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-Filha eu... Não consigo.

-Mas pai...

-Eu vou ficar do seu lado daqui pra frente.-papai pegou minhas mãos.- Desculpa filha, sua mãe implorou que não a deixasse e eu...

-Tudo bem. - menti olhando pro balcão.

Um rapaz alto, com a pele parda, o cabelo preto amarrado em um coque me chamou a atenção. Eu o conheço de algum lugar.

-Marcell?! - chamou papai um senhor que estava do lado dele.

-Daniel, Quanto tempo cara! - disse o senhor aparentando um pouco mais velho que meu pai.

-Seu filho da mãe, não me avisou que voltou! - disse papai indo abraçá-lo. Ambos deram tapinhas nas costas.

-Vem cá tu não envelhece não seu canalha!

Nossa a amizade deles deve ser boa mesmo.

-Pai? - disse o rapaz me chamando a atenção quando se virou e meu coração disparou.

-Ah, Daniel este é meu filho...

-Bless? - saltei me levantando.

Ele deu um largo sorriso deixando aqueles olhos puxadinhos sorrirem junto. Me levantei e corri o abraçando.

-Bom parece que nossos filhos se conhecem! - disse meu pai.

Blass me abraçou me levantando no colo, seus dois braços me envolveram com... Saudade.

-Eu achando que ia apanhar e você me abraça. - brincou ele em meu ouvido então me soltou, deslizando as mãos por meus braços até chegar em minhas mãos e as beijou.

-Como eu poderia depois de anos...

-Florence?

-Ah, perdão papai.

-Marcell está é minha filha Florence.

-É um prazer conhecê-lo senhor! - apertei a mão dele sem soltar a mão de Bless.

-Bom, é um prazer conhecer meu ex e quem sabe futuro sogro! - brincou Bless apertando a mão do meu pai com aquele sorriso de lado.

-Bom, o futuro só Florence pode decidir, mas a parte do ex tem que me explicar mocinha? - papai cruzou os braços.

-Ah, Bless foi o primeiro garoto que eu me apaixonei.

-Foi por ela que você...

-É pai! - saltou Bless com o olhar zangado pro pai dele. - Mas isso não vem ao caso, você está muito, mas muito mais linda do que quando a conheci.

-Você também e esse cabelo comprido.

-Me rendeu uma boa grana como modelo.

-Hummm! - brinquei lhe enfiando os dedos nas costelas e ele riu. - Você segue o mesmo garoto cheio de cócegas.

-Bom, vamos deixá-los conversando e sentar pra um café! - disse Marcell.

-Estamos naquela mesa ali.

Os dois foram pra mesa que estávamos. Bless mordeu o lábio. Meu coração acelerou.

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Bless Wang Harper

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Bless Wang Harper

Perdi minha mãe tem três meses, meu pai ouviu os apelos da minha mãe que tinha descoberto uma doença degenerativa rara para ficar perto da família dela no Japão. Minha mãe é descendente de japonês, coreano e chinês. Já imaginou a miscelânea que sou né, meu pai é descendente de escocês com russo, afro e nativo americano. Minha mãe disse que eu era o mundo em uma só pessoa quando me chamaram de índio na escola e eu voltei chorando pra casa. Nunca mais esquecerei aquele dia e o seguinte quando conheci Florence Francis. Tínhamos uns 9 anos eu acho. Eu era doido numa loirinha da minha turma e um dia levei uma flor pra ela. A menina deu um tapa na minha mão a flor caiu no chão e pisou em cima. "Você é um índio feio e sujo" Florence ouviu tudo e deu um empurrão na menina que caiu de bunda no chão. "E você é feia igual uma Vilã da Disney!" Florence virou pra mim e limpou meus olhos com suas mãozinhas finas. Olhou em meus olhos e sem vergonha alguma disse. "Você é o garoto mais lindo do mundo" Flor pegou minha mão e me levou pro refeitório. Dali em diante nossa relação era de dar as mãos e ficar corado, dar beijinhos castos, nunca ouve malícia entre nós. Então surgiu aqueles dois desgraçados, eu tinha comprado um anel com a ajuda do meu pai, eu tinha contado tudo a ele. Passei um dia incrível com meu pai um dia anterior, papai me levou ao shopping, comprou roupas novas, me levou pela primeira vez num barbeiro que arrumou meu cabelo e me deu conselhos amorosos. E porque estou lembrando de tudo isso? Porque estou olhando nos olhos da garota que me fez sentir lindo e amado e que também quebrou meu coração quando não me deixou explicar que aquilo tudo tinha caído um erro, uma armação para me tirarem dela. Sem pensar passei a mão na bochecha corada de Florence.

-Segue fofa. - comentei.

-Vamos sentar, Meu café chegou!

-Claro.

Eu não queria soltar sua mão, nunca mais em minha vida. Mas tive que soltá-la quando se sentou. Florence sorriu e lembrei de buscar meu café no balcão. Sentei em seu lado enquanto aqueles dois não paravam de falar e fazer planos.

-Então, me conte sobre você! - falei antes de beber um pouco de café.

-Ah, não tem muita graça...

-Qual é, deve ter namorado ou...

-Eu... - ela levantou aquele olhar através dos cílios. Tranquei a respiração naquele momento. - Queria te pedir perdão Bless...

-Oi?!

-Eu... Levei muito tempo pra acordar e... Perceber que o que ouve conosco foi um... Mal entendido.

-Foi uma armação Florence, Kevin armou tudo e depois com a ajuda da sua mãe não me deixaram falar com você.

-O quê?! - disse ela mudando o semblante.

-Pelo visto ainda não entendeu o que ouve.

-Me conte! - disse ela colocando a mão sobre a minha. Minha pele arrepiou a ponto de percorrer um calafrio por minha espinha. Ela ia tirar a mão e eu virei a minha debaixo da dela segurando seus dedos.

-Acho... Melhor deixar pra outra hora.

Eu queria passar mais tempo com ela.

-Por favor Bless...

-Quer dar uma volta quando terminar aí?

-Quero! - disse ela e a soltei para que terminasse de comer.

Eu ainda tinha muitos, mas muitos sentimentos por ela, apagou até o sofrimento do meu término com a Lin. Eu não conseguia mais pensar em nenhuma outra garota que não ela. Até as caras e bocas dela tomando café me faziam tremer  na base.

-E aí, tem namorada? - perguntou ela.

-Terminamos antes de eu voltar. - falei dando de ombros.

-Não parece estar sofrendo.

-Não estou mais.

-Que bom! - disse Florence sorrindo.

-E você?

-Ainda não fui pedida em namoro, mas tenho uma rolo aí. - disse ela olhando pro final do café no copo. - Talvez um dia ele me faça uma surpresa.

Confesso, meu coração foi esmagado no peito. Confesso que se eu achei que sofri com o termino do namoro com a Lin, não se compara a isso. Agora, também confesso que vou lutar pra tê-la de volta. Já que o "rolo" ainda não se coçou, eu tenho uma enorme chance. Isso fez meu peito estufar e se aliviar.

Me Olhe. Me Toque. Me Ame Pra Sempre.Onde histórias criam vida. Descubra agora