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Florence Francis

Fui ao meu quarto pegar a mochila, quando me viro papai está ali. Me enfiando um bolinho de dinheiro e me dando um cartão.

-Pai...

-Shiii... Não conte a sua mãe que lhe dei isso.

-Por q...

Ele me deu um beijo.

-Um dia te explico, da um jeito de tirar sua carteira, usa meu cartão pra pagar umas aulas.

-Por que o senhor não me dá aulas?

Ele parou e ficou me olhando.

-Amanhã te pego na escola.

-Perfeito! - o abracei forte, lhe dei um beijo e saí.

O táxi do segurança já estava a minha espera.

-Hoje vamos a outro endereço! - falei.

-Sua mãe sabe?

-O endereço não!

-Preciso falar com ela e...

Desci do táxi.

-Hei senhorita...

-Pode ir não vou mais sair!

Ele entrou no carro e eu chamei um uber pelo aplicativo. Desci na frente da casa de Mary e ela própria me atendeu.

-Oi?! - disse ela tímida.

-Oi Mary, sou a Florence!

-Uau você é branca mesmo?

-É... Bom e aí tá pronta pra conhecer nosso melhor amigo da vida?

-Você tem sérios problemas!

-Muitos! - falei revirando os olhos a fazendo sorrir. - Vamos o Uber tá esperando.

-Só vou pegar a minha bolsa.

-Te espero no carro.

Mary entrou com um suspiro, ela apertava uma mão na outra.

-Relaxa Mary, nós não mordemos.

-Qual o seu propósito com isso tudo?

-Eu ainda não sei sabe, mas eu não posso ficar vendo meu amigo ser tratado como um marginal com as mãos nos bolsos, eu sinto aqui dentro que preciso fazer algo por ele, sinto que preciso fazer algo por mim.

-Eu não tenho essa coragem!

-E acha que eu tenho? Eu cutuquei a onça com a vara curta está manhã e depois sai correndo pra ela não me morder!

Fiz Mary rir. Era bom, ela começou a relaxar. Chegamos na frente da casa de Jace e bati na porta.

-Droga ele não sabia que eu vinha a essa hora.

-Liga pra ele!

-Ele ficou sem celular, foi roubado.

-É domingo de manhã, devem de estar na igreja!

-Isso, é verdade a vovó Nancy tinha ido ontem pra ajudar a organizar o culto.

-Então vamos lá!

-Só... Tem um probleminha, eu não sei onde é, nunca andei pelo bairro com Jace porque ele tinha medo de que eu fosse assaltada.

-E o que vamos fazer?

-Acho melhor sentar e esperar, enquanto isso conversamos um pouco o que acha?

Mary cruzou os braços quando sentei na escada da varanda.

Me Olhe. Me Toque. Me Ame Pra Sempre.Onde histórias criam vida. Descubra agora