persecution

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07
S/N CLIFFORD
NEW YORK

Louis acelera ainda mais o carro
enquanto dá ordens para Finn,
que vasculha o carro procurando
por alguma coisa até que pega em
uma arma que estava debaixo do
seu banco. Finn coloca o braço
para fora da janela e começa a
disparar tiros, eu não sei o que está
acontecendo mas eu tenho certeza
de que, pelo jeito como ele está
concentrado, ele tem um alvo.

─ Se abaixa, S/n. ─ Louis diz,
com um tom de voz ríspido como
o habitual, e eu faço rapidamente
o que ele manda, me abaixando no
banco de uma forma que me faça
ficar praticamente deitada.

─ Atirei no pneu de um deles e ele
perdeu a direção mas tem outros
dois. ─ Finn alerta Louis quando
coloca o seu braço para dentro do
carro novamente para recarregar a
sua arma.

─ Merda. ─ Louis esbraveja e
eu vejo um carro bem ao lado do
carro em que nós estamos.


O carro vermelho bate no nosso
mas Louis não perde a direção,
ele deve estar acostumado a lidar
com situações como essa. Olho
para o lado esquerdo e vejo um
outro carro, esse da cor azul, nos
encurralando. O desespero me
invade quando alguém que está
no carro azul começa a disparar
tiros contra o nosso carro, por que
diabos eu fui dormir no ônibus e
acabar no bairro mais perigoso de
Nova York? Os dois carros batem
contra o nosso ao mesmo tempo,
não consigo reprimir um grito por
causa da ação inesperada.

─ Cala a porra da boca. ─ Louis grita para mim sem se desconcentrar do que está fazendo enquanto Finn atira contra o carro azul. ─ Quando eles forem bater de novo você me avisa.─Ele fala para Finn como se já tivesse um plano em sua cabeça, e eu realmente torço para que ele tenha.

─ Agora. ─ Finn grita e o carro é
freado bruscamente, fazendo os
outros dois carros baterem um no
outro e perderem a direção, indo
para fora da pista na direção de
uma pequena floresta presente ali.
─ Você está bem? ─ Pergunta se
virando para trás para poder olhar
para mim, eu me sento direito
no banco tomando cuidado com
os cacos de vidro que estão por
toda parte. ─ Merda, você está
sangrando.

─ Quem se importa com ela? Os
filhos da puta acabaram com o
meu carro. ─ Louis diz com raiva
antes de dar ré no carro para poder
entrar em outra rua pra que a
gente consiga sair dali.

─ Você é um idiota. ─ Digo
baixo, não quero que ele escute
mas precisava deixar que essas
palavras saíssem da minha boca.

Passo a minha mão no canto da
minha testa quando sinto alguma
coisa escorrendo, quando olho
para a minha mão eu vejo o
líquido vermelho. Parece que a
dor é psicológica porque a ferida
só começa a arder quando eu vejo
o sangue, Finn me olha com uma
expressão preocupada quando eu
faço uma careta de dor. Não está
doendo na verdade mas eu odeio
me machucar, seja um joelho
ralado ou uma fratura exposta.

Depois de alguns minutos dirigindo
em alta velocidade o carro para
totalmente no acostamento da
estrada, Louis deixa o carro
batendo a porta com força e Finn
faz um sinal indicando que é para
nós dois sairmos também. Ele
abre a porta de trás para mim e
me ajuda a sair já que tem caco de
vidro em todo canto, eu sorrio para
ele assim que consigo sair do carro.

─ Eu não acho que seja grave. Foi
apenas um corte superficial. ─ Ele
diz ao examinar a minha testa com
cautela.

─ Você é alguma espécie de
médico?

─ Quando se leva a vida que eu
levo você precisa aprender a se
cuidar sozinho quando esse tipo de
coisa acontece. ─ Finn pisca um
olho para mim antes de segurar a
minha mão e me puxar junto com
ele para onde Louis está falando no
celular.

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