Sorrisos

103 8 1
                                    

 
Swan

Andar doía. Sentar doía. Acho que a única parte do meu corpo em que eu não sentia dor era o cabelo.
 
Agradeci mentalmente  por ser sexta. Ontem foi uma correria só. Primeiro foi a consulta com Whale,  tudo ia bem com o meu joelho. Sai do consultório,  passei em casa, comi algo correndo.
 
Enquanto tia Ingrid levava o atestado na escola, fui com  Neal levar o fusca para a restauração. Ele disse que não  estava com vontade de ir à aula, e faltaria de qualquer jeito, então, acabei aceitando que  fosse comigo para resolver logo isso.  Eu já havia feito a  transferência de um valor justo para a conta do pai dele. 

Não podia ser hipócrita e exigir de Killian que aprendesse a lidar com tudo que remetia à lembrança da mãe dele, se eu mesma fugia toda vez que o assunto era dirigir. Estava disposta a mudar isso. Toda aquela situação  turbulenta na escola iria servir pelo menos para isso.

Quando tudo a respeito  do carro já estava resolvido, vi minhas notificações no celular. Levei um susto quando minha tia avisou que teria que fazer  a prova naquela tarde.  Corri.

Cheguei na escola alguns minutos depois do indicado. Estava tranquila, apesar do atraso, porque pensava que faria a prova com Zelena. Pensa no tamanho do tombo, e no tremendo  desespero quando fiquei sabendo pela  ruiva que seria Mills que aplicaria a avaliação.  Tive que colocar meu melhor disfarce calmo no semblante e encarar a fera. 

Depois de todo o martírio na presença de Mills. Ainda tive treino de musculação. Onde paguei  a segunda parcela dos meus pecados. Porque a primeira, foi na  sala com ela.  Aquela  mulher era grosseira! Eu só queria me desculpar e ela vem com quatro pedras na mão.
 
 Agora,  na manhã seguinte, eu estava ali, torta! Dolorida! Louca pela minha cama. 

Killian chegou abraçado à Ruby, como sempre.  Ambos me cumprimentaram com beijos. Ainda estava meio receoso comigo, e eu chateada com ele. Mas tínhamos conversado pelo Whatsapp.  As coisas estavam voltando ao normal.

— Vai bicha,  conta logo a novidade que você não quis falar por mensagem.  — Fui logo dizendo para quebrar o gelo, e não ficar um clima estranho.

— Curiosa você! — falou ainda em pé,  colocou a mochila na mesa, tirou o seu material de dentro.

— Não  enrola.  — falei.

— A novidade é que eu jantei com Regina Mills ontem. — fez uma pausa  enchendo o peito — Na mansão dela ainda. 

Ruby e eu arregalamos os olhos.

— Teu cu! Até parece que isso seria verdade. — disse batendo a palma da mão na carteira.

— Tô  falando, loirão! — balançou a cabeça, sentou na mesa ao lado dos cadernos.

— Como isso aconteceu? – Ruby  perguntou, sentou ainda com a mochila nas costas.

— Eu estava terminando as entregas.  Ela era uma das últimas clientes.  Iria jantar sozinha, acabou me convidando para entrar. — explicou se gabando. 

— Tá! Se você não fosse gay, isso seria a sinopse de um filme pornô. — Ruby falou.

— Cruzes! — deu um grito, colocando a mão no peito.
Caímos na risada.

— Engraçado é Regina, sempre tão distante, chamar você para entrar.  — falei ficando séria e analisei a situação.
 
— Ela simpatiza comigo, aceita que dói menos! — passou o dedo pelo meu queixo de forma debochada. Desceu  pelo meu pescoço, e puxou levemente o colar que havia me dado há um ano atrás. — Inclusive ela tem um desse, assim como vocês agora.
  
Ruby e eu nos entreolhamos sem entender. Ele continuou.

Cinza das Horas (Swanqueen)Onde histórias criam vida. Descubra agora