4. | Primeira Ordem

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Querido diário, ontem eu tive um dos dias mais loucos da minha vida!

Resumidamente, eu descobri que o cara mais isolado da escola é um vampiro, ele me flagrou e agora, para eu não morrer, virei seu escravo.

Eu acho que ainda não compreendi o peso de ter me tornado um "escravo". Sei lá, quando eu penso nessa palavra, isso me leva para a época da escravização no mundo e tudo o que era ruim... mas eu não acho que o Shinsou vai ser assim... né?

De qualquer forma, eu não consegui dormir tamanha era a minha empolgação com a ideia de conviver com um vampiro. Eu pesquisei tantas coisas, anotei tantas outras, elaborei um milhão de teorias, hipóteses, argumentos, que acabou em uma noite sem eu pensar em pregar o olho. Acho que nunca tomei tanto café na minha vida.

Porém, a realidade bateu agora, faltando alguns minutos para eu sair de casa. Hitoshi é um vampiro! Um ser mitológico perigoso, que pode me matar quando bem entender! Esse contrato... esse contrato pode ter sido a chave para começar o desastre na minha vida.

"– Porque... porque você pode querer se livrar desse peso. "

Me lembrar dessas palavras dele não me ajudou em absolutamente nada!

Com esses fatos em mãos, eu estou morrendo de medo e agonia em sair de casa. Eu não o conheço; não entendo sua personalidade e nem estilo de vida. Não sei as suas intenções em aceitar um escravo tão inútil e o que ele quer fazer comigo. Pelo o que entendi, apesar de seu pedido, eu sou obrigado à obedecê-lo. Querendo ou não, à força ou não.

E se eu ter me tornado um escravo dele for o motivo da minha morte?

Denki... em que merda você se meteu?

[ . . . ]

Depois do meu surto no apartamento, com muito cagaço, consigo sair de casa e pegar o metrô para a faculdade. Eu juro, meu coração nunca palpitou tanto na minha vida.

Eu sinto o medo, o terror e tudo o que há de ruim rondando meu corpo. Um milhão de pensamentos ruins sobre o quê ele pode querer de mim, ou até mesmo fazer comigo me perturbam até eu pisar no prédio em que curso. E eu acho que parei de vez quando avistei Hitoshi sentado no banco do jardim lendo algo. Ele deve ter sentido algo, pois seus olhos se ergueram e se encontraram com os meus.

Suas írises púrpura encaravam as minhas de modo intenso, sem nem ao menos piscar. Ele levantou a cabeça e minhas pernas começaram a querer fraquejar e me deixar cair no chão de pavor. E eu tenho certeza que esse monstro sentiu o meu medo, pois ele deu um sorrisinho de quem claramente está tirando com a minha cara, acenando de modo provocativo e, logo depois, colocando o seu dedo indicador na frente da própria boca lentamente, simulando o meu silêncio. Um silêncio que estou sendo obrigado à seguir, e que ele está adorando ver.

Toda aquela tensão que me cercava some quando eu tomo um susto ao sentir o braço forte de alguém cercando meus ombros. Olho para ver quem é e noto Kirishima acompanhado de Bakugou.

– Oi Denki, bom dia! — O ruivo sorri, mostrando aqueles dentes de tubarão que eu tanto amo zoar. Ele estava com um rabo de cavalo baixo, uma camisa preta que destacava os seus músculos, uma jeans comum e um tênis branco.

– Bom dia, garoto nescau. — Katsuki também me cumprimenta com aquela carranca dele. Usava um boné preto virado para trás, uma camisa preta com uma caveira, um jeans preto e um coturno da mesma cor. Gótico? Tokoyami chora no banho com essa.

Purplish VampireOnde histórias criam vida. Descubra agora