Blake's blood

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LOUIS PARTRIDGE
NEW YORK

Merda.

Merda.

Merda.

Pelo barulho eu posso concluir
que o carro capotou mais de três
vezes. Quais as chances da garota
estar viva? S/n pode estar morta
agora e não há nada que eu possa
fazer para reverter isso. Não sei se
vale a pena eu tentar descer até lá,
não quero ter todo esse trabalho
apenas para ver que ela está
mesmo morta.

Puxo o meu cabelo tentando
decidir logo e acabar com meu
conflito interno. Bufo alto antes
de abrir o porta-luvas do carro
e pegar a minha arma ali, eu a
prendo no cós da minha calça jeans
antes de sair do carro. Ando até
a beirada da estrada para tentar
enxergar o carro ou o que sobrou
dele, essa rua é iluminada apenas
por alguns postes de luz. O relevo
não é tão alto quanto eu esperava,
mas também não é tão pequeno; é
o meio-termo.

Consigo enxergar o carro no final
do relevo, ele está capotado na
entrada da mata. Eu preciso tirar o
corpo da S/n de lá antes que essa
porra exploda e ela vire cinzas.
Desço o relevo com cautela pra
não me quebrar inteiro e corro
até o carro que está de cabeça
para baixo. Metade do corpo de
S/n está para fora e outra para
dentro da janela do carro, seu rosto
está coberto de sangue e ela está
desacordada.

Me abaixo ao lado do seu corpo
e checo a sua pulsação, ela ainda
está viva. Essa filha da puta é
sortuda pra caralho. Seguro em
seus braços e puxo o seu corpo
completamente para fora do carro,
o cheiro de gasolina já está forte.
Dou uma checada na altura da
ribanceira em que eu desci e penso
nas possibilidades de conseguir
subir isso carregando ela, é meio
impossível conseguir subir de volta
sem nós dois cairmos.

O jeito seria ir pelo matagal e dar
a volta para encontrar a pista, e
assim andar ainda mais até chegar
no meu carro. São quilômetros
de distância e não seria nada
legal percorrê-los carregando a
S/n, ela parece ser leve mas
cansa depois de alguns minutos
a carregando. Eu preciso dar um
jeito de sair daqui com ela antes
que o carro exploda, preciso de um
plano rápido mas nada me vem a
cabeça.

─ Vamos, vadia. Acorda! ─
Dou um tapa fraco em seu rosto
tentando fazê-la despertar. ─
Porra, S/n!

Passo um de meus braços na dobra
de seu joelho e o outro em seu
pescoço, a pegando no colo. O certo
seria eu não mexer nela porque
eu não sei se ela está com alguma
parte do corpo quebrada e nem a
gravidade dos seus machucados
mas ou é isso ou eu deixo ela virar
cinzas ali. Começo a me afastar
do carro segurando ela em meus
braços mas eu paro quando escuto
o som de um carro acelerando, o
farol se aproxima cada vez mais.
Quem diabos estaria dirigindo no
meio do mato?

Minhas perguntas são respondidas
quando o carro de Payton entra
no meu campo de visão, ele freia
abrutamente o carro quando me
vê ali, o que causa um barulho já
que ele estava em alta velocidade.
Payton sai do carro, seu olhar se
torna confuso quando ele vê S/n
em meus braços com o seu rosto
coberto de sangue e desacordada.

─ O que diabos você fez com ela,
partridge?

— Eu não fiz nada. — Reviro os
olhos. — É uma longa história,
eu te conto no caminho para o
hospital. Que tal sairmos daqui
agora antes que essa porra
exploda? — Gesticulo com a cabeça
para o carro capotado à alguns
metros de distância.

Coloco a garota no banco de trás do
carro de Payton antes de entrar no
lugar do carona, Payton faz a volta
com o carro e acelera para longe
dali, indo pelo mesmo lugar que
veio. Ele mantém uma velocidade
mediana enquanto estamos no
meio do mato, o som do carro
explodindo não é tão alto porque
nós já nos encontramos quase
no final do matagal quando ele
explode.

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