Me Olhe. Me Toque. Me Ame Pra Sempre.

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Florence Francis

Eu lembrava de cada momento com ele, Bless sempre foi um garoto incrível. Mas o que eu estava fazendo? Estou me deixando levar pelas emoções do passado e o Nael o que estou fazendo com ele. O que eu estou fazendo com a minha vida? Meu telefone se ligou e começou a carregar de mensagens.

-Amanhã você olha! - disse Bless. - Tente descansar um pouco.

-Eu... Fiquei de ligar pro Jace e pra Mary.-falei me soltando dele e indo pegar meu telefone.

Tinha um monte de chamadas do meu pai, da minha mãe, de um número desconhecido, do Jace e da Mary então. Meu telefone começou chamar no grupo, era os dois. Bless beijou minha testa e saiu do quarto.

*Criatura quer deixar a gente doido de preocupação! - ralhou Mary.

-Aconteceu alguma coisa com você. - disse Jace.

*Por que ficou sem Internet?

*Tenho certeza que algo aconteceu eu tô sentindo uma agonia no meu peito desde que minha última mensagem não entrou no teu telefone.

-Calma gente, eu tô bem sim, só fiquei sem bateria.

*Por que ligou o filtro? - perguntou Jace sempre observador.

-Só...

*Onde você está?

-Calma, olha eu tô bem, meu pai separou e pediu pra eu ficar aqui com o Bless até ele vir me buscar, nossos pais são amigos...

*Florence Francis o que você está escondendo da gente? - perguntou Jace cruzando os braços e eu sorri derrotada.

*Anda Flor abre o jogo, aquele merda bateu em você de novo?

-Não, desta vez foi a minha mãe. - levantei o olhar e os vi mudos, Mary cobriu a boca. - Mas, o tapa, apesar de ter me deixado fora do ar por alguns instantes... Não doeram tanto quanto as palavras que ela me disse... - limpei a porra de uma lágrima teimosa. Senti o nariz escorrer e funguei. - Eu não quero mais ser fraca... Tô cansada de ser... Manipulada e... Eu não sei o que tô fazendo com a minha vida.

*Flor... - a voz de Mary mal saiu.

*Você não é fraca Florence, você é a garota mais incrível que eu já conheci.

*Sinto muito pelo que você tá passando Flor... Mas você é incrível, forte, determinada e eu só entrei no muay thai porque quando eu crescer quero ser igual a você. - Mary me fez rir.

- Não sou tão velha assim.

*Mas é todo o resto que eu falei Flor.

*Mary tem razão Flor, eu não sei mais viver sem você, você entrou na minha vida e a deixou de cabeça pra baixo, aliás estava de cabeça pra baixo e você a virou e está a deixando mais florida, colorida.

Funguei limpando mais lágrimas e o nariz na camiseta de Bless.

*Te amamos Florence! - disse Mary. - E só não te guardamos num potinho e a escondemos do mundo, porque o próprio precisa de gente como você.

-Deus... Tenho os melhores amigos do mundo! - falei rindo em meio às lágrimas.

*Quer vir dormir aqui em casa? Posso pedir pro papai buscar você...

-Hoje não dá Mary, porque tenho que esperar meu pai chegar, mas amanhã eu quero sim.

*Vem depois da aula, Jace, vou perguntar pro mau pai se você pode ficar aqui em casa, quase certo que o papai vai deixar se você chegar aqui daquele jeito bem bichonerrerrerrima.

Kkkkkkkkk

*Vou maquiada e tudo meu bem! - brincou Jace.-Se não der não tem problema eu fico um pouco com vocês aí e depois volto pra casa.

...

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Bless  Harper

Coloquei uma calça jeans, meu colete e desci ao ouvir um carro chegando. Era o pai de Florence. Meu pai o atendeu ainda de pijamas.

-Vim buscar a Florence.

-Por que não fica aqui em casa Daniel?

-Não quero incomodar Marcell.

-Qual é meu, nem parece que somos parceiros de anos, esse tempo fora não apagou nossa amizade.

-Valew Cell você é o único amigo que me restou daquele tempo e... Uau, cara eu não sei o que fazer, aliás eu sei, mas não consigo pensar.

Eu os ouvia de braços cruzados no batente da porta da cozinha.

-Pegue suas coisas o quarto de hóspedes tá arrumado.

Entrei na cozinha e não tinha muita coisa pra comer. Liguei pra pizzaria. Comecei a organizar a mesa de jantar.

-Oi Bless... Queria te pedir desculpas e agradecer pelo que fez...

-Não tem que agradecer e menos ainda se desculpar senhor Francis... Eu... Faria qualquer coisa pela minha Florence.

-Percebi. - ele sorriu fraco. - Onde ela está?

-Falando com os amigos dela ao telefone.

-Pobre Florence ela não merecia aquele tapa.

-Ela não merecia ser chamada daquele jeito, ela se encolheu em minhas mãos quando... Foi... Insultada daquela forma.

-As vezes palavras doem mais do que agressões físicas.

-Com certeza! - falei me lembrando das palavras que aquele merda de gente proferia. Meus socos não doeram nada perto da ferida que ele me fez com palavras.

-Desculpe mesmo Bless...

Respirei fundo, tentando esquecer.

-Encomendei pizza, Florence não comeu nada desde que saímos do café.

-Nossa, não sei como não desmaiou.-disse ele pensativo. - Vou subir pra tomar um banho e desço pra comer e bater um papo com seu velho. - riu ele.

-Ae temos a mesma idade! - saltou meu pai.

Os dois subiram a escada rindo e brincando um com o outro. Florence desceu com um moletom meu que lhe ficou um vestido.

-Espero que não se importe.

-Nenhum pouco. - falei beijando sua bochecha e seu pescoço a fazendo rir.

-Meu pai... Parece animado com o seu.

-Vai ficar comigo está noite. - falei lhe piscando o olho e cheguei mais perto, malicioso e brincalhão lhe murmurei. - E nós dois vamos dormir de conchinha.

Florence abriu um sorriso lindo e então começou a gargalhar. A abracei enquanto ela ria e seus braços me esmagaram.

-Aí Bless. Você é incrível.

-Vai me achar mais incrível quando a janta chegar.

-O quê encomendou?

Passei o nariz no dela a deixando mais sorridente. Amo vê-la dessa forma, como eu pude ficar tanto tempo longe dela.

-Não me olha assim. - disse ela corando.

-Assim como minha Florence.

-Como se me amasse profundamente depois de todos esses anos. - murmurou.

-E o que acha que eu senti quando eu ouvi meu nome sair de sua boca hoje naquela cafeteria?