Não sei se podemos concertar

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Subi com o Gael. O Ravi nem me procurou, continuou lá jogando com ela.

O quarto dele era bonito, bem decorado. Mas eu não tinha cabeça pra ficar olhando os detalhes. Eu estava muito chateada e não parava de chorar. Sentei em sua cama...

- Fica calma, princesa - Gael se ajoelhou na minha frente entre minhas pernas e colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha - vai ficar tudo bem!

- O que você sabe que eu não sei? - perguntei quando me acalmei mais um pouco

- Lídia... não acho que seja certo você saber por mim. Vocês vão conversar amanhã com calma e cabeça fria e ele vai te explicar tudo... - falou

- Me explicar o que, Gael? Se você é meu amigo me fala por favor - supliquei

Ele suspirou.

- É meio óbvio isso mas não é a primeira vez que eles fumam maconha juntos - abaixou a cabeça

- Eu nem sabia que ele fumava, Gael. Como pude ser enganada assim?

- Ele nunca te falou nada?

- Não... só contou que teve uma fase difícil quando largou da ex namorada, mas não falou sobre drogas...

- Eu não sei desde quando ele usa, Lídia. Mas ele e a Aurora sempre dão um tapa quando terminam o trabalho

- Isso é sempre?

- Não sei quantas vezes aconteceu. Que eu vi foram umas três vezes, quatro no máximo!

Puta que pariu.

- Eu sou uma idiota!

- Não é... ele só escondeu muito bem isso de você...

- Será que ele usa outra coisa além da maconha?

- Não sei te dizer. A Aurora só fuma mesmo... e meus pais sabem. Já tentaram fazer tratamento mas ela não quer, diz que usa só pra relaxar e que isso não atrapalha em nada a vida dela!

- Como não atrapalha? Drogas nunca são uma boa ideia!

- Eu sei...

- Você fuma?

- Não. Já fumei. Mas parei tem alguns meses. Começou a me fazer mal!

- Acho que meu namoro já era. Não sei se consigo superar isso. Ele escondeu de mim. Não é justo!

- Amanhã vocês conversam... vão se acertar.

- Eu não sei. Não sei se tem concerto! - falei limpando minhas lágrimas - bom, vou pegar ele pelo braço e vou pra casa. Não tenho mais clima pra ficar aqui!

- Vem cá... - me puxou novamente pra um abraço. O abraço que só ele sabe dar.

Me aninhei em seus braços e senti ele beijar o topo da minha cabeça. Ele era tão calmo, tão simples, o oposto do Ravi.

Quando olhei pra cima nossos olhos se encontraram. Encostamos os nossos narizes e fechamos os olhos.

- Obrigada por tanto - sussurrei

- Sempre vou estar aqui pra você - sussurrou de volta

Suspirei e sai do quarto.

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Ravi praticamente foi embora desmaiado. Era impossível ter qualquer conversa com ele hoje.

Chegamos em casa e custei subir com ele para o meu quarto. Fiz o mínimo de barulho possível, não queria acordar meus pais.

Deitei ele na minha cama, tirei seu tênis e sua camisa. Ele é tão gostoso, droga.

Fui no banheiro e tomei um banho demorado. Se eu pudesse apagaria esse dia da minha cabeça!

O garoto que me fez perder a linhaOnde histórias criam vida. Descubra agora