No more secrets

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LOUIS PARTRIDGE
NEW YORK


Minha cabeça parece pesar uma
tonelada quando eu me esforço
para levantá-la. Tudo dói. Abro
meus olhos devagar para me
acostumar com a claridade do
local, minha visão é turva no início
mas consigo ver bem agora, um
lugar que não se parece nada com
a minha casa. Um cômodo vazio
com as paredes de madeira e a
claridade natural entrando pelas
janelas ali, que davam vista para
uma floresta.

Flashes do que aconteceu se
repetem na minha cabeça,
ativando minhas memórias.
Automaticamente tento me mexer
mas noto que meus pulsos estão
presos para trás na cadeira de
madeira onde estou sentadoe
meus tornozelos estão igualmente
presos. Olho ao meu redor para
procurar S/n, sinto sua presença
atrás de mim mas não posso olhá-la
por estar preso na merda da
cadeira.

─ Baby? ─ Chamo-a.

─ O que diabos está acontecendo?
─ S/n responde com a voz baixa
e rouca, posso jurar que ela só não
esta chorando agora porque já não
tem mais lágrimas para isso.

─ Não se preocupe. Eu vou nos
tirar dessa. ─ Juro, mesmo não
tendo certeza de nada disso.

Estamos presos de costas um
para o outro. Estico meus dedos e
consigo sentir sua mão ali, S/n
rapidamente entrelaça nossos
dedos com força, mais força do que
o necessário.

No fundo eu estava tranquilo.
Os caras notariam o meu sumiço
e saberiam que alguma coisa
aconteceu, e então se lembrariam
do rastreador no anel que eu dei
para S/n e viriam atrás de nós. Só
espero que eles não se atrasem.

Eu estava um tanto quanto
preocupado. Estou cercado por
todos os meus lados e não poderia
deixar isso afetar S/n de alguma
forma, como está afetando agora.
O anel era para saber todos os seus
passos, saber onde ela está caso
alguma coisa acontecesse com
ela. Finn foi contra isso no início
e até me chamou de psicopata
mas tenho certeza que deve estar
achando bem útil a essa altura.

─ Eles fizeram alguma coisa
com você enquanto eu estava
inconsciente? ─ Questiono.

─ Não. ─ Ela praticamente
sussurra, como se ninguém
pudesse escutar o que ela está
dizendo. ─ Eles me apagaram logo
depois. Oh, mas antes um deles me
acertou um tapa.

─ Espero que você tenha gravado a
cara dele, gata, posso deixá-lo para
você matar.

─ Como consegue ser tão
confiante? ─ S/n olha por cima
do ombro, como eu. ─ Estamos
mesmo nas mãos deles, eles podem
fazer o que bem entenderem
com a gente porque estamos
completamente vulneráveis.

─ Gata, você já deveria saber
que eu nunca fico vulnerável. ─
Rebato.

─ Será que você pode deixar
seu ego de lado por um segundo
e cair na realidade aqui? ─ Ela
chia. ─ Nós fomos sequestrados.
Sequestrados. Sabe o que significa?

─ Caralho, S/n, eu já disse que
vou tirar a gente dessa. ─ Rosno. ─
Para de me encher a porra do saco
ou eu juro que chamo algum deles
aqui para calarem sua boca com
uma fita isolante!

Ela realmente se cala e volta a
olhar para frente ao mesmo tempo
em que solta minha mão, fazendo
o seu típico drama para qual eu
não estava com nem um pingo de
paciência.

Custava ela apenas confiar em mim
e que eu irei tirá-la dessa?

Um rangido da porta se abrindo
é ouvido e eu posso sentir a
tensão de S/n no ar, ela exala
medo. Me lembro de quando eu
a "sequestrei" e o quanto eu me
diverti ao vê-la tremendo de medo,
S/n é extremamente fraca. Ela
não serve para passar por situações
como essa.

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