13 | Toga Himiko

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Depois de alguns segundos tentando entender o motivo de eu falar do Hawks e, finalmente me dar o número dele, nos despedimos duas estações depois, onde Shinsou saiu e me deixou sozinho.

Fico lá, broxando com os meus fones de ouvido até chegar na minha estação e ir andando ao meu apartamento. Não demoro em tacar minhas coisas no chão e ir direto tomar um banho, pensando em colocar em prática os meus trabalhos da faculdade.

Ah, mas hoje está um belo dia para amanhecer surtando com tarefas, não é mesmo?

Ai ai, por que eu escolhi ter uma profissão, meu Deus?

[ . . . ]

Se passou dois dias, e agora é domingo.

Sim sim, eu sei que fiz uma quebra drástica de tempo, e que também é muito triste imaginar que daqui algumas horas vai ser segunda novamente. O pior dia da semana, credo.

Nesse momento, me encontro usando apenas uma calça moletom cinza e um par de meias brancas, sentado na escrivaninha do meu quarto, fazendo a lista de compras do mês. Agora que caiu a poupança — Que foi levemente diminuída após eu entrar na faculdade — dos meus pais, tenho dinheiro o suficiente para abastecer a dispensa com besteiras.

Os meus gostos são quase de criança. A diferença é que pirralhos não tomam cerveja como eu.

E me emocionando ao som de Without me da incrível Halsey, eu anoto com a minha letra de médico as coisas no papel do meu caderno todo zoado de tanto que eu rabisco nele. Até que eu escuto algo batendo na janela, que coincidentemente é bem ao lado da mesa.

É fim de tarde, então não está tão escuro ainda. Por isso consigo ver ao lado de fora da janela fechada um... morcego?

E roxo ainda por cima?

Nossa, será que eu bebi demais hoje e estou vendo coisas?

Encaro ele confuso, tentando analisá-lo. Ele era roxo, como já mencionado; carregava olhos da mesma cor e de aparência cansada, e além do mais, os seus poucos pelos, sei lá, eram um pouco bagunçados. Cruz credo que bicho feio!

No fim, decido ignorar tudo isso e voltar ao o que eu estava fazendo. Isso até essa aberraçãozinha espancar o vidro, me fazendo encará-lo um tanto irritado.

— Criaturazinha escrota! Vai embora daqui, xô, xô! — Me levanto, acenando com as mãos para que ele se retirasse. E como se me desafiasse, ele mete a cabeça com força no vidro, me olhando em seguida. — Já mandei vazar daqui, coisa feia! Bateu no vidro errado, a casa do Eiji é quase em outro bairro.

E como se quisesse testar a minha paciência que era só um pouco acima da do Bakugou, esse bicho nojento pega aquela garrinha dele e tem a AUDÁCIA de arranhar meu vidro, tudo isso olhando bem no fundo dos meus olhos.

Ah, a Luísa Mel que me perdoe, porque eu vou socar esse morceguinho de merda!

— ESCUTA AQUI SEU MORCEGO SEM REGRAS! A MINHA JANELA NÃO É LOUSA NÃO PRA VOCÊ SAIR RABISCANDO... — Em um impulso de raiva, eu acabo abrindo a janela, gritando com aquele bicho estranho. Péssima ideia.

Esse morcego voa imediatamente no meu rosto, grudando ali e fazendo um barulho horrível enquanto eu gritava e me esperneava pelo quarto igual à Mina correndo de uma barata. Eu consigo pegar aquela coisa e jogar ela no chão, correndo em direção à mesa e jogando tudo o que via em sua direção, que de alguma forma voltou à voar e estava completamente descontrolado pelo meu quarto.

Purplish VampireOnde histórias criam vida. Descubra agora