capítulo 73

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Vou junto com Liz até o estúdio onde encontro algumas alunas e alunos meus, há várias faixas de tecido penduradas desde o teto alto até o chão. Alguns estão pendurados em posições completamente desconfortáveis nas faixas, entre todos ali reconheço um rosto muito mais adulto que antes, porém inconfundível.

— ora, ora, se não é o meu irmãozinho Klaus. — me aproximo dele colocando as mãos na cintura e sorrindo.

— s/n! — ele pula em mim para um abraço muito apertado, sinto um cheiro forte, mas não recuo.

— você faz aulas? — falo me afastando para poder olha-lo melhor.

— não maninha, eu vim aqui na humildade pedir um favorzinho pra minha irmã mais linda e caridosa desse mundo. — ele fala colocando as mãos no peito.

— o que você quer? — falo rindo dele.

— uma graninha, o que você puder me dar.

— para que você quer grana? — pergunto curiosa.

— é pra ajudar um amigo, ele perdeu a casa em um incêndio e tem 6 filhos.

- ah claro.

— cala a boca idiota! Deixa eu falar!

— Klaus o que é isso?

— um fantasma de um velho chato e muito irritante que me persegue… — ele se vira para trás fazendo alguns gestos.

— an, está bom. Eu vou pegar grana pra você.

Vou até o escritório e após abrir algumas gavetas encontro o dinheiro, pego um pouco só, pois suspeito que a história não seja real, mas mesmo assim não há problema em ajudar um irmão. Volto até o salão e entrego para Klaus o valor, nisso ele dá alguns pulinhos e rapidamente guarda no bolso. Noto uma pulseira no braço de Klaus, reabilitação?

— ei, essa pulseira aí.

— ah sim… — ele dá um risinho disfarçando a situação — eu ganhei de um amigo.

— você tem muitos amigos né?

— muitinhos.

— bem, eu vou para a mansão agora por que preciso ver papai antes do anoitecer. Te vejo por aí Klaus.

— tchau maninha.

Vou até Liz que estava terminando de arrumar as rosas em uma mesa, toda branca, vejo em cima da mesma fotos de algumas pessoas que estão no local e questiono Liz:

— por que tem fotos de alunos e rosas aí?

— é por causa da formatura, lembra bobinha?

— não…

— ah é você não lembra, oh Deus mil perdões! Eu esqueci que você esqueceu de tudo… Bem, haverá uma formatura que todo ano você faz dos alunos que terminaram o curso.

— e agora? Eu nem sequer lembro deles… — olho para os alunos empolgados para o evento de mais tarde — o que vou fazer?

— eu posso tomar conta de tudo pra você aqui, digo que ficou doente derrepente e não pode comparecer.

- mas eu estou aqui, essa mentira não vai colar.

- a formatura é só daqui umas 8 horas, eu sei ser bem convincente, relaxa s/n.

- certo, então vou sozinha para a casa de papai?

- sim, preciso ficar aqui.

- ok, vou agora por que não há tempo a perder, tchau Liz.

Vou até a mansão onde abro a porta trincada e adentro o silêncio macabro que só há nesse lugar. Ando olhando as redondezas procurando pogo ou mamãe mas não há sinal deles, então entro dentro do escritório de papai onde ele também não está, estranho. Vou olhando cômodo por cômodo até chegar ao quarto de papai que quando abro a porta me deparo com ele desmaiado, vou correndo até ele e tento sentir sua pulsação sem muito sucesso, grito por ajuda mas ninguém me escuta. Eu não tenho nem um celular para chamar alguém, a sensação de desespero me toma por completo e sinto tremores no corpo, tudo parece girar mas tento manter a calma.
Teleporto para fora do quarto e vou indo de teleporte em teleporte, agarrando de parede em parede até chegar no quarto de pogo onde o encontro lendo um livro.

- pogo... - falo quase sem ar - papai, ele...

- o que aconteceu número 8?

- papai tá esticado lá, ele tá sabe... - tento gesticular para explicar melhor mas falho - a pulsação dele tá tipo sabe pogo? Tá assim...

- eu não compreendo o que você quer dizer, o que acha de me mostrar? - apenas concordo com a cabeça.

Levo pogo até o quarto de papai para ver, ele tenta sentir a pulsação mas assim como eu não encontra.

- senhorita s/n, sinto informar mas seu pai veio a falecer. Vou comunicar os seus outros irmãos para tomarmos as devidas providências. Deseja tomar algum remédio para se acalmar?

- não remédio não, em hipótese alguma eu vou tomar remédio. Eu preciso de água, só isso.

vou até a cozinha e invés de água tomo o resto de um café que havia ali. Sento na cadeira até me acalmar, penso como seria possível papai estar morto se há algumas horas atrás eu estava ali falando com ele que estava bem e parecia muito saudável. Será que o assunto que mencionei causou algum descontrole na saúde de papai? Somente a autópsia poderá dizer isso.
Ligo a tv para ver algum jornal, na tentativa de me atualizar sobre os acontecimentos mas o único assunto é a morte do bilionário excêntrico Reginald Hargreeves. Pogo disse que ia avisar meus irmãos mas pelo que vejo ele preferiu comunicar a imprensa antes.

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⏰ Última atualização: Dec 22, 2021 ⏰

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