CAPÍTULO 46

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Lorenzo

Fizeram dez dias que a minha bebê está entubada e respirando por aparelhos, dez dias de angústia e medo de que ela tenha outra recaída e me deixe.

Por mais que eu queira ficar tranquilo e me dizer que ela irá ficar bem, sei que nada nunca mais será com antes.

Eu contribui e muito com a situação que ela está, fui negligente com a sua saúde frágil. Ignorei seu estado avançado de gravidez e a fiz passar por muito estresse.

Se eu tivesse cuidado melhor dela, te-la apoiado e acreditado nela talvez nada disso tivesse acontecido. Talvez agora a minha menina estivesse feliz e  a espera do parto dos nossos bebês e talvez eles não tivessem nascido prematuro.

Se tivesse como voltar no tempo eu voltaria e faria tudo diferente, mas não tenho esse poder. Só posso apoia-la e lutar para que ela se recupere de tudo que passou.

A Marta a uns dias atrás conversou comigo sobre diminuí a sedação para que o corpo dela comece a reagir sozinho, não concordei com ela e pedi que esperasse mais uns dias.

Eu sabia que não poderia mais adiar que ela despertasse pois está na UTI deixa seu corpo exposto a bactérias e possíveis infecções.  Pensando nisso eu autorizei que diminuíssem a medição dela, e agora estou com ela no quarto esperando que acorde a qualquer momento.

A Marta me pediu para chama-la assim que a Anna acordar, pois a minha bebê precisa passar por alguns exames orais para saber se está tudo bem com ela.

Me aproximo da cama e toco seu rosto pálido, ainda é possível ver algumas manchas arroxeadas das agreções que sofreu, principalmente em suas bochechas e ao redor de um olho. Os lábios dela também estão machucados e rachados por causa desidratação e dos dias que ficou entubada.

Beijo sua testa e me afasto voltando a sentar em meu lugar, não quero que ela acorde e se assuste com a minha proximidade.

Fico horas esperando que ela acorde quando finalmente escuto seu gemido baixo, me aproximo da cama e ela se encolhe assustada e com medo de mim.

―  Está tudo bem bebê. Como você se sente?
― Lhe pergunto mas ela não responde só me olha com tristeza e logo em seguida começa a chorar.

Tento me aproximar mas ela se encolhe com medo,  senta na cama e abraça as pernas escondendo o rosto de mim.

Escutar seu choro agoniado e não poder fazer nada para ajudá-la  me parte o coração.

Aperto a campainha e minutos depois a Marta entra no quarto, vai até ela e toca em seu braço. Minha bebê a olha e tudo que vejo é dor e tristeza, minha menina está quebrada.

―  Cadê meus filhos? O que aconteceu com eles? Me diz onde eles estão? Eu quero meus filhinhos. ―  Ela pergunta muito agitada e chorando.

― Calma Anna, você precisa ficar calma vai ficar tudo bem. ― A Marta lhe responde.

― Eu quero ver meus filhos, preciso conhece-los, amamenta-los e mima-los, saber se realmente estão bem. ―  Ela diz  e está tão nervosa que  suas mãos estão tremendo.

― Você irá vê-los eu prometo, mas antes precisamos te examinar. ―  A Marta lhe responde e ela apenas acena em concordância.

Logo em seguida a Marta se aproxima dela  e começa a examina-la, faz algumas perguntas para a ela, aferi a  pressão arterial e por último examina a incisão em se ventre.

― Anna fico feliz que tenha acordado e aparentemente esteja bem. Sei que está ansiosa para ver seus filhos, mas antes você precisa se recuperar para cuidar deles. ― A Marta diz após anotar algo em sua prancheta.

O preço de um segredoOnde histórias criam vida. Descubra agora