Lorenzo
Após sair da sala de cirurgia vou diretamente até a área pediátrica ver os meus filhinhos , preciso vê-los e comprovar que estão realmente bem nem que seja pelo vidro da UTI Neonatal.
Fico do lado de fora do vidro olhando o quanto os meus pequenos são lindos, seus cabelinhos escuros, a pele avermelhada tão pequenos indefesos. Sinto as lágrimas de alívio rolarem por meu rosto, estou aliviado por ver que os amores da minha vida estão a salvo.
— Vivi para vê o Lorenzo chorar. — O Fernando diz me zuando.
— Vai se foder Fernando, você saberá o que estou sentindo quando tiver seus próprios filhos. — Lhe respondo e ele rir.
— Então saberei em breve Boss, a Alicia está grávida. — Ele diz e o abraço.
— Parabéns seu puto. — Lhe respondo.
— Obrigado, mas mudando de assunto como está a Anna? — Ele me pergunta.
— Agora ela está estável, mas quase a perdi. — Lhe respondo.
— Fico feliz que ela esteja a salvo, os responsáveis pelo sofrimento dela já estão na Cede da Famiglia e o Vicenzo reforçou a segurança tanto de lá, quanto daqui do hospital. As vinte garotas que encontramos são quase todas daqui, somente duas são Americanas, as daqui foram todas vendidas pelos próprios pais e as outras duas foram sequestradas. — Ele diz e o olho perplexo.
— Malditos, eles planejavam começar a traficar garotas em nosso território.- Lhe respondo.
— Pelo que estava escrito nos papéis que encontramos no cofre junto com o Matarazzo, eles planejavam começar a explora-las sexualmente. Já havia até um leilão rolando, os homens estavam comprando a primeira noite com elas, ou seja a virgindade delas. Isso me enoja, todas são menores de idade, a maioria delas são mais novas do que a Luanna. Tem uma menininha de apenas sete anos e ela era a que tinha o maior lance, justamente por conta da pouca idade. — Ele diz.
— Vocês já conseguiram os nomes dos pais que as venderam e dos compradores delas? — Lhe pergunto.
— Sim, tinha tudo no computador do Matarazzo, dois deles são membros antigos da Famiglia e nossos conselheiros. — Ele responde e tremo de raiva.
— Pegue todos e leve para a Cede, assim que o quadro clínico da Anna ter uma melhora eu irei cuidar dos julgamentos. Peça para os homens ficarem atentos com certeza o Jhordy irá vir atrás dos filhos dele. — Lhe digo.
— Vou cuidar disso agora, mas você sabe que ele pode exigir a devolução da Anna afinal vocês se divorciaram. — Ele diz e rio.
— Não estamos divorciados, ela assinou os papéis e eu fui para a Rússia e deixei para resolver isso quando voltasse. Na verdade eu não consegui e posterguei a continuidade do divórcio. — Lhe respondo.
— Isso é bom Lorenzo, você sabe como as coisas funcionam na máfia América. E se tivessem se divorciado você teria que devolve-la ao Jhordy e ele com certeza ou iria casar com algum velho para fazer aliança ou a mandaria para os bordéis. — Ele diz e sei que está certo.
— Vou ligar para o Marco e passar as suas instruções, enquanto isso vai na enfermaria dá um jeito no seu ombro. — Ele diz e só aí me lembro do tiro de raspão que levei.
— Isso não é importante, foi só arranhão. —Lhe respondo dando de ombros.
— Mesmo assim precisa de pontos. — Ele diz me fazendo revirar os olhos, mas faço o que ele falou e vou até a enfermaria.
Após a enfermeira limpar e suturar a ferida, pego a camisa limpa que o Fernando me entrega, me visto e fomos para a sala do hospital que o Carlos separou para mim e meus familiares.
— Que bom que você apareceu a Anna teve uma piora no quadro dela, parece que estava tendo hemorragia e precisou de uma transfusão de sangue. — A Kathe fala vindo me deixando apavorado.
— Tem o tipo sanguíneo dela aqui? — Lhe pergunto.
— Sim, mas a Helisa foi doar mais só por precaução. — Ela me responde e apenas aceno em concordância.
Saio da sala indo a procura do Carlos ou da Marta pois preciso saber como a minha bebê esta, mas não os encontro, então volto para a onde estava antes e espero por eles.
Me sento em uma das poltronas e fico esperando por notícias, minutos depois escuto uma batida na porta e após eu autorizar o Carlos Marta e entram na sala.
— Como a minha esposa está? — Lhes pergunto ansioso.
— O parto foi difícil para ela, e devido as complicações durante a cirurgia e por conta da parada cardiorrespiratória que teve optamos por fazer a intubação, ela está na UTI e continuará até que tenha uma melhora significativa. — A Marta me responde.
— A Kathe comentou comigo que ela estava tendo uma hemorragia. A minha esposa está bem? — Lhe pergunto.
— Ela teve uma piora a alguns minutos atrás mas agora está estável, a Anna começou a perder muito sangue e sim teve uma hemorragia, felizmente conseguimos conte-la e ela já está recebendo uma doação de sangue. — O Carlos me responde.
— A Anna sofreu abusos físicos e psicológicos quando estava em cárcere, teve todos os dedos de uma mão quebrados. Havia uma ferida profunda em seu braço e axila e outra na perna que já estavam infeccionadas mas já foram cuidadas, e infelizmente ela foi abusada sexualmente. Será uma recuperação difícil e dolorosa ainda mais por causa de toda essa situação traumática que ela passou. — A Marta diz e já sabiamos disso pela situação que a encontramos, e por conta do que a Helena nós contou.
— Posso vê-la? — Lhe pergunto.
— Infelizmente não, o estado dela é gravíssimo e é preciso certos cuidados. Tudo que menos precisamos no momento é que ela contraia alguma bactéria hospitalar. — Ela me responde e sei que está certa.
— Posso vê-la ao menos pelo vidro como fiz com meus filhos? — Lhe pergunto.
— Sim, mas antes de ir passe na área de esterilização só por precaução, irei pedir a uma enfermeira que venha te buscar. — Ela me responde e apenas aceno em concordância.
Minutos depois uma enfermeira vem me buscar para ver a minha bebê e saímos em seguida, ela me leva primeiro para esterelizar e vestir roupas apropriadas, e depois me leva até onde a minha esposa está internada.
Ao chegar meu coração se parte ao vê-la,
ela está tão pálida, seu rosto todo roxo e machucado, a mão engessada e tem vários aparelhos ligados ao seu corpo.Fico horas do lado de fora do quarto vigiando seu sono, mas saio assim que recebo uma ligação do Fernando.
Volto para a Sala onde a minha família está, e assim que entro vejo o olhar preocupado deles.
— O Jhordy já sabe que o Jon e a Sofhy estão presos, ele ligou para o tio Gustavo e falou que se não os libertarmos estaremos em guerra com a máfia Americana. — O Vicenzo diz.
— A próxima vez que ele ligar diga a ele que tanto o Jon quanto a Sofhy serão julgados pelo sequestro da minha esposa e por tudo que lhe fizeram durante o cárcere, por traição e por ter quebrado regras dentro do meu território. Diga a ele que eu dei a chance deles irem em bora, mas que preferiram ficar e dar continuidade ao plano deles e machucar a minha família, e também diga que nós não tememos uma guerra e que quando ela acabar a máfia Americana pertencerá a Famiglia. — Lhe respondo.
— Eu direi filho. — Meu pai diz mas o ignoro, não estamos conversando desde que descobri a sua traição.
Pensar na traição deles me faz lembrar de tudo que fiz com a minha pequena, eu bati nela e tomei seu corpo com brutalidade. Mesmo ela sentindo prazer durante o sexo não quer dizer que ela queria aquilo, me lembro dos seus gritos de dor e isso é uma tortura.
Ela nunca irá me perdoar e irá me odiar para sempre, sei que não mereço seu perdão mas não a deixarei ir sou egoísta demais para isso. Além do mais se a deixar ir ela estará sempre em perigo, pois se tornou um alvo dos meus inimigos, eles sabem que ela e nossos filhos são o meu ponto fraco.
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O preço de um segredo
Roman d'amourUma garota doce e inocente, cheia de traumas causados por quem deveria protegê-la Um homem forte e destemido, herdeiro da organização criminosa mais poderosa e temida do mundo Um segredo capaz de destruí-los Um casal que terá altos e baixos, mas que...