CAPÍTULO 44

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Lorenzo

Após sair da sala de cirurgia  vou diretamente até a área pediátrica ver os meus filhinhos , preciso vê-los e comprovar que estão realmente bem nem que seja pelo vidro da UTI Neonatal.

Fico do lado de fora do vidro olhando o quanto os meus pequenos são lindos, seus cabelinhos escuros, a pele avermelhada tão pequenos indefesos. Sinto as lágrimas de alívio rolarem por meu rosto, estou aliviado por ver que os amores da minha vida estão a salvo.

— Vivi para vê o Lorenzo chorar. — O Fernando diz me zuando. 

— Vai se foder Fernando, você saberá o que estou sentindo quando tiver seus próprios filhos. — Lhe respondo e ele rir. 

— Então saberei em breve Boss, a Alicia está grávida. — Ele diz e o abraço. 

— Parabéns seu puto. — Lhe respondo. 

— Obrigado, mas mudando de assunto como está a Anna? — Ele me pergunta. 

— Agora ela está estável, mas quase a perdi. — Lhe respondo. 

— Fico feliz que ela esteja a salvo, os responsáveis pelo sofrimento dela já estão na Cede da Famiglia e o Vicenzo reforçou a segurança tanto de lá, quanto daqui do hospital. As vinte garotas que encontramos são quase todas daqui, somente duas são Americanas, as daqui foram todas vendidas pelos próprios pais e as outras duas foram sequestradas. — Ele diz e o olho perplexo. 

— Malditos, eles planejavam começar a traficar garotas em nosso território.- Lhe respondo. 

— Pelo que estava escrito nos papéis que encontramos no cofre junto com o Matarazzo, eles planejavam começar a explora-las sexualmente. Já havia até um leilão rolando, os homens estavam comprando a primeira noite com elas, ou seja a virgindade delas. Isso me enoja, todas são menores de idade, a maioria delas são mais novas do que a Luanna. Tem uma menininha de apenas sete anos e ela era a que tinha o maior lance, justamente por conta da pouca idade.  — Ele diz. 

— Vocês já conseguiram os nomes dos pais que as venderam e dos compradores delas? — Lhe pergunto. 

— Sim, tinha tudo no computador do Matarazzo, dois deles são membros antigos da Famiglia e nossos conselheiros.  — Ele responde e tremo de raiva.

— Pegue todos e leve para a Cede, assim que o quadro clínico da Anna ter uma melhora eu irei cuidar dos julgamentos. Peça para os homens ficarem atentos com certeza o Jhordy irá vir atrás dos filhos dele. — Lhe digo.

— Vou cuidar disso agora, mas você sabe que ele pode exigir a devolução da Anna afinal vocês se divorciaram. — Ele diz e rio.

— Não estamos divorciados, ela assinou os papéis e eu fui para a Rússia e deixei para resolver isso quando voltasse. Na verdade eu não consegui e posterguei a continuidade do divórcio. — Lhe respondo.

— Isso é bom Lorenzo, você sabe como as coisas funcionam na máfia América. E se tivessem se divorciado você teria que devolve-la ao Jhordy e ele com certeza ou iria casar com algum velho para fazer aliança ou a mandaria para os bordéis. — Ele diz e sei que está certo.

— Vou ligar para o Marco e passar as suas instruções, enquanto isso vai na enfermaria dá um jeito no seu ombro. — Ele diz e só aí me lembro do tiro de raspão que levei. 

— Isso não é importante, foi só arranhão. —Lhe respondo dando de ombros. 

— Mesmo assim precisa de pontos. — Ele diz me fazendo revirar os olhos, mas faço o que ele falou e vou até a enfermaria.

Após a enfermeira limpar e suturar a ferida, pego a camisa limpa que o Fernando me entrega, me visto e fomos para a sala do hospital que o Carlos separou  para mim e meus familiares. 

— Que bom que você apareceu a Anna teve uma piora no quadro dela, parece que estava tendo hemorragia e precisou de uma transfusão de sangue. — A Kathe fala vindo me deixando apavorado.

— Tem o tipo sanguíneo dela aqui? — Lhe pergunto. 

— Sim, mas a Helisa foi doar mais só por precaução. — Ela me responde e apenas aceno em concordância. 

Saio da sala indo a procura do Carlos ou da Marta pois preciso saber como a minha bebê esta, mas não os encontro, então volto para a onde estava antes e espero por eles.

Me sento em uma das poltronas e fico esperando por notícias, minutos depois escuto uma batida na porta e após eu autorizar  o Carlos  Marta e entram na sala. 

— Como a minha esposa está? — Lhes pergunto ansioso.

— O parto foi difícil para ela, e  devido as complicações durante a cirurgia e por conta da parada cardiorrespiratória que teve optamos por fazer a intubação, ela está na UTI e continuará até que tenha uma melhora significativa. — A Marta me responde.

— A Kathe comentou comigo que ela estava tendo uma hemorragia. A minha esposa está bem? — Lhe pergunto.

— Ela teve uma piora  a alguns minutos atrás mas agora está estável, a Anna começou a perder muito sangue e sim teve uma hemorragia, felizmente conseguimos conte-la e ela já está recebendo uma doação de sangue. — O Carlos me responde.

— A Anna sofreu abusos físicos e psicológicos quando estava em cárcere, teve todos os dedos de uma mão quebrados. Havia uma ferida profunda em seu braço e axila e outra na perna que já estavam infeccionadas mas já foram cuidadas,  e infelizmente ela foi abusada sexualmente. Será uma recuperação difícil e dolorosa ainda mais por causa de toda essa situação traumática que ela passou.  — A Marta diz e  já sabiamos disso pela situação que a encontramos, e por conta do que a Helena nós contou.

— Posso vê-la? — Lhe pergunto. 

— Infelizmente não, o estado dela é gravíssimo e é preciso certos cuidados. Tudo que menos precisamos no momento é que ela contraia alguma bactéria hospitalar. — Ela me responde e sei que está certa.  

— Posso vê-la ao menos pelo vidro como fiz com meus filhos? — Lhe pergunto.

— Sim, mas antes de ir passe na área de esterilização só por precaução, irei pedir a uma enfermeira que venha te buscar.  — Ela me responde e apenas  aceno em concordância.

Minutos depois uma enfermeira vem  me buscar para ver a minha bebê e saímos em seguida, ela me leva primeiro para esterelizar e vestir roupas apropriadas, e depois me leva até onde a minha esposa está internada. 

Ao chegar meu coração se parte ao vê-la,
ela está tão pálida, seu rosto todo roxo e machucado, a mão engessada e tem vários aparelhos ligados ao seu corpo. 

Fico horas do lado de fora do quarto vigiando seu sono, mas saio assim que recebo uma ligação do Fernando.

Volto para a Sala onde a minha família está, e assim que entro vejo o olhar preocupado deles.

—  O Jhordy já sabe que o Jon e a Sofhy estão presos, ele ligou para o tio Gustavo e falou que se não os libertarmos estaremos em guerra com a máfia Americana.  — O Vicenzo diz.

—  A próxima vez que ele ligar diga a ele que tanto o Jon quanto a Sofhy serão julgados pelo sequestro da minha esposa e por tudo que lhe fizeram durante o cárcere, por traição e por ter quebrado regras dentro do meu território. Diga a ele que eu dei a chance deles irem em bora, mas que preferiram ficar e dar continuidade ao plano deles e machucar a minha família, e também diga que nós não tememos uma guerra e que quando ela acabar a máfia Americana pertencerá a Famiglia. —  Lhe respondo.

—  Eu direi filho. — Meu pai diz mas o ignoro, não estamos conversando desde que descobri a sua traição.

Pensar na traição deles me faz lembrar de tudo que fiz com a minha pequena, eu bati nela e tomei seu corpo com brutalidade. Mesmo ela sentindo prazer durante o sexo não quer dizer que ela queria aquilo, me lembro dos seus gritos de dor e isso é uma tortura.

Ela nunca irá me perdoar e irá me odiar para sempre, sei que não mereço seu perdão mas não a deixarei ir sou egoísta demais para isso. Além do mais se a deixar ir ela estará sempre em perigo, pois se tornou um  alvo dos meus inimigos, eles sabem que ela e nossos filhos  são o meu ponto fraco.

O preço de um segredoOnde histórias criam vida. Descubra agora