só sei usar all star — amarelo de cano alto. Geralmente eu costumo me arrumar de modo mais estiloso, mas o horário não permitiu tal façanha. Esse maldito!

A minha sorte é que a estação é próxima da faculdade, então minha corrida até lá não demora muito tempo. Entro no enorme prédio da Yuuei, corro loucamente por entre os corredores, me esbarrando em alguém e derrubando minha mochila aberta no chão.

– Ah, desculpa! — Me abaixo para recolher meu material, ainda nem me atentando à quem eu me esbarrei. — É que eu 'tô atrasado 'pra caramba, então eu não prestei muita atenção no caminho e tals... sabe como é, né? O desespero de perder logo o primeiro horário, ha ha!

Eu nem sei se a pessoa continua ali porque tudo estava silencioso. Peguei minhas coisas e virei-me para trás, retirando os fios loiros dos meus olhos, não só pelos meus cabelos estarem relativamente longos, mas também por estarem bagunçados pela falta de tempo em arrumá-los, o que também é ruim porque eu sempre os arrumo de maneira bem...

Oh, droga!

Quando finalmente me atento em ver a pessoa, percebo que era logo quem eu menos pensei: Shinsou Hitoshi. Ele é um garoto que se eu não me engano cursa letras e é conhecido como " O aluno excêntrico, misterioso e isolado ". Estranhamente, isso atiça muito a minha curiosidade. A sorte dele é que eu não ando tendo tempo para dar uma de Sherlok Holmes e investigar sua vida todinha.

Ele é alto, maior que eu até; sempre anda com os seus cabelos arroxeados bagunçados e tem olheiras bem destoantes de sua pele tão pálida. Tem um corpo formoso, ao menos foi o que presumi pelas poucas partes em que sua roupa de couro completamente preta me permitiu ver. Ele segurava a alça de uma bolsa da mesma cor que suas roupas, com um tédio tão transparente que se eu bobeasse poderia até me contagiar.

Nunca interagimos, e bem, pelos boatos, eu estava ficando levemente nervoso. Ainda mais pelo fato de ele me olhar tão profundamente em meus olhos. Jesus, eu não manjo contato visual!

– É... então... desculpa ai pelo esbarro, cara. — Tento dizer algo coerente, pelo menos para não ficar parecendo um retardado.

Ele me olha de cima abaixo, se vira e vai embora. Assim, sem nem me dizer alguma coisa. Eu devo ser um chato do caramba, por Deus.

Purplish VampireOnde histórias criam vida. Descubra agora