CAPÍTULO 38

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   Lorenzo

Após uma viagem de mais de doze horas finalmente o meu jatinho pousa em Milão. Pego a minha pasta e desço as escadas sendo seguido pelo Marco.

Estávamos na Rússia a quase três semanas viajei no dia que a Anna assinou o divórcio. Eu precisava participar da inauguração do Hotel da minha família, também tinha o exame de DNA da Luanna que deu positivo e ela também é filha do meu tio.

E além disso eu precisava me manter afastado por uns dias. Eu precisava pensar qual seria a minha decisão em relação a traição do meu pai e os cúmplices dele, e não conseguiria fazer isso estando por perto.

Saio do aeroporto, e vou diretamente para Cede da Famiglia. Ao chegar entro em minha sala e peço ao Marco que não deixe ninguém entrar.

Minutos depois o meu telefone toca e era a enfermeira da Anna dizendo que ela não estava se sentindo bem. Fico preocupado e autorizo que a levem até o hospital da Famiglia.

Estressado com tudo que está acontecendo saio da minha sala e vou até a área de treinos.  Eu precisava descarregar a minha raiva e o estresse dos últimos dias, e nada melhor do que fazer isso dentro do ringue. 

Ao chegar  e vejo alguns dos meus soldados treinando em nossa academia.  Entro no vestiário e troco de roupa, quando volto  o Vicenzo já está me esperando pro tô para treinar.

O cumprimento, coloco as minhas luvas e entro no ringue. Logo começamos a lutar, e coloquei toda a raiva que sinto para fora em cada golpe desferido.  

Quando acabamos estávamos ambos cheios de hematomas e contusões,  saio do ringue e vou até o vestiário tomar um banho.

Depois do banho, me seco, visto as minhas roupas  e saio, do lado de fora encontro o Vicenzo e ele me segue. 

— Fiquei sabendo da história da sua mãe e da mãe da Anna. — Ele diz quando já estamos em meu escritório. 

— São todos traidores. — Lhe respondo, e sinto ódio ao imaginar como fui enganado bem embaixo do meu nariz. 

— Na minha opinião você deveria se sentar e escutar o que eles tem a dizer. Principalmente a Anna, não acho que ela sabia de tudo isso.  — Ele diz me aborrecendo.

— Eles são traidores Vicenzo, não pensaram em mais ninguém ao fazerem tudo que fizeram. Já parou para pensar quantas pessoas inocentes iram morrer caso o Jhordy descubra a verdade por trás de tudo. 

— O que você pretende fazer? — Ele me pergunta. 

— Ainda não sei, se os entregar para o conselho, serão julgado e condenados a morte por traição. Mas se os perdoar estarei ido contra os meu juramentos. — Lhe respondo. 

— Deveria ir vê a sua esposa Lorenzo, todo esse estresse no fim da gestação não faz bem para ela.  — Ele diz e sei que está certo.

— A enfermeira dela irá leva-la no médico agora a tarde. — Lhe respondo.

—  Que bom eu fui até sua casa nos dias que você esteve fora e a Maria falou que ela não estava muito bem ultimamente. Na minha opinião a sua esposa é inocente nessa história, e você não vê isso por que está com raiva de tudo que descobriu. — Ele diz.  

— Ela irá ficar bem. — Lhe respondo.

— Impossível ficar bem depois do que você fez com ela, a menina está traumatizada cara. Onde você estava com a cabeça para bater em sua mulher grávida. — Ele diz me repreendendo. 

— Você não é ninguém para me dá lição de moral Vicenzo, ou já se esqueceu do que fez a Cecília? — Lhe pergunto chateado com o rumo dessa conversa. 

— Apesar de ter sequestrado ela e magoado os seus sentimentos, eu nunca bati ou abusei dela Lorenzo. Sei que errei ao fazê-la acreditar em uma ilusão, mas nunca  a machuquei como você fez com a sua esposa. — Ele me responde. 

— Vá se foder Vicenzo. — Digo possesso de ódio. 

— Toda história tem dois lados Lorenzo, não estou te pedindo para perdoar nossos pais e sua madrasta. Estou pedindo que vá para casa e veja o mal que causou a sua esposa ao agir com raiva, ao não parar para escuta-la. — Ele me responde e o ignoro.

Vendo que não estou a fim de conversar eles sai do meu escritório não antes de bater a porta com força demostrando a sua raiva. 

Fico pensando na Anna e no que o Vicenzo falou e isso me distrai, não consigo me concentrar em nada. Me levanto pego meu celular e a carteira e saio junto com o Marco.

— Para onde iremos agora senhor? — Ele me pergunta.

— Para casa Marco. — Lhe respondo.

A viagem foi feita em silêncio, não estava a fim de conversar. Minutos depois cheguei em casa. Passo pela sala e me lembro das vezes que chegava e ela estava deitada no sofá vendo um dos seus desenhos animados.

Vou até a cozinha a procura da Maria e a encontro sentada a mesa, ela parece triste. Quando percebe a minha presença me olha com raiva, mas disfarça rapidamente e sorri para mim.

— Deseja alguma coisa senhor Vittilo? — Ela me pergunta formalmente, está agindo assim desde o dia que bati na Anna.

— A Anna já chegou do médico? — Lhe pergunto.

— Ainda não senhor. — Ela me responde.

— Vou para meu quarto quando ela chegar não precisa leva-la para o quarto, diga para ela me esperar na sala. — Digo e vou para as escadas.

Chego ao quarto e vou diretamente para o banheiro, tomo um banho rápido, me seco e vou até o closet. Abro as portas e já não tem mais nenhum objeto dela dentro das gavetas ou repartições dos armários.

Passo alguns cosméticos, me visto e saio do quarto em seguida indo para a sala de estar. Minutos depois o Marco entra pela porta, e só de olhar para ele sei que aconteceu alguma merda.

— Senhor aconteceu outro ataque. — Ele diz, aparentemente preocupado.

— Qual dos galpões eles atacaram dessa vez? — Lhe pergunto.

— Não foi um galpão senhor, eles atacaram os carros que estavam transportando a sua esposa. — Ele me responde.

Me levanto sentindo o peso da porra do mundo em minhas costas e vou até o Marco. Isso não pode estar acontecendo, não com ela.

— Eles mataram a minha esposa e filhos?   — Lhe pergunto sentindo meu coração acelerar só de pensar nisso.

— Não senhor, eles a levaram. Mas mataram todos os soldados exceto pelo motorista e a enfermeira da sua esposa. — Ele me responde.

— Já acionaram os rastreadores que ela tem no corpo? — Lhe pergunto esperançoso.

— Eles foram arrancados senhor, os soldados os encontraram no local onde nossos homens foram abatidos. — Ele me responde.

— Eu quero o nome e a localização exata de quem a levou para ontem Marco, e dê assistência as famílias dos soldados mortos e um enterro decente para eles. — Digo  e saio indo até meu escritório ligar para meus primos e pedir ajuda para encontrar a minha mulher.

O desgraçado que ousou levar ela e meus filhos irá chorar lágrimas de sangue quando pega-lo. Irá se arrepender de ter cruzado o meu caminho.

O preço de um segredoOnde histórias criam vida. Descubra agora