19 - Sem saída.

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[Domingo, 8:40 AM]

- Taehyun -

Acordei no meu horário habitual em um fim de semana e, diferente de quando cheguei ontem a noite, a casa estava movimentada e barulhenta. Logo que me sentei na cama, pude ouvir várias pessoas conversando no andar debaixo. Depois de realmente despertar e tomar um banho, troquei de roupa e penteei meu cabelo, que céus, estava uma bagunça, haviam fios loiros em todas as direções.

— Mas que barulheira - resmunguei.

Quando sai do quarto e parei no corredor próximo aos degraus, os barulhos aumentaram. Da ponta da escada, vi várias pessoas fazendo uma limpa na sala. Tirando poeira dos móveis, encerando o chão, carregando buquês. Coisas do gênero. Descendo a escada, ignorei as pessoas andando pela casa e segui caminho até a cozinha. Com a mão na massaneta, gelei ao ouvir a voz alterada do meu pai.

— Não pode prestar mais atenção no que faz? Quantas taças você quebra pelas minhas costas? Limpe essa bagunça! - ele dizia.

Mesmo sabendo que ele sairia pela porta, me assustei quando ela foi aberta e o velho esbarrou em mim.

— Mas qu... - ele tomou distância. Olhou diretamente para o meu braço enfaixado. — Então é você. Pra onde está indo?

— Cozinha...? Pra onde mais seria?

Ele continuou encarando o meu braço.

— De novo - ele suspirou. — Por que essa mania de tomar café da manhã na cozinha? A sala de refeições serve para isso, sabia? - ele me apontou o dedo, logo depois recolheu o braço para consultar o relógio. — Trate de tirar isso até a hora do almoço - apontou para a faixa.

  Ele não perdeu a oportunidade de esbarrar no meu braço machucado assim que saiu. Dizendo alguns palavrões em baixo tom, entrei na cozinha. Yuna estava ajoelhada no chão, juntando cacos e colocando eles em uma bandeja de alumínio posta no chão. Nela ainda haviam três taças de cristal em perfeito estado, igualmente caras.

— Nonna? - caminhei com pressa até ela e me abaixei para ajudar. — Deixa que eu cato isso, vai se machucar.

— Mas fui eu que quebrei...

Yuna levantou receosa e passou a mão nos joelhos. Por sorte não ajoelhou em cima de nenhum caco.

— Mas meus Deus! O que você fez no braço? Não posso ficar fora nem por um fim de semana. Entrou em uma briga de gangue ou o quê?

— Coisa besta, foi só uma torção. Machuquei na escola - omiti.

— Pelo menos presta atenção por onde anda? Tenho certeza que um dia você vai voltar pra casa fedendo merda depois de cair num bueiro - uma pausa para respirar.— Espera...

— Hm? - levantei a cabeça. Ela me encarava pensativa, com os olhos semiserrados.

— Você... não está sofrendo bullying na escola, né?

— O que? Não! - ri da sua suposição e voltei a pegar os cacos. Decidi deixar de encará-la antes que meu sorriso mentiroso e torto me denunciasse.

— Não minta pra mim. Está falando sério? Ou tá escondendo algo?

— Quem na terra teria essa coragem? Todo mundo sabe quem é o meu pai - Yuna não disse nada por uns bons segundos. — Meu deus, quanto caco, você derrubou o armário todo no chão? - brinquei enquanto me movia para buscar um caco escondido embaixo de um dos armários.
Escutei Yuna rir. Com cuidado, apoiei as mãos no chão e estiquei o braço bom até alcançar o caco.

Young Blood • [TaeGyu]Onde histórias criam vida. Descubra agora