Out of mind

1.4K 119 156
                                    

LOUIS PARTRIDGE
NEW YORK


Volto para o setor, querendo
acreditar que S/n estaria ali e
não fazendo seu drama em outro
lugar. Porra, por que ela tinha que
complicar tanto? O que nós temos
é bom, o que sentimos é bom, não
precisamos dessas três palavras
para estarmos juntos.

Me aproximo de Payton e pego
o copo de uísque da sua mão,
bebendo todo o líquido ali em
apenas um gole e recebendo um
olhar repressivo de Payton.

─ Quando você era pivete não
te ensinaram a não mexer com
a bebida alheia? ─ Ele brinca,
tragando seu cigarro.    

─Não enche, Payton.

Largo o copo na mesa que tinha ali,
sendo observado por Payton. Ele
me olha com a sobrancelha
arqueada antes de soprar a
fumaça no ar.

─ Pra quem acabou de gozar você
está com um péssimo humor. ─
Payton olha ao seu redor antes de
olhar pra mim. E por falar nisso,
onde está a S/n? O que você fez
com ela?

─ Eu não fiz porra nenhuma.
─ Me defendo. ─ Só fiz o que ela
me pediu quando começamos a
namorar: não mentir. S/n disse
que me ama. ─ Murmuro a última
frase, sentindo a amargura disso.

─ Imagino como você deve ter
dito que não sentia o mesmo. ─
Ele zomba, balançando a cabeça
em negativo. ─ Qual é, Louis, você
gosta dessa garota ou não?

─ E claro que eu gosto dela, se
eu não gostasse não estaria nessa
porra. ─ Aponto. ─ Mas eu não
a amo e parece que isso não é o
suficiente pra ela.

─ Vocês term uma comunicação de
merda. ─ Payton resmunga. ─ Vá
atrás dela e resolva isso. S/n é
sentimental pra caralho, ela ja deve
estar achando que por não amá-la
você não sente nada e tenho quase
certeza que o jeito como voce falou
isso pode ter deixado entender
que não se importa. Está na hora
de abrir esse coração de gelo pra
uma conversa decente, e corta essa
de que isso é coisa de menininha
porque eu sei que você está louco
pra ir atrás da garota.

─ Você é um merda quando tenta
ser um Hitch. ─ Reclamo, vendo
seu sorriso vitorioso quando eu
puxo o celular do bolso.

Millie colocou no meu celular um
aplicativo que rastreia o anel da
S/n, o que facilita meu trabalho
agora. Suspiro aliviado ao ver que
ela ainda estava por perto, nos
arredores da boate.

Deixo o setor mais uma vez,
seguindo as coordenadas que me
levariam até a S/n. Encontro-a
sentada no chão entre dois carros,
ela olha para frente como se
estivesse em choque e seu rosto
está completamente molhado com
suas lágrimas. Porra, era pra tanto?

─ Baby. ─ Chamo-a.

S/n demora alguns segundos
antes de piscar algumas vezes,
saindo do seu transe e olhando
para mim. Alguma coisa parecia
estar diferente, alguma coisa tinha
acontecido além do "eu não amo
você" para ela estar dessa forma.

Ela se levanta do chão e me
surpreende quando envolve
seus braços em meu tronco, se
encolhendo ali em um abraço.
Abraço-a de volta mesmo sem
entender muito bem o motivo
disso, não era suposto ela estar
querendo chutar minhas bolas
agora?

Travo quando ouço ela soluçar, se
encolhendo ainda mais em meus
braços.

Não sei bem o que fazer e como
reagir. Estou pisando em ovos
aqui. Não quero acabar falando
alguma merda errada e fazendo-a
chorar mais, então decido ficar
ali em silêncio a abraçando de
volta, dando o conforto que ela
visivelmente precisava.

DARKSIDEOnde histórias criam vida. Descubra agora