Mills
— Esse filme de novo? — revirei os olhos.
— Mamãe, o papai ainda não viu. — meu filho disse, empolgado segurou o controle e pulou na cama.
— Você vai cair, rapaz! — Robin o advertiu, mas acabou sorrindo logo em seguida. Henry sentou no meio de nós.
Era uma quarta à noite, Robin e eu estávamos aproveitando para assistir algo com o nosso filho. Ultimamente estava sendo difícil ter um tempo para nós três. Então hoje, decidimos jantar cedo e aproveitar. Agora estávamos ali, em nosso quarto escolhendo um filme.
— Pode ser esse mesmo, mamãe? — Henry perguntou receoso.
— Pode sim, querido, você escolhe. — ele abriu um sorriso largo.
— Eba! — deitou ao lado do pai, deu play.
— Bom como eu já assisti, vou aproveitar para fazer pipoca. Vocês querem? — levantei.
— Sim ! — Henry respondeu eufórico. Robin apenas sorriu, e assentiu com a cabeça.
Desci, fui até a cozinha. Na hora que iria colocar a pipoca no micro-ondas, a campainha tocou. Franzi o cenho, olhei para o relógio. Estranho, não estava esperando ninguém. Já passavam das oito da noite. Suspirei. Fechei meu roupão de seda preto. Fui em direção à porta.
Fiquei ainda mais surpresa, quando olhei pelo olho mágico e vi Killian Jones. Ele estava de cabeça baixa, mas era possível reconhecê-lo. Havia falado com ele durante o jogo de vôlei, e depois nas trocas de aulas, quando gentilmente levava meu material até à outra sala. Geralmente eu não permitia esse tipo de aproximação, mas com Jones acabava sendo natural. Tínhamos afinidade, coisa que raramente acontecia entre mim e os alunos.
Nas aulas, eu o estava evitando, pois estar perto dele, dentro de sala, significava proximidade à Emma Swan, e isso era tudo o que queria evitar depois daquele jogo. Aquela situação constrangedora no ginásio só serviu para eu ter ainda mais certeza, que precisava manter distância daquela garota. Só Deus sabe o que aconteceria se ela tivesse se aproximado mais de mim naquele corredor.
O pior de tudo isso, era que Henry estava fascinado por ela. O autógrafo que Swan deu em sua camiseta o motivou a ficar com ela em casa durante três dias seguidos. Foi um sufoco convencê-lo a tirar a maldita camisa, e colocá-la para lavar. Também não era para menos, Swan foi muito atenciosa com ele. Conversaram e riram juntos durante um bom tempo. Ela só saiu porque tinha que tomar banho e jantar com a italiana. Revirei os olhos ao lembrar da tal Kathryn. Depois disso, Henry me atormentava para saber quando iríamos ao próximo jogo. A minha sorte, era que a partida de hoje seria na cidade vizinha, então eu tive argumentos para convencê-lo de que não daria para ir. Era só o que me faltava, em plena quarta-feira, me abalar a um jogo de Swan. Só de pensar já dava raiva! Odiava a maneira como aquela garota estava entrando sorrateiramente em minha vida.
Respirei fundo, não fazia a ideia do que ele poderia ter vindo fazer aqui. Abri a porta.
Killian ergueu a cabeça e me olhou nos olhos. Era nítido o sinal que havia chorado.
— Ele foi adotado. — falou baixo e mais lágrimas brotaram instantaneamente em seus olhos. — Por uma família francesa. Embarcou hoje pela manhã. — passou a mão pelo rosto tentou inutilmente enxugar as lágrimas — Eu não pude nem me despedir. — finalizou e nessa hora sua voz já era apenas um soluço.
Fiz a única coisa que poderia naquele momento. Abri os braços. E ele no mesmo instante veio ao meu encontro. Se aninhou. Chorou em meu ombro. Ficamos ali durante alguns minutos. Até que pude perceber sua respiração voltar ao normal. Afastei um pouco.
— Vem, vamos entrar. — falei segurando em sua mão, fechei a porta e o direcionei até à sala.
— Não quero atrapalhar, professora Mills. — parou de andar. Também parei, o esperei falar. — Não sabia para onde ir — fez uma pausa — Emma e Ruby tiveram um jogo fora da cidade. Mas já mandei mensagem. Vou dormir na casa de Emma hoje. — limpou mais uma vez o rosto — Eu só não queria voltar para o abrigo até elas chegarem. — finalizou, tentou respirar fundo.
— Não está atrapalhando senhor Jones, venha. — o puxei novamente o deixei sentado no sofá e fui rapidamente ao banheiro pegar lenços de papel. Entreguei, ele agradeceu com a cabeça. Sentei próxima.
— Não vai conseguir evitar o abrigo por muito tempo, senhor Jones. — disse em um tom baixo.
— Eles sabiam do processo de adoção, e não me contaram. — começou a contar e a mágoa era nítida em sua voz — Eu fiz o pedido para Liam passar meu aniversário comigo há dois meses. — limpou os olhos com o lenço — Eles me deixaram ter esperança. Já sabiam que ele seria adotado. E só me avisaram agora. Quando eu... — soluçou — Quando eu não podia ao menos me despedir.
— Eu sei que foi cruel. Eu concordo. Mas eles são responsáveis por você até sua maioridade. Tem que dar satisfações a eles de onde está. — adverti.
Ele suspirou conformado.
— Eu sei. Avisei por mensagem que estaria com Emma e tia Ingrid. Só por hoje, não quero ver ninguém daquele lugar. Minha vontade era não ver mais! Por causa deles, nunca mais vou ver Liam! — citar o irmão o fez voltar a chorar. — apertei sua mão, tentei consolá-lo.
— Regina, Henry está perguntando da pipoca. — Robin falou entrando na sala. Mas estacou. Eu levei um susto. O corpo de Killian se retesou no sofá. Tinha me esquecido da pipoca! Robin franziu o cenho, sem entender a cena que via.
— Desculpe não sabia que tínhamos visitas. — disse surpreso.
— Este é Killian Jones, meu aluno. — falei me levantando do sofá, apontei com a mão para Killian. Robin foi até Jones e apertou sua mão.
— Eu já estou de saída. — disse constrangido, faz menção de levantar do sofá.
— Não! — me apressei em dizer — Espere só um momento, vou ajudar Robin com algumas coisas na cozinha. Só um minuto!
Fui à cozinha, Robin me seguiu.
— Um aluno? É sério isso, Regina? — Robin questionou, assim que nos encontramos sozinhos.
— Robin, ele está com sérios problemas pessoais. Veio conversar. Só isso. — expliquei.
— Mas acha seguro trazê-lo aqui a essa hora? — apontou para a porta — Tem o nosso filho.
— Robin, eu o conheço! — fui enfática — Sabe que nunca colocaria nosso filho em uma situação de perigo.
Robin deu um suspiro conformado. Sua expressão suavizou.
— Ok! Se você confia nele, eu fico mais tranquilo. — começou a mexer nos armários da cozinha — Vou fazer a pipoca e levar a Henry. Se precisar de mim, estarei em nosso quarto.
— Tudo bem! — disse pegando duas xícaras, coloquei água quente e sachês de chá.
Voltei à sala.
— Espero que goste de camomila. — entreguei‐lhe a xícara.
— Eu só te dando trabalho! — tentou sorrir em simpatia. Continuou a falar — Emma e Ruby já estão na entrada de Storybrooke. Acho que já vou indo, combinei de esperá-las na praça, na rua de baixo. — franzi o cenho ao escutar a última parte.
— Não, senhor Jones, está tarde! Mande-as vir para cá. — respondi rápido.
Era perigoso para ele descer sozinho aquele horário. E para elas ficarem esperando por lá, também. Admito que a ideia de ter Swan em minha casa, mesmo que fosse de passagem, não me agradava muito. Mas, a última coisa que precisávamos naquela noite, eram mais coisas dando errado.
— Pensei que te incomodasse o fato de seus alunos saberem aonde mora. — tentou justificar.
— Fui prefeita dessa cidade, a maioria das pessoas sabem onde fica a minha casa. — expliquei tomando um gole de chá.
Ele pareceu ponderar.
– Certo! — decidiu — Vou avisá-las.
***
Em meia hora Ruby batia na porta de minha casa. Eu havia trocado de roupa. Coloquei uma calça preta, uma camisa branca e um Scarpin. Não havia necessidade de maquiagem, apenas um batom vermelho. Abri a porta, pude ver Swan um pouco atrás, tinha uma expressão receosa. Ambas usavam um agasalho azul com o logo do time de vôlei.
— Boa noite, professora Mills. — Lucas me cumprimentou com um sorriso sem graça — Killian disse que poderíamos buscá-lo aqui.
Assenti com a cabeça.
— Boa noite! — Swan apenas fez um movimento com a cabeça. — Entrem, ele está na sala.
Elas entram, fechei a porta e as guiei até à sala. Killian as abraçou e toda aquela situação triste se repetiu. Ruby não se conteve e também chorou abraçada ao amigo. Swan tinha uma cara abalada. Mas manteve-se firme.
— Pessoal, temos que ir. — Swan que, ficou o tempo todo em pé, e estava visivelmente desconfortável, chamou a atenção dos amigos. — Tia Ingrid acabou de dizer que o abrigo ligou. Ela falou para eles que já estávamos chegando. Temos que correr pra lá! Vai que ligam de novo.
Killian bufou.
— Hipócritas! Como se eles se importassem comigo! — disse com raiva, levantou do sofá. Lucas e eu também levantamos.
Fomos todos em direção à porta, e só então pude ver na calçada um fusca amarelo, provavelmente era o carro em que tinham vindo. Ruby saiu primeiro, despediu-se de mim com um sorriso de gratidão.
— Obrigada! E desculpe por todo o incômodo. — Killian me abraçou apertado. Seus olhos ainda estavam vermelhos.
Segurei em seu rosto com ambas as mãos.
— Apenas fique bem, ok? — disse e ele me sorriu. Swan, que vinha por último, observou a nossa interação.
— Obrigada. — falou ao passar por mim, e me direcionou um olhar agradecido.
— Espere! — disse rápido, levantei a minha mão.
Ela parou no mesmo instante, franziu o cenho sem entender. Me aproximei dela, peguei o celular em sua mão. Ela me olhou curiosa, enquanto eu digitava no aparelho.
— Aqui! — disse ao devolver o celular — Se precisarem de ajuda, podem me ligar. — falei, tendo a certeza de que era o certo a fazer.
A expressão de confusão no rosto de Swan, deu lugar a uma de gratidão. Esboçou um sorriso sincero e tímido. Balançou a cabeça em afirmação.
Vi os três entrarem no fusca, Swan dar partida. Sumiram na esquina.
***
— “Fechemos este livro. Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados.” — fiz uma pausa ao terminar de ler o trecho. Olhei para a porta de minha sala e vi Swan acompanhada de Ruby Lucas, ambas pareciam inquietas. Achei estranho, mas continuei — Os Sertões, Euclides da Cunha, 1902... — outra pausa — Só um momento. — falei para a turma, fui saber o que queriam.
Sai no corredor, fechei a porta para que os alunos não escutassem o teor da conversa.
— Eu espero que seja um assunto realmente muito importante para vocês interromperem minha aula! — ergui uma sobrancelha, fiz minha melhor cara de repreensão.
— É o Killiam, professora Mills. — Ruby Lucas falou baixo meio receosa. — Swan estava atrás dela, e andava de um lado para o outro impaciente.
— O que tem o Senhor Jones? — perguntei já ficando preocupada.
— Ele saiu da aula de Graham falando que precisava falar com a senhora. — Swan falou rápido interrompendo Lucas.
Fiz uma cara surpresa.
— Eu não o vejo desde ontem, depois que saíram de minha casa.
Swan encarou Ruby com os olhos arregalados. Eu sabia o que elas estavam pensando.
— Obrigada, professora! — Swan falou, virou rápido em direção ao corredor que dava acesso ao pátio. Lucas a seguiu rapidamente.
Voltei para a sala, pedi para que continuassem a leitura individual, sai. Deduzi que elas tinham ido ao pátio dos fundos. Mais necessariamente, aos banheiros.
Andei rápido, não tanto como gostaria, mas na velocidade que meus saltos permitiram. Quando cheguei ao pátio dos fundos, pude ver Lucas e Swan saindo do banheiro masculino. O mesmo no qual havia acontecido aquele infeliz incidente pouco mais de um mês atrás. As suas expressões não eram nada agradáveis.
— Ele vai fazer besteira! — Swan passou a mão na testa, olhou para mim assim que me aproximei.
— Pode estar me procurando nas salas. Ele não sabe o meu horário. — respondi colocando as mãos na cintura. Aquela situação estava me deixando incomodada.
— Killian perguntaria a Leroy, professora, tenho certeza. Assim como nós fizemos. — Ruby explicou tentando manter-se calma. Leroy era o inspetor.
— Olharam no banheiro feminino também? — perguntei apontando com o dedo.
— Sim! Nada! — Swan respondeu, e respirou fundo. Seu estado de nervos estava alterado.
— SIM! ISSO, ESCOLA ESTADUAL DE STORYBROOKE. PRECISO QUE VENHAM RÁPIDO! — Zelena praticamente gritou ao telefone, andava a passos largos, seguida de Graham, Leroy e a moça da cozinha.
Quando passaram por nós, não parou, apenas retirou momentaneamente o celular do ouvido.
— Graham, Leroy, levem Emma e Ruby de volta à sala delas! — me olhou enquanto dava a ordem, e ali eu já sabia. Eu conhecia minha irmã. — Se for preciso tranquem os portões, mas não deixem que nenhum aluno desça aqui! — finalizou. Graham e Leroy foram fazer o que lhes fora indicado.
Procurei pelos olhos de Swan, eles já estavam marejados. Ela pressentia algo. Leroy se aproximou de Ruby, que também já tinha uma expressão de choro, a tocou no braço. Lucas deixou‐se levar. Já Swan, quando Graham a tocou, se desfez bruscamente de seu contato. Fez menção de correr, mas ele foi mais rápido, e a agarrou, a puxou em direção às salas.
— NÃO! — ela se debateu — O QUE ACONTECEU? FOI COM O KILL?— Graham praticamente a arrastou. — KILLIAN! — gritou pelo nome do amigo. Seu rosto já estava vermelho. As lágrimas escorreram. O desespero a tomou naquele instante.
E dali eu já podia ver Ruby, um pouco mais distante, chorando com as mãos no rosto, amparada por Leroy.
Tudo isso passou em uma fração de segundo, mas observava aquilo como se estivesse em câmera lenta. Segui os passos de Zelena, que a essa altura já estava no final do pátio. A vi entrar no estoque de merenda. Lugar que apenas os funcionários da cozinha tinham acesso.
Ao passar pela porta, depois de algumas prateleiras com mantimentos, vi a cena que menos queria.
Killian Jones caído no final do cômodo. Estava consciente, mas não com uma aparência boa. Pude ver Zelena pegar em sua mão enquanto ainda tinha o celular no ouvido. A moça da cozinha, encostada na parede, levou as mãos à boca.
Ao longe, ainda escutava os gritos de Swan ecoarem.
Me aproximei mais, e pude ver ao lado da mão de Killian uma seringa. Ele havia injetado a droga em si mesmo. E, provavelmente, não mais conseguiu levantar dali. Zelena soltou a mão dele, se afastou indo em direção à porta. Deduzi que era para melhorar o sinal em seu aparelho. Ela estava nervosa. Falava ao telefone e passava a mão no rosto, inquieta.
Fui até Killian. Agachei ao seu lado. Suas pupilas estavam dilatadas. Dentro de seus olhos, e abaixo dos mesmos, podia-se notar uma vermelhidão nada comum. Seu rosto estava completamente suado. E ele tremia como se estivesse com muito frio.
— Ei... — falei suavemente pegando em sua mão — Vai ficar tudo bem! — continuei baixo.
Ao ouvir minha voz, ele tentou bruscamente se levantar. Mas seu tronco foi novamente ao chão.
— Calma! — coloquei a mão em seu peito em um afago. A sua agonia era nítida. — Eu estou aqui!
O puxei para apoiar a cabeça em meu colo. Ele, com esforço pela primeira vez, conseguiu fazer contato visual comigo. Suas orbes pareciam não conseguir se fixar em um ponto por muito tempo. Passei meu braço direito por debaixo de sua cabeça. E com a mão esquerda segurei a sua, as descansei em seu peito.
— Não se esforce. — falei em um sussurro, fiz um carinho com o dedo em sua mão — A ambulância já está chegando. — forcei um sorriso para confortá-lo.
— E eu só te dando trabalho! — disse com a voz entrecortada.
— Vou pensar em um bom castigo para isso. — ele sorriu, mas com o esforço acabou mais tossindo do que realmente dando risada.
Ficamos em silêncio enquanto ele recuperava o fôlego com muito pesar. Sua respiração falhava e o tremor em seu corpo aumentava.
Killian desceu o olhar para meu pescoço e viu o colar de arco-íris. Mesmo com a intensidade dos tremores aumentando, esboçou um novo sorriso.
— Agora você pode ser a luz mais brilhante desse arco-íris. — disse num fio de voz.
Um frio passou pela minha espinha, e um medo se apossou de mim. Apertei mais sua mão.
— Este posto é seu, senhor Jones. Você está proibido de pensar o contrário. — engoli seco — Isso é uma ordem!
— Eu sinto, professora Mills — fez uma pausa tentado respirar fundo. O ar parecia que lhe faltava. — Nunca deixaria de cumprir uma ordem sua se eu tivesse escolha.
— Então não ouse desistir! — falei me alterando.
— Eu já não brilho mais, professora. — falou baixo, uma lágrima escorreu pelos seus olhos. — Há muito tempo na verdade. Só não tinha percebido isso. — fechou os olhos, e fez uma cara de dor.
— NÃO! — apertei mais a sua mão. Nessa hora eu já estava completamente desesperada — KILLIAN! KILLIAN, ABRA OS OLHOS! — gritei, chacoalhei o seu tronco.
Zelena chegou pelas minhas costas. Observava a cena com lágrimas nos olhos. Já não estava mais ao telefone. Balancei mais forte. Ele abriu os olhos, e eu soltei o ar que prendia em um instante de alívio.
— “Serás para mim única no mundo.” — começou a falar com dificuldade, depois de alguns segundos em que apenas me olhava. Percebi ser o trecho do livro de que tanto gostava. Senti meus olhos lacrimejarem no mesmo instante. Ele continuou — “E eu serei para ti único no mundo...” — terminou, e apertou minha mão com a pouca força que tinha.
— “Não és para mim senão um garoto igual a outros.” — continuei e nessa hora uma lágrima escorreu livremente pelo meu rosto — “Mas, se me cativas, nós teremos necessidade um do outro.” — finalizei a frase com a voz embargada. Killian me sorriu tristemente.
— Minha mãe teria adorado conhecer a senhora. — fechou os olhos enquanto dizia, mas os abriu em seguida. — Ela também sabia trechos de cor.
— Teria sido uma honra a ter conhecido, Killian. — minha voz estava tão embargada, que quase não saiu. Outra lágrima escorreu pelo meu rosto.
— Obrigada por sua amizade, professora Mills. — fez uma pausa, chorando ainda mais — Desculpa por ter sido tão breve. — finalizou fazendo um esforço para beijar minha mão que estava entrelaçada à sua.
***
Killian Jones morreu nos meus braços. As onze e trinta da manhã do dia 12 de Abril. Três dias antes de completar dezessete anos. Partiu olhando as cores do colar que havia me dado. Ali esperando a emergência, a luz mais brilhante do arco-íris se apagou. Tornando tudo mais cinza.
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Cinza das Horas (Swanqueen)
FanfictionRegina Mills é ex-prefeita de Storybrooke, volta a lecionar Literatura na escola da cidade depois de dois mandatos bem-sucedidos. No seu primeiro dia de aula, conhece Emma Swan, uma jovem atleta, que será sua aluna. Emma não pretende ficar muito tem...