Três anos depois - bar

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Fiquei um tempo parada em frente ao bar. Pensei e repensei mil vezes se realmente entraria ali. Era um caminho sem volta. Depois que eu cruzasse aquela porta eu não podia voltar pra trás.

Respirei fundo e empurrei a porta.

O som até que era agradável. Uma mistura de sertanejo com country. Homens e mulheres se divertiam com suas bebidas, estava lotado.

Procurei por Ravi no balcão do bar, mas não o vi. Metade de mim era alívio e a outra metade decepção.

- Gostaria de uma cerveja, por favor... - falei para um rapaz ruivo que servia bebidas

- Claro...

Quando seus olhos encontraram com os meus o rapaz fez uma cara de confuso.

- Eu te conheço... - falou franzindo a testa e abrindo minha cerveja

- Não conhece não... não sou daqui. Vim poucas vezes nessa cidade pra ser sincera...

- Seu rosto não é estranho. Tenho a sensação que já te vi - me olhou ainda surpreso e confuso

- É porque tem uma foto sua no meu escritório... - uma voz sussurrou no meu ouvido, atrás de mim

Era ele.

Achei que fosse desmaiar ali. Minha pressão caiu. Engoli seco e me virei pra encarar os olhos mais lindos que já vi.

- Oi, Ravi...

- Oi... - falou sem graça - nunca imaginei que você entraria aqui - sorriu de canto

Maldito sorriso.

- Nem eu imaginei - ri sem graça - é que... - gaguejei - eu estava passando e resolvi vim ver seu negócio de perto - menti

- Sei quando está mentindo, Lídia - falou cruzando os braços

- Não estou mentindo. Você não me conhece tão bem mais - fingi indiferença e fui pra pista de dança

Algumas pessoas já bebadas dançavam animadas. Me juntei a elas.

Ravi me encarava de longe com um sorriso sacana nos lábios. Maldito seja.

Fingi estar me divertindo e vez ou outra olhava pra ele. Sempre simpático, principalmente com as mulheres. Aff.

- Oi... posso te pagar outra cerveja? - um rapaz alto e tatuado me chamou

- Tudo bem - falei sem malícia

Fomos até o bar e sentamos em uns bancos altos que tinha por ali.

- Você não é daqui, não é? - o rapaz perguntou - não esqueceria um rosto bonito como o seu se já tivesse visto...

Sorri sem graça. Ele estava flertando. E eu estou noiva. O que estou fazendo com a minha vida, meu Deus.

Sim, fui pedida em casamento ha exatas três horas. Foi lindo, Marcus se declarou, estourou um champanhe e me deu um anel. Foi só entre nós dois mas foi muito especial. Depois do sim ele precisou ir pro aeroporto porque tinha uma viagem de negócios. Passaria uma semana fora. Levei ele até o aeroporto e o meu carro se dirigiu sozinho pra cá, acreditam? 

- Não sou...

- Oi, Rafael. Vai querer o que? - Ravi veio ao nosso encontro

- E ai, chefe. Um whisky pra mim e uma cerveja pra gata - disse piscando pra mim

Meu estômago embrulhou.

- Gata, ein? - Ravi provocou

- Ei, chefe... eu vi primeiro... - o rapaz tatuado zombou

O garoto que me fez perder a linhaOnde histórias criam vida. Descubra agora