O que se ganha em se perder?

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Mills 

Apertei minhas mãos no volante. Seres asquerosos! Eles tinham tanta facilidade em mentir. A novidade não era a corrupção, isso não. Conhecia vários casos, inclusive de políticos do meu partido. Não sabia de detalhes, lógico. Mas tinha ideia  de possíveis acordos por debaixo dos panos. O que ambas as partes ganhavam em troca,  suspeitava. A impressão era que a cada ano piorava. Ou eu tinha mudado? Não sei. A situação estava tão escrachada, que não participar me tornava a diferente. Recebia olhares como um animal exótico entre eles. Um ser ameaçado de extinção, que logo teria o seu fim anunciado. Como isso me irritava.
 
Cora sabia que jamais aceitaria algum tipo de acordo inescrupuloso, mas mesmo assim, me fazia vir a eventos como estes. Para manter o elo e uma boa convivência, ela dizia. Revirei os olhos. Corja de falsos homens de bem. Nesse mesmo instante, minha mãe tinha ficado entre eles. Sorrindo. Como se todos ali fossem reais. Respirei fundo, tentando me acalmar, ficar neste estado com certeza não me faria bem.
 
Escutei meu celular vibrar, xinguei todos os palavrões que sabia mentalmente. Com certeza seria Cora já questionando o meu sumiço. Milah não poderia ser, a esse horário Henry já estaria dormindo. Ela ficaria  lá em casa,  planejava chegar de madrugada. Só não contava que me faltaria estômago para isso.
 

Abri a mensagem. 
 
Número desconhecido: Ia te fazer um convite para jantar, mas lembrei que você evita o meu macarrão.
 
 
Segurei o celular com mais força. O riso surgiu naturalmente em meus lábios. Pessoa alguma conseguiria arrancar um sorriso meu neste momento. Só ela.  Fiz questão  de olhar a foto do aplicativo. Ela estava em seu fusca, com a cabeça e os braços para fora da janela. As mãos pendiam como se estivesse cansada. No rosto, uma expressão teatral de enfado.  Bem estilo Swan, engraçada, espontânea  e linda. 
 
Me questionei momentaneamente como ela teria meu número, e me lembrei que eu mesma tinha digitado em seu aparelho na noite em que Killian apareceu em casa chorando pelo irmão. Meu celular me tirou dos devaneios vibrando  novamente.
 
Ela tinha mandado outra mensagem. Abri, era a foto do prato de macarrão.  Tenho que admitir que seu esforço era visível, parecia estar bom. Fechei a foto e digitei.
 
Eu: Miss Swan, mandar entregar a comida, colocar no prato, e fingir que cozinhou?
 Não vale! 

Número desconhecido: Bullying com meu macarrão de novo! :/  
 
 
Sorri feito idiota, imaginado a carinha dela ao digitar.  Me repreendi mentalmente por cogitar tal possibilidade. Fiquei alguns minutos olhando para o nada. Eu só podia estar ficando louca! Passei a mão nervosamente pelo rosto. Encostei a cabeça no banco,  mirei o teto do carro. A vontade de esganar minha irmã  por conselhos  indevidos veio a mim. “O que se ganha em se perder?” A voz de Swan dizendo essas palavras ecoou em minha memória. Olhei as mensagens mais uma vez, travei o celular, o joguei no banco do carona. Dei partida,  e fui em direção ao único lugar que queria estar naquele instante.
 
***

— Eu nunca acreditei que viria! — Swan abriu a porta, me olhando de cima a baixo,  surpresa. Ergui uma sobrancelha. Mas nada disse. Percorri o seu corpo com o olhar, ela usava um shorts preto  curto e uma regata branca muito transparente. Respirei fundo, com o último fio de sanidade que me restava, voltei a olhar em seu rosto  — Bom, não tinha colocado à mesa, mas  ajeito rapidinho. — disse, passando a mão nervosamente pelo cabelo.
 
— Eu já jantei, Swan. Não vim por isso. — a interrompi.
 
— Então o quê? — franziu o cenho. Lenta! Sorri internamente, analisando a sua expressão confusa.
 
 
— Vim para isso! — falei dando um passo, entrando em sua casa, e selando nossos lábios sem delicadeza. Fiz antes  que a coragem que tinha tomado durante o caminho se dissipasse.
 
Ela me abraçou forte pela cintura, correspondendo.  Fechou a porta atrás de mim e me pressionou contra ela. Levei as mãos ao seu rosto e pedi passagem com minha língua em sua boca. Ela prontamente concedeu. Aprofundei o beijo. 
 
A vontade que tinha de beijá-la não diminuía independente de cada movimento. Parecia aumentar. Mordi com força o seu lábio inferior, e logo em seguida, invadi sua boca com minha língua novamente. Eu tinha sede dela! Não conseguia mais resistir a isso.
 
Ela deslizou as mãos  de minha cintura à minha bunda, apertou com força. Sorri em sua boca, adorando a ousadia. Ainda com as mãos ali, me ergueu. Abracei o seu pescoço, e entrelacei minhas pernas à sua cintura.  Senti a saia lápis preta que usava, subir pelas minhas coxas. Ela me beijou com mais força.
 
Deu alguns passos incertos. E me colocou sentada na mesa de canto. Escutei alguns objetos caírem. Seus lábios fizeram o movimento de um riso no meio do nosso beijo. Também ri. Afastei um pouco meu rosto do seu. Ela me olhou. Levei minha mão à sua boca e desenhei o contorno  com o polegar. Seu sorriso era lindo. Ela deslizou as mãos pelas minhas coxas e apertou fortemente. Ergueu minha saia quase que por completo. Levou sua mão direita à meus cabelos.  Segurou fortemente, inclinou minha cabeça para trás, senti sua língua pelo meu pescoço, fez o caminho até minha orelha passado levemente o nariz em minha pele.
 
— Adoro o seu cheiro.  – sussurrou chegando ao meu ouvido. Senti os pelos dos meus braços  se arrepiarem.
 
Com a mão esquerda, puxou o meu brinco que era apenas de pendurar. O barulho dele sendo jogado pela mesa ecoou. Levou a boca ao lóbulo de minha orelha, chupou, depois mordeu. Meu corpo se encolheu como reposta.  Com a mão que estava em meu cabelo, puxou, e virou meu rosto para ela.
 
— Tem certeza? — perguntou com sua boca perto  da  minha. 
 
Levei a mão à sua bochecha. Percorri com o olhar sua expressão.  Dei um selinho cheio desejo em seus lábios.
 
— Eu quero você! — falei aprofundando   meu olhar no seu. 
 
Era a confirmação que ela precisava. Me ergueu mais uma vez,  andou comigo entrelaçada à sua cintura. Segurando em seu rosto, eu voltei a beijá-la. Ela sentou no sofá da sala, podia escutar distante a tv  ligada. Me encaixei perfeitamente em seu colo. Já sentia minha calcinha totalmente molhada a essa altura.   Segurou em minha bunda mais uma vez. E me pressionou  de  encontro ao seu colo. Gememos com o atrito.
 
Desci as mãos pelo seu tronco, cheguei à barra de sua regata. Ergui  parcialmente,  enfiei as mãos por dentro. Sessei o beijo, e encostei minha testa à sua para olhá-la.  Ela abriu os olhos, senti um frio na espinha, lá estavam aquelas orbes verdes que me deixavam fraca. Com o olhar fixo no seu, passei os dedos por sua barriga e arranhei sem dó. Ela gemeu, respirando forte em meu rosto.
 
 Subi as mãos por  seu corpo lentamente. Ela passou a língua pelos lábios e engoliu seco. Sua respiração ficou mais ofegante. Minhas mãos chegaram a seus seios, os mamilos  estavam enrijecidos pela excitação, a vi fechar os olhos com o meu toque. Apertei forte e ela franziu o cenho. Inclinou  o corpo para trás. 
 
— Eles já  estão assim? — perguntei com a voz rouca perto de seu ouvido.
 
— A culpa é sua. — disse ofegante. Gemeu baixinho como resposta a mais um aperto que dei.
 
Repeti o movimento mais algumas vezes. Maltratei seus mamilos com os indicadores e polegares. E me deliciei assistindo suas reações.
 
Em um impulso, abriu os olhos e segurou bruscamente a camisa branca que eu usava. Não fez nem menção de desabotoar, puxou  para cima, a ajudei a retirar passando por minha cabeça. A peça  ficou  pelo sofá. Meus cabelos escorreram bagunçados em meus ombros. Ela percorreu o meu colo com o olhar, minha pele parecia queimar com a intensidade de desejo  em seus olhos. Fiquei ainda mais excitada.
 
Beijou meu pescoço  e desceu pelo vale dos meus seios  passou a língua. Apertou fortemente meus seios por cima da lingerie preta que usava. Gemi, e cravei as unhas em seu ombro. Tomou meus lábios com tesão. Segurei em seu rosto com força, e retribui o beijo com mais intensidade. Como ela beijava gostoso. Desvendar cada pedacinho de sua boca, era uma sensação maravilhosa. O gosto do seu beijo me deixava mole. E a cada movimento molhado de sua língua dentro de minha boca, fazia a pulsação entre as minhas pernas, aumentar. Swan estava me enlouquecendo.
 
Ela levantou do sofá comigo no colo. Abri parcialmente os olhos enquanto a beijava, pude vê-la indo em direção à escada. Perdi um Louboutin pelo caminho. A passos tortos, ora me imprensando ao corrimão, ora à  parede. Chegamos a seu quarto. 
 
Senti o colchão em minhas costas.  Me colocou de maneira delicada na cama e soltou o peso do seu corpo sobre o meu.  Me beijou sem pressa. Passando sua mão direita por toda a lateral do meu corpo. Desceu beijando meu pescoço.  Apertou mais uma vez meus seios sobre o sutiã. Fez um caminho de beijos até minha barriga. Retrai um pouco o corpo sentindo cócegas. Escutei um riso sair de seus lábios.   Parou, e ergueu o olhar procurando o meu. Sorri de volta, levei a mão a seu rosto, fiz um carinho suave, demonstrando que ela podia continuar. 

Cinza das Horas (Swanqueen)Onde histórias criam vida. Descubra agora