Ravi

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Por Ravi

No ano passado eu tinha uma namorada. O nome dela é Luísa. Perdi minha virgindade poucas semanas antes de começar a ficar com ela. Então ela foi a segunda garota que eu transei.

Nós éramos considerados o casal mais bonito da escola. Daqueles que sempre ganham como rei e rainha do baile. Daqueles casais que todos querem ser amigos e sentar na hora do intervalo.

Eu a amava. Mas na verdade nós vivíamos um relacionamento abusivo, de ambas as partes.

Quando começamos a ficar ela era virgem. Depois de algumas semanas ela disse que estava pronta e nós transamos pela primeira vez. Foi tudo muito bom, bem clichê de filme romântico. Mas, passado algum tempo, nós começamos a brigar por coisas bobas. Nós nos desafiávamos o tempo todo. Ela sempre foi muito insegura e tinha muito ciúmes de mim. De fato, muitas meninas me davam mole. Mas eu não queria ninguém, queria ela. Só bastava ela acreditar que isso era verdade.

Na nossa primeira briga mais "feia", ela jogou na minha cara que eu só queria foder com ela, que o meu objetivo era somente tirar sua virgindade, que há qualquer momento eu a trairia. Não sei de onde ela tirou isso, porque eu jamais faria uma coisa assim. Com o tempo essa coisa de jogar esse assunto na minha cara ficou tão comum que eu comecei a acreditar que era isso mesmo, que eu só queria tirar sua virgindade, que era aquilo que tinha me atraído nela. Ridículo, eu sei. Mas dizem que quando uma mentira é contada muitas vezes ela se torna verdade.

Um dia em uma festa da escola nós estávamos tendo mais uma de nossas brigas quando ela jogou esse assunto da virgindade na minha cara novamente. Eu já estava um pouco bêbado e aquilo foi a conta pra eu gritar, pra todos que quisessem ouvir, que era aquilo mesmo. Que meu objetivo sempre foi a virgindade dela, nada mais.

Lembro da cara de desapontada que ela fez e saiu pela porta, sem dizer uma palavra se quer. Eu até tentei ir atrás dela mas meus amigos disseram que era melhor deixar pra outro dia, que daquela forma não íamos nos resolver.

Eu fiquei. Bebi horrores, usei droga e transei com uma garota qualquer. Ela soube. E ela nunca mais falou comigo.

Nas semanas seguintes eu cheguei ao fundo do poço. Fui atrás dela várias vezes e ela nunca me atendeu, nunca olhou nos meus olhos novamente. Comecei a ter crises de ansiedade e me sentir depressivo. Foi ai que meus pais decidiram que deveríamos mudar de cidade, de escola. Então viemos pra cá.

No dia que eu estava vindo embora resolvi passar na casa dela pra tentar falar com ela uma última vez e me desculpar por qualquer coisa. Ela tinha ido viajar pra cidade dos avós dela, e logo os grupos do whats começaram a bombar. Ela e a família sofreram um acidente. O pai dela morreu, a mãe dela teve ferimentos graves e ela... ela entrou em coma.

E ela está em coma, até agora.

Não é minha culpa o acidente, obviamente, mas no fundo eu me sinto péssimo. Precisei e preciso de terapia semanal, tomo remédios pra dormir e tenho sempre pesadelos.

Quando vi a Lídia pela primeira vez naquela festa eu lembrei muito da Luísa. Elas tem o mesmo tipo físico, cor de cabelo, só não são parecidas no temperamento.

Talvez sejam as lembranças (boas) da minha ex que tenham me atraído pra Lídia. Eu só queria me divertir de fato. Mas, quando ela me disse que era virgem, foi como se um buraco tivesse se abrindo embaixo de mim e toda minha história com a Luísa viesse a tona.

Nem fudendo que eu vou tirar sua virgindade!

O garoto que me fez perder a linhaOnde histórias criam vida. Descubra agora