Stop crying

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15
S/N CLIFFORD
NEW YORK

— Você está sangrando. Tipo, você
está sangrando muito mesmo.
Eu digo encarando o seu ferimento.

— Oh, você jura, S/n? Eu não
tinha notado. — Sarcasmo pinga
de cada uma de suas palavras. —

— Comece logo a dirigir!

— Droga! Até sangrando correndo
risco de morrer você é mandão. —
Josh resmunga tentando manter a
postura antes de acelerar o carro
para sairmos do estacionamento.

Eu não espero mais tempo e passo
para o banco de trás, dando sem
querer um chute no ombro do
meu melhor amigo enquanto
passo pelos dois bancos para me
sentar ao lado de Louis, ouvindo
Josh resmungar. Louis tem o seu
maxilar travado e eu tenho certeza
que ele está apenas tentando
parecer forte, esse ferimento deve
estar doendo muito e ele tenta
esconder isso.

— Oh meu Deus, você está
perdendo muito sangue! — Eu
digo, já sentindo meus olhos
enchendo de lágrimas. É o que eu
faço quando passo por esse tipo de
situação: eu choro. Ultimamente
eu estou tendo que lidar com isso
mais do que durante toda a minha
vida.

—Você não vai chorar, não é? O
seu choro é irritante. — Ele diz
olhando para mim.

— Eu só... — Tento engolir o no
formado em minha garganta
mas isso parece piorar. — Louis,
você está realmente perdendo
muito sangue e... Merda! Eu estou
preocupada.

— Não precisa. Eu já passei por isso
antes.

— Eu já ouvi isso em um filme e
o personagem morreu. — Uma
lágrima solitária escapa do meu
olho e eu sou rápida em secá-la,
tentando evitar que o resto de
lágrimas resolva escorrer também.

— S/n, cale a boca. — Ele
murmura fazendo novamente
uma careta de dor ao se mexer.
— O filho da puta fez um grande
estrago.

Como assim? Atiraram em você?
Eu pergunto incrédula, não dá
para ver o seu ferimento já que ele
o esconde com a mão.

— Não. Enfiaram uma faca em
mim. — Louis diz como se fosse
algo normal.

— Josh, vá rápido, ele está
perdendo sangue aqui! — Eu
quase grito para o meu melhor
amigo, eu posso sentir as lágrimas
escorrendo pelas minhas
bochechas. O fato de ter alguém
ferido aqui me faz chorar de
nervosismo, ainda mais por esse
alguém ser Louis. É como se eu
me importasse demais com ele
para tratá-lo com total frieza
e o empurrar do carro em alta
velocidade, meu coração está
apertado por ver ele ferido e eu
não sei o que está acontecendo
comigo

— Para de chorar. — Louis diz
para mim como se eu tivesse o
controle da situação, tento secar as
minhas bochechas molhadas mas
não tenho muito sucesso já que as
lágrimas continuam escorrendo.

— Não dá. — Digo com a minha voz
embargada por causa do choro.
Louis segura os meus pulsos e
aproxima seu rosto do meu para
olhar no fundo dos meus olhos.

— S/n, engole o choro. Para de
chorar.

— Louis, eu não consigo. — Grito
com a voz um pouco falhada por
causa do meu choro. — Você está
ferido e perdendo sangue! Eu me
preocupo com você! Não sei lidar
com isso de outra forma.

— Bom, o seu choro não vai
resolver a situação então você
precisa parar porque isso é
irritante. — Ele aperta mais
os meus pulsos e em um ato
impensado eu seguro o seu rosto
com as minhas mãos, Louis acaba
com a pouca distância entre nós
e eu sinto seus lábios encostarem
nos meus. — Você precisa parar de
chorar por tudo. Sua fraqueza vai acabar destruindo você. — Ele
sussurra e eu dou um breve beijo
em seus lábios querendo calar ele
antes que ele diga algo que eu não
queira ouvir, quando eu estou
prestes a afastar meu rosto do dele
ele me beija.

DARKSIDEOnde histórias criam vida. Descubra agora