Uɴғᴏʀᴇsᴇᴇɴ || Five Hargreeves

capítulo 61

Abro os olhos e vejo um lugar escuro, olho para mim e estou vestida com uma saia preta e um blazer preto, em estilo formal. Estou em pé no meio de uma sala gigante, preta com pouca iluminação, olho em volta e não vejo nenhum detalhe nem nada diferente, o cheiro do local lembra a velas queimadas e poeira. Há apenas uma sombra preta parada à minha frente com olhos profundos e brancos.

- que-quem é você? - gaguejo com o susto.

Sombra: eu sou a morte.

- então eu morri?

Morte: sim.

- o Five tá bem?

Morte: não tenho informações do mundo dos vivos mas ninguém com esse nome passou por mim até agora.

- ah ufa, e agora o que acontece?

Morte: em casos normais eu iria ver o que você fez durante a vida e te mandar para algum destino. Na verdade, as almas não devem vir até mim quando morrem.

- e como eu vim parar aqui?

Morte: você, sua humana desrespeitosa, abusou das leis da vida e da morte e eu te puxei pra cá.

- que? Eu nunca...

Morte: você reviveu um garoto que devia estar morto.

- não, não fui eu, foram as criaturas... Ou bem, Draes.

Morte: não me interessa o que é ou deixa de ser. Você desequilibrou a harmonia celestial.

- desculpa, eu não sabia.

Morte: desculpas não vão resolver.

- o que vai resolver então? Já estou morta mesmo.

Morte: simples, eu tenho uma proposta para você.

- conte-me.

Morte: sente-se. - da sombra do corpo que é coberta por um manto enorme preto solta-se uma mão e me estende até a cadeira na frente da escrivaninha, onde me sento.

- como seria essa proposta?

Morte: você precisa viver, não devia ter morrido mas como bagunçou a linha do tempo aqui está você. Minha proposta é você voltar para o mundo dos vivos naquele dia onde o garoto morreu e seguir a vida sem revive-lo.

- mas eu lembraria de tudo?

Morte: certamente, senão você iria reviver ele novamente.

- e se acaso eu não aceitar a proposta?

Morte: aí eu diria que a vida desse tal Five será o próprio inferno, pois não há planos para o futuro de quem deveria ter morrido.

- os Drae falaram que enquanto eu o amasse ele iria viver.

Morte: mais um motivo para você voltar, como você morreu provavelmente a ficha da alma dele chega na minha mesa, pois se você morreu, ele morre.

- quanto tempo eu tenho para pensar na proposta?

Morte: nenhum, é só responder agora, sim ou não?

O plano que se forma na minha mente é arriscado mas talvez exista alguma forma de driblar a morte.

- eu aceito.

Morte: ótimo, foi um prazer negociar com você e aliás quando você tiver terminado o trabalho irá esquecer de mim e que esteve aqui para não afetar a vida na terra, entende?

- claro que entendo perfeitamente, nem se preocupe.

Morte: achei que seria mais difícil conversar com você mas na verdade vi que você valoriza mais a sua vida do que a do tal Five, é uma moça inteligente, nunca se deve colocar nenhuma vida acima da sua.

- verdade verdade, sinceramente nunca coloquei a vida dele acima da minha, é apenas paixonite mas posso muito bem seguir a vida sem ele.

Morte: isso, boa garota! Agora vamos voltar ao acontecimento?

- ah e se acaso eu mudar de ideia, não que eu vá fazer isso, mas eu iria morrer novamente?

Morte: se você mudar de ideia o tempo vai seguir normalmente até você morrer de novo e vir aqui para termos uma conversa séria e você será castigada.

- castigada.

Morte: exatamente, então se comporte e cumpra sua parte do acordo.

- ok.

Morte: pode assinar nesta folha aqui? - ele me estende uma caneta e uma folha onde é possível ler:

"Contrato de morte, s/n hargreeves tem a missão de não atrapalhar o espaço tempo... [•••] assinatura:"

Todas as informações me permitem colocar meu plano em ação, então, sem pensar duas vezes, assino o contrato e olho para a morte que sorri sem abrir a boca negra.

Morte: agora com três estalos você volta para o mundo dos vivos, faça bom uso dessa chance.

- não irá se arrepender em negociar comigo.