You won't stay?

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14
S/N CLIFFORD
NEW YORK

Louis veste a sua calça sem
olhar para mim uma única vez, não
trocamos nenhuma palavra um
com o outro desde que aconteceu.
Eu aperto o cobertor que cobre o
meu corpo nu, mordendo o meu
lábio para evitar dizer alguma
coisa para ele mas eu não consigo
manter minha boca fechada.

— Você não vai ficar? — Eu quebro
o silêncio existente entre nós dois,
quando ele olha para mim eu faço
questão de consertar minha fala. —
Quero dizer, a aposta era ficarmos
a noite inteira juntos.

— Eu preciso ir. — Ele diz sem
nenhuma emoção em sua voz.
Louis pega a sua camisa no chão
e a veste enquanto caminha para
a sacada do meu quarto, não me
dando chance de responder.


Quando a porta da sacada é
fechada, indicando que ele se
foi, eu deixo o meu corpo cair
na cama. Onde eu estava com a
cabeça quando me deixei levar
pelos meus desejos? Agora além de
ter o meu nome escrito na lista de
morte de Louis eu também vou ter
ele escrito em uma lista "virgens
idiotas que já deram para mim
mesmo eu sendo um babaca".

Eu desisto dos meus pensamentos
quando já estou cansada de me
xingar mentalmente e decido ir
dormir, já está tarde e eu preciso
acordar cedo para ir para o colégio.

[•••]


— Você vai buscar o Anthony hoje
no colégio, não se esqueça. — Minha mãe me lembra, olho para o
banco de trás do carro e vejo Anthony dormindo. Acho que não fui a única que dormiu mal essa noite.

— Tudo bem. Eu vou estar lá. —
Minha mãe faz questão de beijar
a minha testa antes que eu saia do
carro.

Hoje o dia está nublado e o clima
está frio, um ótimo dia para ficar
no meu quarto dormindo o dia
inteiro mas ao invés disso estou
no colégio prestes a ter aula de
matemática. Os corredores estão
bem movimentados, o sinal
ainda não tocou então a maioria
dos alunos ainda estão por aqui.
Caminho até o meu armário para
poder pegar os meus livros e não
consigo evitar olhar ao redor para
ver se eu acho Josh, eu realmente
preciso de alguém para conversar
agora.

Quando eu fecho o meu armário
eu levo um susto ao ver a pessoa
parada ali me olhando com um
sorriso tímido no rosto. Eu só
posso estar presa em algum tipo de
sonho.

— Oi? — Eu quebro o silêncio
desconfortável mostrando em meu
tom de voz o quanto estou surpresa
por ele estar aqui.

— A gente precisa conversar, você
não acha? — Ele morde o seu lábio
inferior parecendo nervoso agora.

— Precisamos? — Ajeito meus
livros em meus braços. — Eu acho
que o nosso tempo de conversar já
passou há muito tempo.

— S/n, é sério. Precisamos
conversar sobre tudo o que
aconteceu. — Kio insiste.

— Por que você quer conversar
sobre o que aconteceu um ano
depois?

— Eu sinto a sua falta. — Ele
suspira. Há alguns meses atrás
eu até me sentiria mexida com as
palavras de Kio mas agora elas já
não fazem efeito. — Não quero que
você me odeie pra sempre.

— Odiar é algo forte demais. —
Faço uma careta. — Eu não odeio
você, Kio. Só não te quero mais
por perto, não como antes.

— Vamos conversar sobre isso.
— Kio insiste. — Você pode até
bater em mim se quiser.

DARKSIDEOnde histórias criam vida. Descubra agora