CAPÍTULO 40

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Lorenzo

Fazem dois dias que estamos investigando e não chegamos a lugar nenhum sobre o paradeiro da Anna. A única coisa que tínhamos para encontra-la eram os rastreadores mas eles foram arrancados no dia que a levaram.

E para piorar nosso desespero todo o circuito de segurança de onde eles passaram no dia do sequestro foi apagado. Sei que a enfermeira e o motorista estão envolvidos mas fora isso não sabemos de mais nada.

Temos um suspeito que é o Jorel Matarazzo, então estamos revirando todo o passado dele. Também tentamos encontrar a esposa e a filha do maldito, mas ele é esperto e sabe que iriamos atrás delas.

A Kate e o Steven vieram da Rússia para nos ajudar nas investigações, a minha prima é ótima nisso e arrisco dizer que até melhor que os meus soldados.

Cansado de tanto pensar em possibilidades que não me levaram a lugar nenhum, me levanto e vou até meu quarto tomar um banho.

― Lorenzo, cadê você porra? ― Escuto o Vincenzo me gritando no andar de baixo.

Saio outra vez do quarto e volto para a sala a encontrando cheia, além dos meus primos e suas esposas, está também meu tio, a Luanna que acabamos de descobrir pertencer a nossa família, meu pai, madrasta e outra mulher que se eu não me engano é a Helena a mulher que foi a babá da minha esposa. 

― Alguma novidade? ― Pergunto para o Vicenzo.

― Não a Kate ainda está trabalhando nisso, ela e o Steven foram até Mantova a cidade natal do Matarazzo procurar por pistas. ― Ele me responde.

― Ótimo, mas por que vocês estão todos aqui? ― Lhe pergunto.

― A sua casa é a mais segura no momento, e também a trouxe para conversar com você. ― Ele me responde apontando para a Helena e apenas aceno em concordância.

Me levanto e vou até meu escritório sendo seguido por meu pai, a Helisa, Helena, meu tio e os meus primos.

As mulheres dos meus primos e a Luanna foram fazer companhia a Maria na cozinha enquanto conversávamos.

― Sobre o que quer falar comigo Helena? ― Lhe pergunto querendo acabar logo com isso e me concentrar somente em encontrar a Anna e meus filhos.

― Sobre a Anna. ― Ela me responde.

O Lorenzo se levanta e serve whisky para todos, e depois se senta em seu lugar. A Helena toma um gole da bebida como se tentasse criar coragem para começar falar.

― Eu trabalho na casa do Jhordy Stanford desde que tinha treze anos, vim para os Estados Unidos logo após o casamento dele e da Helisa. E quando ela trocou de lugar com a Helise, fiquei responsável por criar a Anna e relatar tudo sobre á vida dela. ― Ela começa a falar mas logo para pra secar as lágrimas.

― A minha consciência não me deixava em paz, foram anos mentindo para a minha sobrinha, vendo ela pagar por algo que não fez. A cada espancamento que ela sofria mais ódio de mim e dos envolvidos eu sentia. ― Ela diz e  me surpreendo ao saber que ela é tia da Anna.

―  A Anna não aguentaria muito mais tempo, então entrei em com  a culpada de todo o sofrimento da minha menina e exigi que o contrato fosse cumprido, caso ela recusasse eu iria contar o segredo dela para o Jhordy. ― Ela diz e começo a entender a pressa do meu pai em me casar com a Anna mesmo ela ainda não estando em idade para o casamento.

―  Você pode me contar como era a vida da Anna em Los Angeles? ―  Lhe pergunto.

―  A Anna não tinha uma vida, ela apenas existia. Ela era o saco de pancadas do Jhordy, era nela que ele descontava toda a frustração pela suposta morte da Helisa.
A minha menina era odiada por todos eles, até o simples fato dela respirar era motivo para punições. Mas de todos eles o pior com certeza era o Jon, ele é obcecado pela Anna e tentou violenta-la várias vezes, só não conseguiu por que eu sempre consegui impedi-lo. Ele a torturava sempre, batia nela e quebrava os ossos da minha menina, foram tantas fraturas ao longo dos desesete anos de vida dela que perdi a conta. ―  Ela me responde e olha para a Helisa que abaixa a cabeça envergonhada.

― Eu vou matar aquele merda, irei acabar com ele. ― Digo possesso de ódio.

― Poucos meses antes do casamento ele quase a matou, em uma das seções de tortura dele, a deixou submersa por tempo demais em um tanque cheio de água. Se um dos soldados do Jhordy não tivesse feito os primeiros socorros ela agora estaria morta,
a minha menina ficou treze dias internada na UTI e quando voltou parecia ter perdido toda a vontade de viver e estava extremamente magra.   ―  Ela diz.

Sinto meu coração doer ao imaginar essas situações, coitada dela começou a ser molestada desde que era apenas uma criança. Agora entendo o medo que ela tinha deles, os pesadelos que  não a deixam dormir a noite, estava tudo na minha cara e eu não percebi.

―  A minha menina e inocente, ela não é uma traidora como você pensa. Ela sim foi traída e é a vítima dessa história.  Você precisa salva-la, tenho certeza que foi o Jon que a levou. ― A Helena diz, algo que agora eu também já sei.

Me levanto e saio do escritório, me sinto sufocar com tudo que descobrir, a minha vontade é de dar um tiro na testa da Helisa por ter feito o que fez com a própria filha. Mas maior que a vontade de mata-la é a minha vontade de morrer ao me lembrar de tudo que fiz a ela naquela maldita noite.

O ódio me toma e quando vejo estou soca do sem parar a porra da parede e gritando como um louco, sentindo a dor do remorso por ter ferido a minha esposa.

―  Para Lorenzo, surtar agora não irá tirar a Anna e os bebês de onde ela está. ― O Vicenzo diz e me segura.

―  O Vicenzo está certo cara, vai para seu quarto e toma um banho. Quando a Kathe chegar te chamamos. ― O Fernando diz também me aconselhando.

Faço o que eles sugeriram e me refúgio em meu quarto, me livro das minhas roupas e entro em baixo do chuveiro. Após o banho saio e vou até o closet, me visto e me sento no divã que fica na sacada do quarto, era um dos lugares favoritos da Anna, ela sempre se sentava aqui.

Vejo um carro chegar e em seguida a Katherine e o Steven saem dele. Saio do meu quarto e vou para a sala, chego no mesmo momento que eles entram em casa.

―  Encontraram alguma coisa? ― Pergunto para a Kathe.

―  Sim, encontrei as vadias Matarazzo, e após vinte minutos de tortura elas nos contaram tudo que sabiam. A Anna ainda está na Itália, mas especificamente em Pordenone fica na região setentrional da Itália e faz fronteira com a Eslovênia, eles a levaram para uma casa de campo. ― Ela me responde.

― O que mais você descobriu? ― Lhe pergunto.

― Você colocou o inimigo dentro de casa, a enfermeira que contratou é filha bastarda do Jorel. Ela na verdade é um dos soldados dele, muito bem treinada e é atiradora de elite além de ser médica. Além disso o meio irmão da Anna e a irmã adotiva dela estão envolvidos, os soldados deles são todos americanos, exceto por alguns mercenários, a filha do Jorel e o marido dela que foram os infiltrados que planejaram o sequestro. ― Ela me responde.

― Já está tudo preparado para irmos buscar a sua esposa Boss, os meus soldados que estão em seu território já cuidaram do nosso transporte e estão nos esperando.  ― O Steven diz

― Obrigado. ― Lhe respondo.

― Eu trouxe a mulher e a filha do Matarazzo, depois que trouxermos a Anna para casa irei cuidar pessoalmente bdelas. ― A Kathe diz.

― Você não vai Katherine. ― O Steven lhe responde.

― Vai sonhando que não vou, antes de ser sua esposa eu sou um soldado e nesse momento a minha família precisa de mim. Eu falhei com a Anna uma vez, não falharei uma segunda. ― Ela diz o encarando.

― Seu marido está certo Kathe, fica em casa. ― Lhe respondo.

― Eu vou com vocês, também sou uma atiradora de elite, e na hora do confronto irão precisar de mim.  ― Ela diz e sei que também está certa.

Eu e meus primos somos atiradores tão bons quanto ela, fomos todos  treinados pelo mesmo homem. Mas na hora do resgate teremos que está a frente do combate auxiliando nossos soldados.

― Tudo bem Kathe, você vai mas  ficará longe do confronto. ― O Steven lhe responde.

― Avise aos outros que iremos sair em meia hora. ― Digo para o Marco e ele sai em seguida.

O preço de um segredoOnde histórias criam vida. Descubra agora