Florence Francis
-Aí ela voou no ombro do outro e deu com os dois cotovelos...
Mary contava a Jace super animada e Jace de boca aberta rindo. Enquanto isso eu tirava as coisas da mochila pra ver se tinham quebrado. Foi só o plástico do canto do not book.
-Você andava com essas coisas na mochila?! - saltou Jace. - Tá louca Flor?
-É, isso é a única coisa que tenho certeza que ela é! - disse Mary e eu comecei a lhe fazer cócegas e terminei eu levando cócegas dos dois. A porta se abriu e meu coração disparou.
-Hãmm... A vovó falou para descerem em meia hora para almoçar... - Nael procurou meu olhar e eu desviei indo a mesa de Jace e falando.
-Diga a vovó que não se preocupe, eu e Mary vamos almoçar no centro e voltamos...
-Vovó vai ficar furiosa se não ficarem pro almoço. - disse Nael.
-É, aos domingos ela sempre faz comida de sobra. - insistiu Jace.
-Não queremos encomendar Jace! - disse Mary.
-É... Eu posso falar com você... Florence?
-Vem Mary vamos falar com a vovó. - Jace pegou Mary da mão e a arrastou pra fora do quarto, e eu fiquei o olhando sair, de boca aberta.
-Flor...
Eu não conseguia olhá-lo.
-Me olhe.-disse ele.
-Desculpe por ontem Nathanael. Eu fui...
-Não! - ele saltou segurando minhas mãos e olhei para o movimento inesperado e ele me soltou. - Desculpe eu... Desculpe.
Pode me tocar, eu queria dizer as palavras, implorar por favor, me toque, mas nada saiu. Nael saiu do quarto e eu automaticamente fui atrás dele empurrei a porta antes dele fechar e entrei. Nael estava nervoso passando as mãos naquele cabelo perfeitamente desenhado, a barba super alinhada em um degrade perfeito. Nael era perfeito.
-Me desculpe Florence eu... Agi como um idiota ontem, eu não... Não fui certo com você e agora não sei como agir ou o que te dizer.
-Me olhe! - repeti as palavras dele. Nael parou de caminhar e olhou em meus olhos e eu segui até ele chegando o mais próximo que aguentei. Respirei fundo segurando o olhar dele no meu, Nael humedeceu os lábios e automaticamente fiz o mesmo.
-Estou olhando. - disse ele hesitando com as mãos.
-Me-Me toque Nael, eu não vou quebrar se você me tocar. - falei sorrindo mesmo morrendo de vergonha daquelas palavras, Nael por fim segurou minhas mãos. - Nathanael Grigory eu quero lhe pedir desculpas por ter usado as palavras erradas ontem a noite e ter te machucado com elas, eu nunca imaginei que eu iria te ferir com aquela pergunta idiota, se eu soubesse, jamais teria perguntado e insistido...
-Não...
-Por favor deixe-me terminar, não sei se vou ter coragem depois. - ele sorriu e eu esqueci o que eu ia dizer.
-Pode dizer?!
-Eu-Eu esqueci! - falei corando de novo e Nael soltou uma de minhas mãos e acariciou minha bochecha.
-Você é tão... Linda e encantadora Florence - perdi o fôlego, esperei por um beijo, mas ele apenas aproximou a boca no meu ouvido, me arrepiando por inteiro. - Que até agora estou me perguntando como você espancou dois caras...
-Quem te contou? - falei espalmando a mão em seu peito e mesmo com meu coração descontrolado pelo ato fiquei com medo dele me afastar e... Ele colocou a mão em cima da minha a segurando em seu peito. Com a outra mão ele passou suave por meu maxilar virando a mão e passando os dedos por entre meus cabelos. Seu sorriso pra mim fez minhas pernas amolecerem.
-Você é tão... - ele suspirou. - Não tenho palavras para descreve-te no momento, mas acho que talvez... Eu... Eu... Não sei o que te dizer.
Não diga nada, apenas me beije.
-Não precisa dizer nada...
Nael começou a tirar a mão do meu cabelo e eu segurei seu pulso num ato impensável meu, segurei sua mão e beijei a palma dele, seu dedo passou por meus lábios e eu fechei os olhos. Senti a respiração dele se misturando a minha então ele sussurrou.
-Não posso.
Nael se afastou por completo e eu fiquei me sentindo nua. Saí dali sem olhar pra trás, eu queria perguntar o por que ele não podia, mas eu não queria machucá-lo mais. Fui ao quarto de Jace me recompor. Ouço alguém batendo na porta bem na hora que eu ia descer as escadas. Reconheci a voz e voltei um degrau me chocando contra Nael.
-Florence está?
-Não! - disse Jace.
-Que bom, quero falar com você, pode sair aqui fora?
-Não senhora.
-Tudo bem, difícil você.
-Quem é a senhora?
-Sou mãe da Florence Francis e vim aqui perguntar quanto você quer pra se afastar da minha filha.
-Você é Francis?-sussurrou Nael.
-Sou, por quê?-perguntei tirando o celular do bolso e comecei a gravar.
-Nada não.
Jace riu.
-Sério, a senhora acha que eu vou aceitar suborno para me afastar da Flor?
-Florence!
- Olha senhora eu não estou a venda...
-Posso pagar sua faculdade?
-Jura... A senhora é surda?
Segurei a boca pra não rir.
-Ok, o que quer? Eu pago o que for, posso te dar um carro ou drogas pra vida toda, o que você curte?
-O quê? Não eu não uso drogas a senhora tem problemas mentais.
-Qual é garoto, eu sei que você curte alguma coisa, todos tem um preço, me diga o seu.
-Não. Estou. À. Venda.
-Ok, se não quer se afastar então me ajuda a fazer ela voltar atrás do término do noivado.
-Eu nem sabia que ela tinha feito isso e ela faz o que quer da vida dela, eu não interferi antes e não vou interferir agora e nem nunca, Florence tem direitos de escolher...
-Ela não tem direito de nada, ela tem que fazer o que eu quero e quando quero.
-Vou lhe pedir com toda a delicadeza do mundo, que se retire da minha casa senhora.
-Você tem que ter um preso, todos tem!
-Eu tenho honra e respeito por mim e minha família.
-Posso ajudar sua família, comprar uma casa melhor em um bairro melhor.
-Olha lá, tem um táxi esperando porque não pega o rumo dele e some.
-Horas seu... Seu....
-Fale?
-Grrrr...
-Adeusinho! - disse Jace fechando a porta.
-Jace?
-Não diga nada a Florence, ela deve de tá no quarto com meu irmão e vou rezar pra que ela não tenha ouvido.
-Por quê?
-Não quero que ela fique magoada.
-Você é um bom amigo Jace...
-Vem, vamos lavar as mãos pra almoçar.
Corri empurrando Nael de volta pro quarto dele e fechando a porta.
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Me Olhe. Me Toque. Me Ame Pra Sempre.
RomanceFlorence Francis é aquela menina rica que todos a julgam como miada, mas a verdade é que seu namorado vale mais para sua mãe do que ela, com a vida sempre conduzida como uma marionete por sua mãe, Flor não pode fazer, falar ou ler o que quer, toda m...