2. | Loucuras Mitológicas

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Vamos lá, para quem já se esqueceu dos acontecimentos anteriores: Shinsou Hitoshi é um VAMPIRO!

Vampiro, sabe? Bem vampiresco, tipo... hã, estilo Crepúsculo.

Mas... um vampiro? Como isso é possível?

Como um bom viciado em lendas e mitologias monstruosas que sou, eu óbviamente já pesquisei muito sobre vampiros e confesso que as histórias são incríveis! Contudo, apesar de eu ser um retardado de primeira, eu reconheço que eles não existem. Ou pelo menos não deveriam existir.

Será que existem mais vampiros como ele? Ou até mesmo outras mitologias como lobisomens, fantasmas, sereias... calma Denki, agora não é hora!

Na verdade eu nunca tenho hora para ser um alucinado, mas com certeza agora não é hora!

Morrendo de medo, eu saio dali o mais rápido possível tentando não ser descoberto. Sinto minhas pernas e mãos tremerem; minha respiração está errada e eu tenho absoluta certeza de que minhas calças se encontram molhadas. Espero em Deus que ele não tenha me visto.

Quando as conversas ficam mais altas, eu sinto meu coração desacelerar um pouco. Mas como ainda estou assustado e não estou pensando racionalmente, vou conversar com a pessoa que me entenderia: Sero. Claro que sim, que ideia ótima!

Procuro por ele em todo o vestiário, até ter a informação de que ele já saiu. Pego minha bolsa e saio dali o mais rápido possível, sentindo um alívio enorme em estar longe de Shinsou. Procuro Hanta em toda a faculdade e, ao não encontrá-lo, decido ir ao ponto de ônibus mais próximo e o vejo lá, mexendo no celular.

– SERO! — Grito correndo em sua direção, e ele me olha assustado. — SERO PELO AMOR DE DEUS, BUDA, QUALQUER ENTIDADE!

– O que aconteceu Denki? — Eu pulo nele, mas Hanta consegue me pegar antes da gente cair no chão. — 'Tá tudo bem?

É agora Kaminari, agora!

Eu penso em falar o que vi para ele, dizer tudo o que estou pensando e o quanto estou com medo, mas... mas é como se eu não quisesse também.

Tipo, pelo menos para mim, isso é uma descoberta e tanto! Se eu souber ter controle, posso estudar Shinsou e a natureza dos vampiros sem ele nem notar! Agora, se eu contar para o Hanta... isso não vai dar certo.

Desculpa, Hanta.

– Kaminari? — Ele me chama novamente, me tirando de pensamentos.

– Ah, oi. — Sorrio mais calmo, tentando disfarçar. — Eu só queria te pedir as anotações que eu perdi.

– Sério? Nossa, eu pensei que algo tinha acontecido. — Hanta sorri aliviado, me soltando e voltando sua atenção para o celular. — Eu escrevi tudo no note. Eu te mando o arquivo. Mas ei, se foi só isso, não precisava desse drama todo!

– Ha, desculpa, você sabe como eu sou. — Jogo essa desculpa muito bem montada, coçando minha nuca. Eu 'tô me sentindo muito mal por mentir assim.

– Sim, pior que sei. — Ambos rimos, até ele ver o ônibus dele chegando. — Vou indo nessa, cara. Tchau, até amanhã.

– Tchau! — Me despeço, ajeitando minha bolsa e indo na direção oposta de Hanta, rumo ao metrô.

Purplish VampireOnde histórias criam vida. Descubra agora