Call 911

1.6K 154 177
                                    

30
LOUIS PARTRIDGE
NEW YORK

Um mês. Eu não esperava que
S/n conseguiria me evitar por
tanto tempo assim. Achei que ela
conseguiria duas semanas, no
máximo. Ela tem feito um bom
trabalho em me evitar. Ela mudou
de número, eu não a vejo mais no
colégio e não tenho notícias dela
nem mesmo através de Finn.

Encaro pela janela do carro a casa
conhecida por mim. Todas as luzes
estão apagadas com exceção de
uma, a luz do quarto dela. Eu não
posso simplesmente deixar ela ir,
isso não faz parte do plano. S/n
continua sendo a filha de Vinnie e
eu continuo precisando dela para
derrubá-lo. Não posso deixar essa
chance escapar de mim.

Saio do carro, caminhando em
direção à casa. Eu escalo a parede
lateral que me dá acesso à sua
sacada, solto o ar que estava
segurando quando firmo meus pés
no chão da sacada. Umedeço meus
lábios antes de forçar a maçaneta
da porta para poder abri-la, sendo
surpreendido ao encontrar a porta
trancada. A filha da puta está indo
muito bem nessa de me evitar,
parece que pensou em tudo.

A cortina que esconde a porta
é puxada e eu a vejo através do
vidro. Seus olhos se arregalam
ligeiramente quando ela me vê,
S/n revira os olhos antes de
voltar a fechar as cortinas, me
deixando aqui do lado de fora.
Então a vadia quer que isso seja do
jeito difícil? Por mim tudo bem.

Puxo o meu casaco para fora do
meu corpo e o enrolo em minha
mao antes de socar uma parte do
vidro com força o suficiente para
quebrá-lo. Passo o meu braço
pelo buraco deixado pelo vidro
quebrado, tateio a parte de dentro
da porta até encontrar a fechadura
e girar a chave, destrancando-a.
Entro no quarto de S/n, a
encontrando de pé encostada na
parede do outro lado segurando o
seu celular.

─ Você tem cinco minutos
antes de eu chamar a polícia. ─
Ela vira a tela do celular para
mim, mostrando o número da
emergência ali e o seu dedo
pairando no botão para realizar a
chamada.

─ Você não teria coragem. ─ Cruzo
Os meus braços.

─ Paga pra ver, Partridge. ─ Diz
rispida. ─ Você pode ser bom
fazendo essas coisas sujas e não
parando atras das grades por não
terem provas o suficiente contra
você, mas invasão a domicílio pesa.
Os policiais e a sociedade irão me
agradecer por te denunciar.

Tem alguma coisa diferente nela.
Não parece que eu vá conseguir
amolecer ela apenas com palavras
dessa vez.

─ Fala logo o que você veio fazer
aqui e vai embora. ─ Abro a boca
para respondé-la mas volto a
fechá-la ao ver que não tenho uma
resposta coerente.

O que eu vim fazer aqui, afinal?
Nós estamos há um mês sem
nenhum contato um com o
outro, por que eu nāo deixei tudo
continuar assim? As coisas são bem
menos complexas quando S/n
está longe. Porra, parece que meus
pensamentos estão dando um nó.

─ Gata... ─ Ela me interrompe.

─ S/n. Meu nome é S/n.

─ Baby. ─ A vejo engolir em seco
com o apelido.

─ Nunca mais me chame assim.

─ Por que? Você não gosta? ─
S/n nega com a cabeça, me
fazendo abrir um sorriso. ─ Otimo,
é assim que eu vou te chamar
daqui pra frente. Baby.

DARKSIDEOnde histórias criam vida. Descubra agora