- Beomgyu -
Depois que Taehyun saiu as pressas, levantei e coloquei as almofadas no sofá. Sentei no tapete da sala e esperei pelo entregador enquanto mexia no celular. Um pouco antes dele tocar a campainha, levantei para beber água e encarei o dinheiro deixado na bancada.
Foi uma surpresa eu ter conseguido comer metade da pizza sozinho, me fez lembrar de quando eu era mais jovem e costumava me gabar por comer tanto e, mesmo assim, nunca engordar. Arrumei o que sobrou na geladeira e lavei o copo que usei.
Mandei algumas mensagens para o Hueningkai, mas não me preocupei em receber uma resposta. Beirando às 21:30, tomei um banho e me preparei para dormir. Já havia sentado na beira da cama e pegado o celular pela última vez na noite quando escutei alguns barulhos. Saí do quarto e parei na sala, iluminada pela luz vinda da janela. Reconheci o som da tranca digital, logo depois, um click.
Alguém abre a porta e, em outro baque, a fecha. A luz do hall acende imediatamente, respondendo ao sensor de movimento e, quando a silhueta na entrada dá alguns passos, reconheço os cabelos loiros de Taehyun.- Taehyun? Que foi? - pergunto, estreitando um pouco os olhos para ter certeza do que vejo.
Ele joga o blazer que veio carregando sobre ombro no chão, e então percebo que ele começa a caminhar na minha direção.
Ele se apoia nas paredes, andando com a cabeça baixa e cambaleia um pouco. Talvez bêbado, drogado na pior das hipóteses. Taehyun não diz nada, mas resmunga de vez em quando.
Ele larga o celular na bancada da cozinha, que escorrega um pouco sobre o mármore e quase cai. Levanta o rosto quando para na minha frente, mas acho que, no momento, seu corpo está desacostumado a manter o equilíbrio, pois assim que ele levanta a cabeça, ela pende para trás. Mas depois se endireita, meio zonza, enquanto ele tenta me olhar nos olhos.
- Taehyun? O que foi? Não achei que ia voltar hoje - insisto.
Não sei porque, mas espero por uma resposta. Ele não diz nada. Mas, inesperadamente, me abraça pela cintura e encosta a bochecha no meu ombro.
Fico imóvel por um tempo, sem saber como reagir diante da situação. Quando estava prestes a abraça-lo de volta, ele espalmou as mãos no meu peito e tomou distância. Depois recolheu os braços e penteou a franja para trás, ainda meio sem jeito.Com a claridade vinda da janela e a luz do hall, percebo seus olhos, inchados e vermelhos. Ele chorou, e isso nem o álcool pode disfarçar.
Com o comportamento inesperadamente calmo e calado dele, foi fácil convencê-lo a ir para o quarto. Não sei o que seria de mim caso precisasse carregar alguém com quase o meu peso até a cama. Se dependesse de mim para levá-lo, Taehyun dormiria no chão da sala.
No quarto, ele se jogou na cama e arrastou corpo até a beirada mais distante da porta, eu me deitei na outra ponta.
Desliguei a luz do quarto e fechei a porta. A última coisa que vi foi Taehyn de costas para a porta, com um braço pendendo para fora da cama.
Me deitei com o rosto voltado para o centro da cama, abraçando a pelúcia enquanto tentava pegar no sono.
De repente, o colchão começa a oscilar e sei que é Taehyun se revirando na cama.Enquanto ele ajeitava o corpo, jogou um braço pra cima de mim, quase como se estivesse me abraçando. Segundos depois ele volta a se mexer, chegando mais perto do meu corpo. No momento, não sei qual parte da cama ele está ocupando, e me encolher na beira do colchão é quase automático.
Sinto o cheiro de álcool, vinho, eu concluo. Também o de shampoo.Algo toca na minha boca.
Macio, porém ressecado. A respiração dele chega no meu rosto, quente, abafada. Enfim percebo: é a boca dele. A boca dele tocando a minha.
Inclino a cabeça para trás até repor a distância. Tento vê-lo no escuro, mas a única coisa que consigo fazer no breu é escutar sua respiração pesada.
- Por favor, só não me derruba da cama... - sussurro para mim mesmo.
To be continued...
[700 palavras]
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Young Blood • [TaeGyu]
FanfictionO sangue jovem que corre pelas nossas veias um dia envelhecerá, e tudo o que restará dessa fase da vida serão míseras lembranças. Portanto, crie boas memórias. Isso é possível? Uma história de perdas, amizades, paixões, escolhas e desencontros. ...