Purplish Vampire

43. | Prato Frio da Vingança | ATENÇÃO

ATENÇÃO
O capítulo a seguir apresenta tortura explícita, sangue e um levíssimo gore. Caso tenha algum problema, não leia! Priorizamos sua saúde acima de tudo!
Dito isso, boa leitura!

☼︎

Continuo andando pelos corredores, a visão daquele Minotauro morto no chão me perseguindo, mesmo eu tentando dar minha total atenção ao o que acontece ao meu redor, evitando surpresas. Meu Deus, eu matei alguém! Eu matei, tipo, tirei a vida dele! E o que mais me assusta é que eu senti não ter sido eu mesmo a puxar o gatilho. Aquele Denki, aquele que fez aquilo estava possuído de uma raiva e rancor descomunal até pro Katsuki, que é ligado no ódio. E eu não sou assim.

Eu não sou… ou eu sou e estou negando isso? 

Sinto uma leve tontura e alguns tremores no chão, o que me faz entrar em um leve desespero. Por que o chão está tremendo? O que está acontecendo? Continuo andando devagar, sempre tentando prestar atenção em tudo. Será que o Hitoshi está bem? Será que vai ficar irritado por eu não ter ido embora? Quer dizer, ele vai né, sempre fica assim quando acha que estou arriscando minha vida. Quando acha que vai me perder.

Ah, agora que eu percebo que sua preocupação não era de todo ruim… só…

Merda, espero que ele não morra, só isso. 

Por alguma sorte, não encontrei mais ninguém nos corredores. Devem estar todos concentrados lá fora, o que facilitou minha movimentação por aí. O ruim é que estou começando a querer sentir minha cabeça doer e a tontura ir aumentando aos poucos, me deixando nervoso. Será que o efeito da poção estava acabando? Ele não disse que duraria até o amanhecer, sei lá, algo assim? Ou sou eu?

Encontro o corredor principal e saio correndo por ele. À medida que ia me aproximando do fim, o barulho da batalha e o cheiro de queimado iam aumentando cada vez mais, o que estava me deixando agoniado para saber o que estava acontecendo. Eu estou cometendo uma loucura; o plano era eu estar seguro com Midnight, e não ter voltado para cá, um humano sem poderes, sem força, sem nada. Eu posso morrer no primeiro passo que eu der lá fora, e isso seria tão ridículo que meu espírito certamente iria rir em cima do meu corpo enquanto dizia o quão idiota eu fui. Mas tudo bem. 

Já podia avistar a porta de saída, e dela uma prévia perturbadora do que está acontecendo lá fora. Engulo em seco, preparando minha pistola para sair atirando caso necessário. 

Estou chegando. Estou chegando. Estou chegando. Eu estou chegando.

Praticamente pulo para fora, e me sinto apavorado pelo tanto de coisa que eu vejo. Corpos, sangue, gritos, fogo, fumaça, medo. Dor, sofrimento, mortes. Uma vontade de vomitar me atormenta, mas consigo segurar isso. Minhas pernas estão bambas, e eu caio de joelhos pela fraqueza que aquela cena me deu, ficando sem ar pela fumaça abundante. 

Calma Denki, respira. Você consegue. Você tem uma arma mágica, munição pra dar e vender, além daquelas suas aulas odiosas de Muay Thai. Ainda se lembra dela, né? Mesmo que tenha sido forçado a fazê-las e se graduar até um grau altíssimo, você se lembra, né? Por favor!

Pelo Hitoshi. 

Me ergo devagar e tento respirar o máximo possível, mesmo que eu estivesse me intoxicando com aquela fumaceira toda. Pego a munição em minha roupa e coloco na minha pistola, deixando tudo preparado para atirar caso necessário. Então começo a caminhar naquele chão de sangue, literalmente. Então veio um primeiro bicho em mim, eu não sei o que era e nem como descrever tamanha feiúra, mas eu consegui desviar e atirar nas costas da sua cabeça. Matei mais um. Uma angústia ao vê-lo no chão sangrando tentou me abalar, mas eu só desviei o olhar e continuei.