16. | As mais Novas Mitologias

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Aquela conversa do banheiro me deixou, sem dúvidas, um pouco ansioso. Tipo, eu vou na tal Liga que eu ouvi tanto, e desse tanto que ouvi, eles gostam de um sangue humano, né?

Calma Denki, não é momento de surtar.

Arrumo meu cabelo e volto para a minha sala, sendo repreendido por Izuku pela minha demora. Ué cara, foi nem cinco minutos, bicho chato! Ai o dia se seguiu, com Hanta ainda me ignorando, o squad pensando com qual roupa ir na festa da Yaomomo e o Hitoshi sumido pela faculdade.

Olha, essa Semana de Lua de Cheia é bem da louca mesmo né? Misericórdia.

Mas para a minha infelicidade, as aulas do dia terminaram e eu não tenho desculpa nenhuma pra continuar na faculdade e tentar cabular essa ida até o squad do Shinsou — Como se qualquer desculpa minha fosse adiantar, não é mesmo? E como o combinado, eu me despeço do pessoal e vou direto para o metrô, encontrando-o na entrada. Ué, por que ele não me esperou lá dentro mesmo?

Vou me aproximando, e eu juro gente, o Shinsou 'tá parecendo um defunto encostado na parede e olhando o nada como se estivesse sem a alma do corpo. Ele olhava as pessoas indo e voltando, apertando sua bolsa com uma certa força, enquanto fechava os olhos para respirar fundo, talvez em uma tentativa de se controlar.

Acho que o ideal para ele seria se trancar em casa, namoral.

Fico na sua frente, e nem me é necessário falar alguma coisa para ele abrir os olhos e me encarar. Eu sinto um frio na espinha pois ele parece ainda mais pálido, um pouco mais magro — Pois seu rosto estava mais marcado — e com os olhos mais vermelhos ainda. Daqui a pouco vai parecer que ele está com conjuntivite!

— Hã, Shinsou? Você está bem? — faço uma careta e inclino a cabeça para o lado, olhando ao redor para ver se alguma criança estava vendo aquilo. Ele facilmente pode causar pesadelos em uma delas desse jeito!

— Estou perfeitamente bem. — dou um pulinho de susto ao notar que ele está mais rouco ainda, se é que isso é possível, ao nível de eu mesmo me incomodar com o fato da garganta estar sendo arranhada pela força em falar.

— Shinsou, pelo amor de jeová, o que está acontecendo? — tento tocar seu rosto para verificá-lo melhor, mas Hitoshi se esquiva rapidamente e sai andando para entrar no metrô e ir para a estação correta.

— Isso é normal, Kaminari. Não se preocupe tanto. — escuto um fio de voz antes dele tossir, passando pela catraca comigo atrás. Ele vai andando para uma das escadas rolantes mais afastadas, que tinha as linhas que passavam por bairros mais afastados da cidade que eu não costumo visitar tanto. — A Himiko me mandou o endereço de onde vamos nos encontrar. Pelo visto, eles ainda não mudaram de localização desde a minha saída.

— E isso é bom? — me aproximo um pouco de seu ouvido, aproveitando que ele estava mais baixo que eu na escada rolante.

— Acho... que depende. — sua resposta um pouco vaga me deixa curioso e nervoso. — Está com medo?

— Por quê? — solto uma risadinha, acompanhando-o para ficar atrás da faixa amarela de proteção para esperar o veículo.

— Porque estamos indo ver um bando de criaturas onde a sua maioria consome sangue humano para sobreviver, afim de discutir sobre uma estratégia em potencial para dar um fim em um demônio extremamente perigoso e seus seguidores que querem exterminar a humanidade apenas para devorá-los e usá-los como objetos e pedaços de carne. — sua resposta tão direta e específica me faz arregalar os olhos e olhar para ele, mas Shinsou parece ocupado demais em tentar me abalar com palavras enquanto observava uma senhora do outro lado da linha.

Purplish VampireOnde histórias criam vida. Descubra agora