É você quem eu quero

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Mills
 
Cheguei na escola atrasada. Não é normal de minha parte, mas tardei a dormir.  Estava estranha.  O  desentendimento  com Swan  havia me deixado esquisita a semana inteira.
 
Primeiro fiquei furiosa, depois pensativa, e agora, eu não sei. Senti um aperto no peito quando abri a porta e  apenas Henry estava na varanda, vi ao longe, ela dar partida no fusca, assim que meu filho entrou em casa. Respirei fundo. Sei que ela também não estava feliz com a situação.
 
Ganhei os corredores, e fui direto para a sala. A primeira aula eu já  havia perdido, mas a segunda ainda daria tempo. Passei pela sala deles, e estava vazia. Provavelmente os levaram a outro lugar.  Procurei por mais alguns espaços, e então os encontrei. Estavam todos sentados  e faziam alguma atividade. Percebi que tinha mais de uma turma ali. Provavelmente  não havia professor eventual, e para não ficarem ociosos os colocaram todos em uma única sala.
 
— Ainda bem que chegou, professora Mills. — Belle French falou ao me ver.  Passei os olhos por todas as carteiras, e não vi Swan.
 
— Tive um contratempo.  Que professor está com vocês? — perguntei ainda tentando ver melhor por todas as carteiras.
 
— Ariel está conosco. Ela juntou a nossa turma com a dela, e  nos deixou terminar os exercícios que a senhora tinha começado na aula anterior. — sorri amarelo. Ótimo! Ariel. Me esforcei para não revirar os olhos.
 
— E onde ela está? — perguntei já me preparando psicologicamente para falar com a cobra.
 
— Foi à biblioteca.  Falou que precisava organizar alguns livros.   — Belle falou sem dar importância.
 
A agradeci, e virei para ir até a biblioteca avisar a Ariel que levaria os meus alunos para a sala normal, e começaria a minha aula mesmo que atrasada.
 
— Professora Mills! — escutei uma voz mais alta. Me virei.  Era Ruby Lucas. Ela se levantou de uma das carteiras do fundo. Eram muitos alunos amontoados, não dava para distinguir  todos.
 
— Sim? — respondi, me virando para ela.  Ruby se aproximou. Tinha uma expressão  preocupada.
 
— Ariel saiu levando Emma com ela. — disse em um sussurro com seu rosto perto do meu, para que ninguém escutasse.  — Falou que Emma iria ajudá-la a carregar alguns livros. — franzi o cenho achando aquela história muito estranha — Alguns meninos ali no fundo se ofereceram para ajudar, mas Ariel disse que era pouca coisa.  — ela terminou de falar.
 
— Tudo bem, Senhorita Lucas.  Vou ver o que realmente está acontecendo. — ela me deu um sorriso agradecido.  
 
Sai rapidamente em direção à biblioteca.  O que Ariel queria com aquilo?  Ao chegar lá, não havia ninguém. Apenas caixas de livros bagunçadas em cima das mesas.  E essa agora? Fiz o caminho de volta.
 
— Leroy, sabe onde está Ariel?  — cruzei com ele em um dos corredores.
 
— Está na sala  do primeiro ano. —  meneei a cabeça em um agradecimento,  e fui o mais rápido que os meus saltos permitiam .
 
— TEM QUE SER MAIS PARA À ESQUERDA! — ao entrar na sala que Leroy havia indicado, pude ver Swan em uma escada, ajeitando os livros para o lado que Ariel queria, em uma prateleira alta.
 
Nas carteira e no chão da sala, caixas de livros espalhados, assim como na biblioteca.
 
— O que estão fazendo Ariel? — entrei sem pedir licença. Já achando estranho tudo aquilo.
 
Ariel me olhou surpresa. Swan titubeou levemente na escada ao escutar minha voz.
 
— Chagaram os novos kits de leitura para os primeiros anos, só estou organizando.  — falou cruzando os braços, e fazendo uma cara de pouco caso.  Ergui uma sobrancelha.
 
— Você ou Swan? — perguntei irônica.
 
— Eu precisava de um aluno para me ajudar. — e  aquela expressão já estava me irritando.
 
— E  por acaso,  todas aquelas caixas espalhadas pela biblioteca são esses kits? — falei, não acreditando ser verdade.
 
— São sim. Estes aqui também. — apontou com o dedo para mais algumas caixas no chão, e algumas pilhas de livros em cima das carteiras.
 
— E você acha que uma aluna vai dar conta de arrumar tudo isso? —  apertei a alça da minha bolsa com as mãos, tentando manter a calma. Vi pelo meu olhar periférico, Swan descer da escada, e se aproximar de mim.
 
— Emma é  forte! —  sorriu debochado — Você, melhor do que eu, deve saber disso.  — senti meu sangue ferver.
 
— Ariel  não seja  ridícula! Nós sabemos muito bem porque está fazendo isso. — falei já alterada, dei um passo à  frente. Swan se aproximou mais de mim — Você poderia muito bem ter pedido ajuda a mais alunos. Mas prefere submetê-la  a isso.  O que pretende? — estava incrédula  com tamanha infantilidade  — Já não basta tê-la deixado aqui para quase ficar trancada na escola?
 
— É claro que você não está defendendo nenhum interesse pessoal nisso, não é, Regina? — vi um sorriso debochado surgir em seus lábios.
 
—  A questão não é  essa. — apontei o dedo em riste para ela — Se você tivesse reunido um grupo de alunos, e escolhido Swan entre eles, em nenhum momento, questionaria.
 
— Você defende a sua namoradinha com tanto afinco que até emociona. — o sorriso em seu rosto aumentou.
 
Dei um passo a frente. A minha intenção era avançar sobre ela. Swan me segurou fortemente pelo braço.
 
— Não vale a pena. — sussurro, perto de mim.  Respirei fundo, tentando me acalmar.  Balancei  a cabeça para ela, demostrando que concordava. Ela me soltou. Ariel observava em silêncio.  
 
Dei um passo à frente agora já mais controlada.
 
— Pois fique sabendo... —   falei entredentes — Que a minha namoradinha não vai servir de sua empregada!
 
— A situação está tão escrachada que você nem nega mais, não é  Professora Mills? —  sua ironia era palpável.
 
— Você acha realmente que está em uma posição em que pode fazer esse tipo de coisa para me atingir, Ariel? — falei em um tom intimidador.  Ela tirou a expressão de deboche da cara.  Sabia a que estava me referindo.
 
— O que quer dizer com isso? — falou séria desta vez.
 
— Eu quero dizer que é  melhor você voltar a tratar Swan como qualquer aluno desta escola. Sem privilégios, mas também sem desvantagens. Caso contrário, vamos colocar as cartas na mesa,  e então cada uma vai responder por seus atos. — disse convicta.
 
— Você não faria tal coisa. Seria um escândalo. — agora tinha receio em seu tom de voz.
 
— Eu não tenho medo de assumir o que faço, Ariel. E você?  — vi sua expressão se fechar ainda mais.  Não me respondeu. Me virei para Swan.
 
— Vamos, Swan! Ariel se quiser termina isso sozinha. Nenhum aluno meu vai ajudar nisso! —  dei passos firmes em direção à  saída.   Bati meu braço direito intencionalmente em uma pilha sobre uma das carteiras. Sorri com o canto dos lábios, ao escutar  o barulho alto de todos os livros caindo no chão.
 
***
 
— O que quis dizer com colocar as cartas na mesa, e cada uma assumir o que fez? — Swan perguntou enquanto estávamos andando  pelo corredor.
 
— Acabei descobrindo algo sobre Ariel, mesmo não procurando por isso.  — disse sem olhar para ela.
 
— É  por isso que ela não levou  adiante as ameaças que fez na viagem?  — falou  surpresa.
 
— Exatamente! — me virei para olhá-la — Ariel é  uma cobra. Não ficaria calada se não  tivesse receio de algo.  Mas eu não posso te falar o que é, nem como descobri.
 
Swan balançou a cabeça como sinal de entendimento.
 
— Obrigada! — sorriu sem mostrar os dentes.
 
— Eu fiz o que é  justo! — disse firme. Adiantei os passos para a conversa terminar ali. 
 
Da porta, pedi para que todos os meus alunos voltassem à sua sala de origem.  Comecei a aula atrasada, e tentei ao máximo, não manter contato visual com Swan. 
 
***
 
Respirei fundo olhando o portão do ginásio. Só mesmo Henry para me fazer pisar neste lugar.
 
Depois do dia estressante  na escola, almocei com meu filho e Zelena em casa.  Não queria correr o risco de encontrar Swan e sua amiguinha.  Pedimos comida e ficamos por lá mesmo.
 
Já estava tudo combinado com Milah, ela pegaria Henry, e o levaria ao ginásio. De lá,  o deixaria no apartamento de Robin. Planejava  passar a tarde no escritório.
 
No início da noite, iria com Cora, Victoria, e seu insuportável marido, a uma reunião com mais gente do partido. Gold também   estaria lá. O marido de Victoria, estava ganhando destaque, não me surpreenderia se concorresse a alguma eleição significativa nos próximos anos. Isaac Hellen escritor medíocre, mas de uma família tradicional, o seu círculo social o mantinha em alta.
 
Apertei o volante do carro, tudo seguiria como o programado se Henry não tivesse feito  chantagem emocional.  Meu filho disse que  ficaria mais confiante se eu estivesse na arquibancada assistindo. Revirei os olhos ao lembrar do ataque histérico de Cora, ao saber que eu não a ajudaria durante à tarde.
 
Passei pelo escritório, fiz o essencial. E agora estava aqui para encontrar Henry, Milah, e inevitavelmente,  Swan.  Bufei! Isso não fazia parte dos meus planos.
 
Retirei o cinto de segurança e me dirigi ao interior do Ginásio.  Dos corredores, já conseguia escutar o barulho de bola batendo no chão.
 
Ao chegar  na arquibancada inferior, que dava livre acesso à quadra, pude avistar Milah em uma das cadeiras próximas. Na quadra, Henry, já vestido para jogar. E  Swan, com seu uniforme de treino, rabo de cavalo, levemente suada.  Me lembrei que ela disse que treinaria com a equipe antes, e depois com meu filho.
 
Sorri ao vê-la ensinando Henry a se alongar, e ele meio desajeitado,  tentava fazer o que ela pedia.
 
MAMÃE, VOCÊ  VEIO! — seu sorriso foi enorme ao me ver, acenou para mim.
 
Swan me olhou surpresa,  meneou a cabeça em um cumprimento. Ignorei.  Fui sentar ao lado de Milah.
 
Voltaram a se concentrar. Swan ensinava a maneira como ele deveria  tocar na bola, dependo da sua intenção de jogada. Henry prestava total atenção, seus olhos chegavam a brilhar. Tentava, mesmo que sem habilidade, fazer como ela indicava. Swan tinha paciência em explicar, ele, vontade em aprender, a interação dos dois me encantava. Precisei disfarçar o sorriso bobo que teimava em aparecer no meu rosto ao olhar aquela cena.
 
Passado algum tempo, repetindo os movimentos, tocando a bola um para o outro em jogadas simples. Swan decidiu incentivá-lo a sacar. Explicou o posicionamento. A altura que deveria jogar a bola. A maneira como deveria saltar,  e a linha que não podia pisar ao realizar o movimento.
 
Demonstrou três  vezes como fazer, repetiu as instruções.  Henry se posicionou para finalmente tentar. Percebi por sua linguagem corporal, que estava tenso. Segurou a bola na altura que Swan indicou, me olhou inseguro. Devolvi a ele um olhar encorajador. Ele  respirou fundo, se concentrou. Sacou.
 
Vi os olhos de Swan se arregalarem na mesma hora.  Ela olhou para Henry surpresa.  Depois para mim. Coçou a cabeça, pediu para ele repetir. Meu filho pegou a bola e repetiu exatamente o mesmo movimento. Swan abriu a boca em um espanto.
 
— Você já tinha feito isso antes, garoto? — a ouvi perguntar com o cenho franzido.
 
— Não!  Eu sempre tiro nora baixa porque não jogo nas aulas. — deu de ombros.
 
— KURT!— escutei Swan gritar para uma das portas próxima à quadra  
 
Um homem alto, com o agasalho  do time, apareceu.
 
— Olha isso. — apontou para Henry — Garoto, saca de novo. — pediu para meu filho.  Henry fez o que ela pedia.
 
O homem fez a mesma expressão  de surpresa que Swan. Fizeram meu filho repetir mais  algumas vezes.  Ambos deram sorrisos desacreditados. Me mexi incomodada na cadeira da arquibancada. Algo acontecia ali, e eu queria saber o que era.
 
Swan deixou Henry batendo bola sozinho, repetindo alguns movimentos de toque na bola. E ficou alguns minutos conversando com esse homem no fundo da quadra. Vi que em determinado momento, apontou em  minha direção. O homem veio até  mim. Swan voltou a jogar com Henry.
 
— Prefeita Mills! — o homem falou alto, já ao pé  de mim, estendeu a mão.  Me levantei para cumprimentá-lo.
 
— Sem o prefeita, por favor! — respondi simpática, apertei sua mão. — Desculpe, mas não o conheço.
 
— Não.  Nunca fomos apresentados.  Sou Kurt Flynn, técnico do time adulto de vôlei feminino.
 
— É  um prazer conhecê-lo.  — sorri — aconteceu alguma coisa com meu filho. Vi você e Swan com rações estranhas.
 
— Aconteceu! — disse sério, e eu já fiquei preocupada. — Henry tem talento para o voleibol. Dificilmente uma criança consegue passar a bola por cima de uma rede na altura profissional.  Ele faz isso tranquilamente.
 
Sorri  surpresa.
 
— E  onde o senhor pretende chegar com essa análise? — perguntei, tentando entender.
 
— Quero permissão para  treinar Henry. — disse direto, e eu me espantei.
 
— Mas ele só está aqui por diversão.  Tem uma afinidade e admiração por Swan, não acho que passe disso.
 
— Veja bem Senhora Mills, estou treinando meu filho Owen, ele é  apenas um ano mais novo que Henry.  Meu filho vem aqui alguns dias da semana depois da escola treinar. Emma nos ajuda muitas vezes, sempre brinco com ela dizendo que será uma ótima treinadora no futuro, pois tem uma leitura de jogo muito boa, não é  à toa que joga em mais de uma posição.  Ela sabe as funções de todos em quadra, Emma pode me ajudar a treinar os dois. Pretendo levar meu filho para participar da peneira masculina que terá aqui em Storybrooke em novembro deste ano. Henry poderia tentar também. Se durante os treinos ver que não é  isso o que quer,  pode voltar a  jogar apenas por diversão. O ginásio sempre estará disponível para ele.
 
Apertei a boca analisando os prós e os contras.  Fiquei alguns instantes olhando para ele sem saber o que responder.
 
— Olha, senhor Flynn, eu não vejo problema inicialmente, caso Henry queira participar disso, mas eu gostaria de conversar  com ele em particular. Deixar bem claro que a prioridade sempre será  a escola. — expliquei com calma — Se ele entender bem isso, o mando semana que vem, já com esse propósito.
 
— Ótimo! — sorriu simpático. — Acho que ele já conheceu o meu filho. — apontou para a quadra, e só então me dei conta que outro garoto jogava com Henry agora, não mais Swan. Sorri ao perceber que estavam se entendendo bem.
 
O treinador voltou à quadra. Jogaram mais um pouco, até Henry reclamar de cansaço. Encerraram por ali.
 
Levei meu filho e Milah  ao portão de saída da quadra, e resolvi agradecer  Swan por todo  suporte dado a Henry. Apesar de não estarmos nos nossos melhores dias, ela realmente tinha sido muito prestativa. O treinador, disse que poderia  procurá-la no vestiário, ou na sala de fitoterapia.
 
Eu já conhecia todo o espaço, no dia em que dei o colar de estrela à  ela, tinha percorrido todo interior do ginásio.  Abri a porta do vestiário, em um primeiro momento, me pareceu vazio. Mas escutei vozes ao fundo. Passei por uma fileira de armários. E pude ver Swan. Aparentava ter acabado de tomar banho, pois seus cabelos estavam molhados, de costas, usava apenas  um fio dental branco, e um sutiã  da mesma a cor.  Guardava o uniforme que tinha acabado de tirar em um saco plástico, provavelmente o levaria para lavar.   Ao lado, encostada em alguns armários, estava a italiana. Bem arrumada, com um jeans de grife, camisa, e salto alto. A maquiagem era leve.
 
Me aproximei um pouco mais, a italiana estava tão vidrada na bunda de Swan, que não me viu observá-la.
 
— Temos que melhorar o nosso bloqueio triplo. Kurt disse que vamos intensificar os movimentos exatos no treino de amanhã.  — Swan falava enquanto organizava as suas coisas em um banco de madeira .
 
A italiana  respondia monossilábica, sem prestar atenção em uma palavra. Estava hipnotizada com Swan seminua em sua frente. Eu precisava mesmo  ver esse tipo de coisa? Bufei internamente por tamanha falta de sorte.
 
Swan se inclinou para pegar algo mais distante  no banco.  Revirei os olhos. Tinha que interromper. Aquela italiana estava de brincadeira se pensava que ia ver Emma, com uma  calcinha minúscula, empinar a bunda em sua direção.  Mas nem  por cima do meu cadáver!
 
— SWAN, PRECISO FALAR COM VOCÊ! — falei alto, no tom mais autoritário que podia. Emma endireitou a postura na hora, e se virou bruscamente para mim. A italiana deu um pulo,  voltando à realidade, e me fuzilou com o olhar. Lancei a  ela um sorriso satisfeito.
 
— Oi! Sim. — Swan sorriu sem graça — E Henry?
 
—  Foi embora. — me aproximei mais — Te mandou um beijo. —  fechei a expressão para a italiana.
 
—  Bela, vou indo.  Até amanhã. — enquanto falava com Swan, me encarou de cima a baixo.
 
Devolvi o mesmo olhar!  É  claro que ela percebeu que não simpatizava com ela desde a primeira vez.
 
— Até amanhã, Picci! — Swan sorriu simpática.    A  xinguei mentalmente por escutá-la usando aquele apelido que me dava nos nervos.
 
Esperei até que fechasse a porta.  Cruzei os braços, ergui uma sobrancelha, e encarei Swan  por alguns segundos. Ela franziu o cenho, confusa. Respirei fundo,  e me afastei alguns passos. Ela me acompanhou com o olhar.
 
—   Seu treinador convidou Henry para  treinar alguns dias da semana com o filho dele. Disse que talvez meu filho tenha um talento natural, que precisaria ser moldado. Se Henry quiser, não vejo motivo para impedir.  — falei séria, olhando em seus olhos.
 
— Isso é fantástico! — abriu um sorriso enorme — Fiquei muito surpresa quando o vi sacar. — falou empolgada,  e eu me segurei para não sorrir com a cena.  — Por isso pedi para Kurt falar com você, e vim pra cá.  — fez uma pausa encolhendo as palavras — Não tinha certeza se  ia  me ouvir.
 
— Swan, não seja boba, é claro que  te escutaria, uma coisa não tem nada a ver com a outra. — disse com certeza na voz, analisei sua expressão  por alguns segundos, ela estava incomodada — Bom... — continuei falando — Eu só queria  agradecer por todo o incentivo que vem dado a Henry.  Agora, preciso ir. — ia me afastando  em direção à  porta,   ela deu um passo, e segurou em meu braço. Virei para olhá-la.
 
— Não precisa agradecer,  sei que aconteceu rápido, mas já  tenho um carinho especial por ele. — meneei a cabeça em entendimento. Fiz força para me livrar de seu toque, e finalmente sair, mas ela impediu — Não vai assim. — falou baixo, com um olhar inseguro, se aproximando  mais.
 
— Swan, eu preciso ir, tenho um compromisso político.  — disse  impaciente  — Só vim porque Henry insistiu.
 
— Vai continuar me tratando desse jeito até quando? — segurou em meu outro braço, e me virou totalmente de frente para ela. Aprofundou o seu olhar no meu. Respirei fundo.  Já não  bastava estar apenas de lingerie, ela tinha que me olhar daquele jeito? Fiz um esforço imenso para não desviar os olhos, e aproveitar de perto toda a visão de seu corpo. — Eu sei que não temos nada, mas não precisa me tratar com toda essa indiferença. — tinha mágoa em seu tom de voz. Me contive para não me abalar com isso.
 
— Você  já  tem quem te dê muita atenção, Miss Swan. — sorri  irônica, e  tentei me desvencilhar do seu toque outra vez.  Ela me segurou com mais força.
 
— De novo isso? — agora parecia nervosa — Eu não tenho, e nunca tive nada com  Kathryn.  Ela é  só uma companheira de equipe.
 
— Companheira que estava secando partes do seu corpo quando entrei. — elevei um pouco a voz. Estava fazendo um esforço enorme para não explodir. Se ela soubesse como esse assunto me irritava.
 
Swan balançou a cabeça, e fez uma expressão debochada.
 
— Muitas atletas que dividem o vestiário comigo, me acham gostosa! — falou, e eu senti meu sangue ferver. Ah, ela tinha muita coragem!
 
— E VOCÊ TEM A CARA DE PAU DE ME DIZER ISSO?  — respondi já  alterada — Me solta, Swan! — debati o meu corpo, mas ainda assim, não consegui me soltar  — Não tenho mais nada para fazer aqui! — falei entredentes.
 
Deslizou suas mãos pelos meus braços.  Respirei aliviada,  finalmente iria me soltar.
 
Segurou em meus pulsos, impulsionou o seu corpo sobre o meu.  Arregalei os olhos. O que ela pretendia? Precisei dar alguns passos incertos para trás.  Senti minhas costas chocarem abruptamente na parede. Fechei os olhos pelo impacto. Senti o corpo de Swan totalmente grudado ao meu, e suas mãos pressionarem com força meus pulsos acima de minha cabeça. Um arrepio passou pelo meu corpo inteiro no mesmo instante.
 
— Mas eu não quero nenhuma delas. — ainda de olhos fechado a escutei falar,  senti sua respiração em meu rosto.
 
Os pelos dos meus  braços se enrijeceram.
 
— Lembra a primeira vez que toquei em você assim?  — sussurrou, e  respirou próximo a meu pescoço. Senti a minha própria respiração ficar descompassada.  É  claro que lembrava! Foi ali que todas as minhas convicções começaram a ruir.
 
Swan... — minha voz saiu entrecortada, já sentia  minhas pernas ficarem moles.  — Preciso ir embora. — fiz um esforço enorme para terminar a frase. E tenho certeza que ela percebeu o meu abalo.
 
— A vontade que eu tinha de beijar o seu pescoço naquele dia.  — falou baixo, próximo a meu ouvido, e passou os lábios  pelo meu pescoço. Tentei conter o suspiro, mas ele saiu involuntariamente. Ótimo! Se ela tinha alguma dúvida que eu estava gostando, agora teve a certeza. Me repreendi mentalmente por não conseguir disfarçar direto.
 
Afastou o rosto um pouco do meu. Abri os olhos para olhá-la. Aquelas orbes verdes estavam cheias de desejo.  Posicionou uma de suas coxas entre as minhas pernas. Senti a saia que usava subir um pouco pela posição. Engoli seco por deduzir o que ela  faria. Diminuiu a pressão  que fazia em meus pulsos, e ainda me olhando fixamente,  soltou minhas mãos devagar. Segurei em seus ombros.
 
— É  você quem eu quero! — falou e encostou mais o seu corpo junto ao meu. Pressionou seu joelho fortemente entre as minhas pernas. Gemi e fechei os olhos. Senti a  umidade em minha calcinha.
 
Respirou novamente perto de minha boca. Voltei a abrir os olhos. Ela analisava minha expressão.  Abaixou seu olhar para a minha boca. Um calor percorreu o meu corpo todo. Se aproximou e tocou levemente com seus lábios  nos meus. Foi um selinho calmo.  Fiz menção de empurrá-la, mas me faltava vontade para isso.
 
— É você quem eu quero! —  repetiu com a boca praticamente colada na minha, segurou de leve em minha cintura com ambas as mãos.
 
Resistir a Swan vestida, já era difícil, assim, apenas de calcinha e sutiã, com o calor de seu corpo no meu,  sentindo o seu cheiro tão de perto,  era  impossível.
 
Me deu um novo selinho. Não demonstrei resistência dessa vez, já estava no meu limite, voltou a colar nossos lábios com mais intensidade, retribui. Apertou mais a minha cintura, e pediu passagem com sua língua em minha boca, cedi.  Estava acima de minhas forças resistir a isso. Passei os braços em volta do seu pescoço, e aprofundei o beijo. 
 
Explicar o que era o seu beijo para mim? Nunca conseguiria. Não na intensidade que ele me afetava. Não na maneira como me completava.  Palavra alguma descreveria a sensação  de quando nossos lábios se encontravam. E a  cada toque molhado de nosso beijo, a vontade que eu tinha dela aumentava.
 
Subiu as mãos por minha cintura, e as passou sensualmente pelo meu tronco. Apertou os meus seios por cima da camisa. Gemi em sua boca. Ela cessou o beijo e encostou sua testa na minha. Levou sua mão ao primeiro botão de minha camisa. Abriu. Elevou seu olhar ao meu.
 
— Pode pedir para eu parar se quiser. — sorriu. Abriu o segundo botão.
 
— Alguém pode entrar aqui. — respondi com receio.  Ela abriu o terceiro botão. Mordeu meu lábio inferior.  Fez uma expressão  safada. Mais um botão foi aberto.
 
— Sempre sou a última jogadora a sair. Ninguém mais vai entrar.  A esse horário só a comissão técnica está no ginásio.  São todos homens. — abriu o último botão. Passou as mãos por minha barriga, e apertou agora ambos os seios por cima do sutiã. Tentei não gemer, mas isso estava ficando difícil.  Voltou a me beijar, dessa vez com mais força. Retribui na mesma intensidade.
 
Ela me pegou fortemente pela cintura, me ergueu, sustentei meu peso em seu pescoço. Mantendo o contato do beijo. Pude perceber que deu alguns  passos pelo vestiário. Senti minhas pernas encostarem em algo gelado.  Cessou o beijo mais uma vez, e me colocou sentada em cima de um armário. Ele era menor que os demais, na altura de uma mesa.  Se posicionou  entre as minhas pernas.
 
Levou uma de suas mãos ao fecho de meu sutiã, entre os meus seios.
 
— Parece que escolheu a lingerie ideal para hoje. — assim que terminou de falar, senti meu sutiã ser aberto,  e o toque de seus dedos  sobre meus seios. Fechei os olhos aproveitando o calor daquele contato. Ela os apertou com força.
 
Aproximou sua boca de meu maxilar, e mordeu. Desceu com os lábios pelo meu pescoço, o chupou.  Gemi baixo, mas já pensando que não conseguiria me controlar por muito tempo. Estava ficando mais excitada a cada instante. Fez um caminho de beijos pelo meu pescoço, chegou com sua boca a  meu seio direito, beijou com delicadeza, logo em seguida, circulou o mamilo com a língua. Gemi e inclinei a cabeça para trás.
 
— Eles são uma delícia. —  abaixei a cabeça para olhá-la. Ela fez uma cara safada, e mordiscou de leve me olhando. Gemi baixinho e segurei em rosto. Levou a boca para meu seio esquerdo, o abocanhou com  mais força. Chupou com gosto. Mordi meu lábio inferior, e dei um gemido mais alto.  A cada sugada que ela dava, a humidade entre as minhas pernas aumentava.
 
— Morde! — pedi, olhando em seus olhos. Ela sorriu, ainda com meu seio em sua boca. No instante seguinte, mordeu.  Me arrepiei por completo. Se tinha uma posição ideal, e de pura maldade para fazer isso, Swan havia encontrado.  Me contorci sentada naquele armário.  Ele fez um barulho metálico que abafou o gemido alto que dei.
 
— Céus! — falei ofegante inclinando a cabeça para trás, procurando o ar que havia me faltado.
 
Ela voltou a me beijar com desejo. Desceu sua mão direita, e ergueu parcialmente a saia preta que eu usava. Afastou  seu rosto, fixou seus olhos nos meus. Levou ambas as mãos  para dentro de minha saia, e segurou as laterais de minha calcinha.
 
— Eu quero sentir você na minha boca!  — falou , puxando a peça  para baixo. Senti um frio na barriga. Swan estava mais solta do que na primeira vez. Parecia mais confiante.  Ergui levemente o quadril, e senti a peça ser deslizada por minhas pernas. Sem presa, ela a colocou ao meu lado no armário. Me deu um selinho. Segurou em meus joelhos e abriu minhas pernas. Se ajoelhou.  Desviou o olhar para a minha boceta, a vi salivar. Levou as mãos à  barra de minha saia, e a ergueu ainda mais.
 
— Você gosta de ver, não gosta? — perguntou, e sua voz saiu mais rouca, estava cheia de tesão.
 
— Gosto. — respondi com a respiração descompassada.
 
— Então pede. Como você quer, Regina?  — levei minha mão direita à  sua bochecha .
 
— Chupa! — levei o seu rosto   na direção em que queria.
 
Ela se inclinou, e olhando em meus olhos, colocou sua língua delicadamente dobre meu clitóris. Gemi baixinho quando senti  sua língua molhada e quente em mim.  Começou a fazer movimentos circulares. Inclinei melhor para ver aquela cena. Swan ajoelhada diante de mim, apenas de lingerie  branca,  parte de seus seios estavam à mostra. E com aquelas orbes verdes cheias de desejo. Ela era perfeita!
 
Circulou meu clitóris mais algumas vezes, e então fez o que eu pedi, chupou.  Mordi meu próprio  lábio inferior, tentando conter a vontade de gemer alto. Que boca gostosa ela tinha!
 
Continuou chupando,  e aumentou a intensidade. Fechei os olhos, e encostei na parede, tentado normalizar a respiração, mas foi inútil. A força que ela usava para me chupar, estava me enlouquecendo. Comecei a gemer alto, já não conseguia evitar. Involuntariamente, contrai as pernas, Swan segurou fortemente em minha coxas, as mantendo abertas. Estava a ponto de gozar.
 
— Ainda não! — a escutei falar,   abri os olhos, e a vontade que eu tinha era de socá-la.
 
— Emma ... — reclamei como pude, em meio a respiração ofegante. Minha voz saiu manhosa. Ela riu.
 
Ela  ficou de pé, se posicionou no meio de minhas pernas novamente. Segurei em sua cintura de ambos os lados. Ela encostou todo o seu corpo no meu, levou a sua mão esquerda aos meu cabelos e segurou com força. Me beijou, e eu pude sentir o meu gosto sem sua boca. Desceu beijando o meu maxilar, chupou com força o meu pescoço, meu corpo se contraiu como reposta. 
 
 Apertou mais a sua mão em meu cabelo.  Virou o meu rosto completamente para ela.  Fixou o seu olhar no meu.
 
— Eu quero comer  você com força! — senti uma pontada em meu sexo, tamanha foi a excitação ao escutá-la falar assim.
 
— Emma,  não posso fazer barulho. — e minha voz falhou, tudo o que  dizia  saia quase que em um gemido.
 
— Então vai ter que se esforçar mais. — sorriu, ela estava adorando ver a minha luta para controlar meus gemidos. Abaixou a cabeça. Acompanhei o seu olhar.  Levou sua mão direita para o meio de minhas pernas, encostou sua testa à  minha. Levou seu polegar a meu clitóris, e o circulou lentamente. Respirei mais ofegante. Abaixou um pouco mais a mão, e levou o seu dedo médio à  minha entrada. Penetrou só até a metade.  Gemi baixo, levei a mão à seu braço esquerdo e o apertei.  Tirou, e colocou o seu dedo em mim novamente só até a metade.  Voltei a gemer. Ela queria me provocar, e estava conseguindo.
 
— Está escorregando fácil.  — falou,  e na posição em que estávamos, era possível  ver perfeitamente ela me penetrar.  Enfiou o dedo médio por inteiro.  Gemi um pouco mais alto. Deu três estocadas lentas. Cravei as unhas em seu braço.
 
Colocou o seu dedo indicador junto ao médio e os penetrou lentamente.  — Eu adoro entrar em você, Regina. — sussurrou com a testa ainda colada à minha.  Elevei o olhar para ela.  Swan estocou fundo e lento mais algumas vezes. Minha respiração  ficava a cada instante mais descompassada.
 
Apertou  mais a sua mão em meu cabelo,  puxou. Chupou com força o meu pescoço. E estocou forte pela primeira vez. Apertei mais as unhas em seu braço, senti que ficaria a minha marca ali. A outra mão levei à seu ombro.  Repetiu o movimento na mesma intensidade.  Deixei mais marcas em seu corpo. Minha mão escorregou por seu ombro, seus cabelos molhados dificultavam o meu toque. Deu outra  estocada, mais forte que a anterior. Gemi alto, era impossível não fazer barulho.
 
Swan invadiu minha boca com sua língua, em um beijo sôfrego, tentou  abafar os gemidos que estavam ficando cada vez mais altos. Estocou com mais intensidade.  Fiz um escândalo, agora no meio do beijo. Não dava para controlar. Ela estava me comendo  com muita força.
 
— Eu tô  machucando você? — perguntou, respirando forte em meu rosto.
 
— Não. — respondi com a voz trêmula — Continua! — gemi de novo, ao senti-la fazer um movimento ainda mais bruto.
 
Fechei  os olhos, e a abracei pelo pescoço,  levei minha boca a  seu ombro. A cada estocada, mordia  sua pele na tentava abafar os gemidos. Ela repetiu o movimento várias vezes, e em todas elas, a sentia ir mais fundo.
 
Meu corpo começou a dar sinais de tremores descompassados, ela percebeu  e intensificou os movimentos ainda mais. Desci as mãos para seus braços, podia sentir as veia saltadas pela força que usava. A minha tentativa de abafar os gemidos em seu ombro, a essa altura, já não  funcionava mais.
 
— Goza pra mim. —  Sem parar de me estocar, ela puxou o meu cabelo para trás,  segurei em sua mão livre, e a levei em direção  à minha boca, ela entendeu o que eu queria com isso.  E então  só consegui  gemer abafado em sua mão, e escutar o barulho metálico do armário batendo na parede a cada estocada forte que ela dava dentro de mim.
 
Swan queria judiar. E se a intenção era me matar de prazer, estava conseguindo.  Não tinha mais controle nenhum sobre meu corpo.
 
Gozei em uma estocada funda e quente como só  ela sabia dar.  Ela  era uma delícia. Precisei morder fortemente sua mão que tampava  minha boca, para não fazer um escândalo ainda maior. De olhos fechados, senti meu corpo tremer por completo, e o líquido escorrer por minhas pernas.
 
Ainda dentro de mim, ela tomou os meus lábios em um beijo sedento.  A agarrei pelo pescoço e retribui. Gemi no meio do beijo me recompondo do orgasmo intenso.  Voltou a encostar a sua testa na minha. Respiramos fortemente, tentando recuperar o fôlego. Ambas estávamos suadas. 
 
Abri os olhos e ela me analisava. Retirou os seus dedos de mim devagar. Senti um leve incomodo.
 
— Nossa! — respirei fundo. Ela sorriu pequeno, e aproximou novamente o seu rosto do meu. Passou suas mãos sensualmente por toda a parte de fora das minhas coxas, senti sua mão molhar ainda mais a minha pele. Com a mão  esquerda, chegou a  meu rosto. Me fez um carinho suave. Beijou levemente minha bochecha. E fez um caminho de beijos até meus lábios. Por que ela era assim? Como conseguia me fazer pegar fogo de tanto tesão. E no momento seguinte, ser tão encantadora? Me beijou lentamente. Primeiro um selinho suave, logo em seguida, pediu passagem com a língua. Segurei carinhosamente em seu rosto, aprofundei o beijo. Nos perdemos ali por alguns minutos. Eu nunca cansaria de beijá-la. 
 
— Se quiser tomar banho, fique à  vontade. — falou, depois que sessamos o beijo.
 
 Arregalei os olhos. Me dei conta da realidade naquele instante.  Cora deveria estar ligando incansavelmente  em meu celular que estava no carro.  A empurrei rapidamente para ficar em pé.  Abaixei  minha saia.
 
— Eu preciso ir ! — falei olhando em meu relógio. Constatando o tamanho do meu atraso.  Swan me observava de perto.
 
— Pode se limpar ali. — apontou para um canto mais discreto do vestiário.
 
Peguei minha calcinha.  Antes de eu ir para a parte  do vestiário onde ela tinha indicado, a senti segurar  em minha mão livre.  Parei para olhá-la.
 
— Sabe que isso não muda nada, não  é? —  me apressei em dizer.
 
— Eu sei. — puxou minha mão, eu dei um passo, ficando mais perto dela. — Mas me promete que vamos conversar? — pediu receosa. A observei por alguns segundos em silêncio.
 
— Tudo bem. — respirei fundo — Podemos conversar.  Ela sorriu, pequeno. E soltou minha mão.
 
Fui aonde ela indicava. Me limpei como podia usando  os lenços umedecidos que encontrei. Só Swan para me fazer  ir a um encontro político cheirando a  sexo. Revirei os olhos. Minha roupa estava amassada. Mas não tinha o que fazer.  Voltei a me aproximar dela.
 
— Estou indo.  —  ela me puxou, e agarrou em minha cintura.  Beijou o meu pescoço, me arrepiei mais uma vez.
 
— Emma! — a repreendi, me encolhendo.
 
— Ok!— me deu um selinho — Só queria dizer que isso foi incrível! — mordeu meu maxilar.  Sorri, e me encolhi mais uma vez pelo arrepio.  Levei minha mão direita a seus cabelos e apertei com força. Trouxe o seu rosto  para mais perto do meu. Ela me olhou confusa.
 
— Sim, foi incrível! — meneei a cabeça  concordando — Mas se eu tivesse tempo agora, você estaria perdida! — falei séria.  Ela sorriu debochada e tentou mexer a cabeça, mas apertei com mais força  seu cabelo.
 
— E o que você faria? — perguntou, me desafiando.  Aprofundei ainda mais meu olhar no seu.
 
— Estaria fodendo você de quatro nesse banco! — minha voz saiu mais rouca que o normal. A vi engolir seco. Tomei os seus lábios com força, enfiei minha língua sem delicadeza em sua boca. Ela suspirou no meio do beijo. Estava excitada. Mordi o seu lábio inferior, raspei os dentes nele até soltá-lo por completo.  — Você ia gemer tanto, que o corredor inteiro iria escutar! — Larguei  os seus cabelos em um movimento rude,  e dei um passo para trás. Vi um sorriso surgir no canto de seus lábios.
 
Sai pisando firme, apesar de ainda sentir um leve tremor nas pernas. Ela me acompanhou com o olhar, secando o meu corpo de cima a baixo.

Cinza das Horas (Swanqueen)Onde histórias criam vida. Descubra agora