Viagem pra Nova Iorque

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Estávamos embarcando para Nova Iorque. O prêmio era a viagem com tudo pago, e lá estávamos nós.

Os gêmeos do primeiro ano, eu e Gael, e Aurora e Ravi.

Sim, o casal do ano ficou em primeiro lugar do terceiro ano. Embora Luna e Mike tenham feito um trabalho melhor, na minha opinião.

Seria cômico se não fosse trágico essa viagem.

Durante o voo mal nos olhávamos. Como duas pessoas que eram tão amigas e apaixonadas podiam se afastar dessa maneira, como dois desconhecidos.

Chegamos no hotel e fomos recepcionados por uma equipe contratada pelo prefeito. Teríamos a primeira noite livre pra passearmos e irmos jantar onde quiséssemos. No segundo dia teríamos um café da manhã com algumas autoridades, algo mais burocrático, e a tarde poderíamos passear também. No terceiro dia, durante a manhã, apresentaríamos o trabalho em uma escola dali e depois a tarde livre também para passeio. Iríamos embora na noite do terceiro dia.

Os gêmeos dividiriam o quarto. O restante tinha um quarto separado. A escola jamais "deixaria" os casais juntos.

Depois de um banho demorado fui descansar um pouco. A vista do meu quarto era incrível, fui privilegiada. Os vidros gigantes deixavam todas as luzes da cidade maravilhosa a mostra. Era sensacional.

Recebi uma mensagem no meu celular. Era Gael perguntando que horas iríamos jantar. Ele disse que os gêmeos nos convidaram pra jantar com eles.

- E Aurora e Gael?

- Eles vão pra balada, pra variar 🙄

- Hum... vou me trocar então e já descemos!

- Ok princesa 🥰

Coloquei um vestido e me senti nostálgica. Era o vestido que Ravi mais gostava que eu vestia. Segundo ele eu ficava gostosa sem ser vulgar. "Gostosa na medida certa". Ri com essa lembrança e balancei a cabeça me olhando no espelho. Meu coração ainda doía de saudades.

Respirei fundo e terminei de me arrumar.

O jantar com os gêmeos foi super agradável. Eles nos convidaram pra ir em um restaurante próximo do hotel, muito acolhedor e tinha uma comida maravilhosa. Eles já visitaram o local em outras ocasiões. Eles eram bem legais e o papo fluiu super bem.

Chegamos na porta do meu quarto, que ficava antes do quarto do Gael. Todos os quartos ficavam no mesmo andar.

- Quer ir dormir no meu quarto? - Gael falou baixo se aproximando

- Só dormir? - brinquei levando uma mão até sua nuca e acariciando

Suas mãos foram pra minha cintura, pressionando meu corpo contra o dele.

- Não - falou em um sussurro no meu ouvido, me causando arrepios - acho que a gente pode terminar o que começamos lá no seu quarto

Gael começou a descer beijos pelo meu pescoço e eu não resisti.

- Então vamos... - falei puxando sua mão.

O quarto dele ficava um pouco à frente do meu.

Entramos no quarto aos beijos. Ele beijava muito bem.

Tirei meus sapatos e Gael os dele. Deitamos na cama e tudo ficou mais intenso. Talvez tenha sido a taça de vinho do jantar.

- Pode me ajudar com o meu vestido? - falei ficando de costas pra ele...

Gael desceu o zíper do meu vestido e começou a trilhar beijos pelas minhas costas, parando em cima da minha tatuagem. Droga.

- Não me disse até hoje o que significa sua tatuagem... - falou passeando com os dedos por cima dela

Ravi. Significa que eu amo aquele idiota.

Ele está marcado na minha pele. E no meu coração.

Engoli seco e me virei rapidamente pra ele.

- Não é nada de mais - menti - vem cá - voltei a beija-lo

Enquanto nos beijávamos imagens dos meus momentos com Ravi vinham a minha mente. Não era justo transar com Gael pensando no Ravi.

Parei o beijo e o olhei com ternura.

- Tudo bem se pararmos? Minha cabeça ta doendo, acho que prefiro ir dormir no meu quarto...

Gael me olhou confuso e por um momento me senti a pior pessoa do planeta por estar mentindo assim.

- Ta tudo bem? Eu fiz alguma coisa?

- Não fez, príncipe. Eu só preciso descansar - disse já me levantando e subindo o zíper do meu vestido - amanhã cedo nos vemos no café, tudo bem?

- Ah, claro... boa noite então.... - falou sem graça

Peguei meus sapatos e sai do quarto frustrada.

Quando me aproximei da porta do meu quarto meu coração gelou e quase saiu pela boca. Ravi estava ali sentado, com as pernas dobradas e a cabeça abaixada por cima dos braços.

- Ravi? O que faz aqui? - tentei parecer calma

Ravi levantou os olhos e as lágrimas desceram. Ele então começou a chorar feito uma criança...

O garoto que me fez perder a linhaOnde histórias criam vida. Descubra agora