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Narrado por Shinsou Hitoshi
Eu me sinto estúpido. Vi Denki extravasar seus sentimentos, mentir, brigar com seus amigos e falar coisas horríveis, enquanto eu apenas observava em silêncio. Mas, eu me sinto ainda mais estúpido pois, não consegui encara-lo, ajudá-lo e aconselha-lo, porque a cena dele encolhido dentro daquela cabine, aquela cena me lembrou de coisas que eu não me orgulho de ter passado.Eu me vi no Denki, mas uma versão muito antiga minha. A versão que veio antes de eu me corromper completamente.
" O corpo abaixo de mim se contorcia em dor, mas eu sentia tanta fome que tudo o que eu conseguia fazer, era devorá-lo e tomar seu sangue como um animal que ultrapassa as noções de selvageria. Mas naquele momento, nada disso importava.
Quando não tinha mais nada sobrando daquele corpo adulto, a minha situação pareceu realmente se iluminar em minha mente embaçada pela fome e pelo descontrole. Observei minhas mãos vermelhas com o sangue tremendo em pavor. Meu rosto sujo igualmente, até eu finalmente encarar o que eu fiz, entrando em completo estado de pavor.
O ar pareceu faltar em meus pulmões, o desespero tomando conta dos meus sentidos. Assustado, me arrastei para longe do cadáver, abraçando meu corpo e chorando compulsivamente.
Ouço passos entrando pelo beco escuro, vendo uma sombra não muito alta. Uma sombra humana. "
— Puta merda! — acordo de meus pensamentos ao escutar o grito de Bakugou, que socou uma das portas da cabine em irritação. — Mas que porra de situação do caralho!
— Acho que tentamos lidar com isso da maneira errada. — Kirishima se aproxima dele, tentando acalmá-lo ao abraçá-lo com uma força um tanto considerável. Talvez fosse para mantê-lo no lugar. — Tudo bem que tentamos ajudar ele, mas todos estavam nervosos e não pensaram muito bem em como fazer isso.
— O Eiji tem razão. — Sero se aproximou, ainda abraçando Mina que ainda estava em choque com toda a situação que passamos. — Não pensamos muito no que ele estava passando na hora, e em tudo o que ele passou nesse tempo. Pensem: ele estava fingindo para a gente. Deve ter sido horrível. Além que ele trouxe assuntos velhos pra roda, o que significa que ele não superou absolutamente nada sobre nada.
— Porra, vocês estão de sacanagem! — O loiro berrou, enquanto se contorcia para sair dos braços de seu amigo ruivo. — Ele passou por situações complicadas sim, mas agiu que nem um babaca com a gente!
— Talvez porque agimos igualmente babacas querendo forçar uma denúncia formal para a polícia da parte dele e porque brigamos com ele? — Argumentou o moreno.
— Acredito que todo esse diálogo estressante só nos mostrou que o Denki precisa de ajuda, compreensão e de companhia, e não de mais situações que o farão ter mais crises. — Decido me infiltrar na conversa, atraindo olhares nem um pouco gentis. Acredito que o meu olhar está igualmente morto. — Esses últimos dias eu presenciei facetas ruins dele. Está traumatizado, e não precisamos piorar isso.
— Você fala isso, mas duvido que conseguiu lidar com tudo isso melhor do que a gente. — Os olhos vermelhos de Bakugou me fitam com ódio. — É tão bonzão que não fez nada enquanto ele surtava aqui com a gente.
— Tem razão. Eu não consegui ajudá-lo agora, e por mais que eu tentasse, minhas crises com Denki não foram 100% pacíficas. — Me aproximo dele. Ele quer me enfrentar, está irritado com a situação e eu entendo isso, mas não é por isso que deixarei com que fale asneiras. — Mas eu não o forcei a fazer coisas que não queria. Tudo o que tentei fazer foi respeitar seu espaço, tempo e não tocar, em nenhum momento, no assunto de contar isso para alguém. É uma opção dele, não nossa.
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Purplish Vampire
Fiksi Penggemar" Kaminari Denki é um universitário de vinte e um anos que cursa artes em uma faculdade pública. Um simples jovem adulto nerd que posa de artista e que é viciado em mitologias e crenças, que passa noites e mais noites em claro fazendo pinturas ou pe...