"Qual o sentido de tentar me fazer acreditar que não estou sozinho apartir daqui?"
Ao passar de uma semana, cedo da manhã do início de outono, a Sra. Park ergueu seu olhar cansado para ver Jimin lhe estendendo um perfeito bordado no linho límpido e devidamente dobrado. Rígida, ela deixou o trabalho de escolher os feijões sobre a mesa, pegou o tecido e procurou falhas em cada ponto que formava delicados arabescos florais vermelhos como sangue.
— Deixe-me ver seus dedos – inquieta, a Sra. Park agarrou as mãos do filho e se surpreendeu por não encontrar ferimentos. — Ora, ora, Jimin.
— Fiz bem, omma - ele forçou um sorriso em seus lábios, mas seus olhos estavam avermelhados, refletindo um grande temor. — Isso deve bastar para vocês, sim? Posso trazer dinheiro, muito mesmo, com este trabalho. Serei útil de hoje em diante, nada faltará de comida, bebida e roupas. E vestidos! Posso aprender a fazer belos vestidos para a senhora, omma, e camisas e calças para o appa e meus irmãos. Apenas... eu imploro, venda bordados, toda a arte que eu fizer sobre os tecidos, mas... mas não a mim.
Estupefata, a Sra. Park então compreendeu o porquê de seu filho ter se empenhado tanto com o bordado, e que a conversa com o restante da família - na semana anterior - nunca foi um segredo. Antes fosse, é claro! Mas agora a situação tomou novos rumos.
— Jimin, me escute – com um mau estar repentino, a Sra. Park segurou o pulso fino e fez com que o filho se sentasse na cadeira ao seu lado, enquanto ela recuperava sua linha de raciocínio. — Você não compreendeu muito bem as coisas que ouviu.
— Não, omma?
— Oh, bem – desorientada, ela fugiu do olhar penetrante e desesperado de Jimin pálido. — Está claro que você pode bordar, mas o tempo que levará para dar fim a cada peça não é favorável aos negócios da família. Logo...
— Mas, então, por que a senhora me ensinou a bordar?
— Digo — a Sra. Park se calou e voltou a observar o filho perplexo. — Jimin.
— Não está me dando opções – ele não era estúpido, embora muitos o considerassem assim. — Se eles vierem, mesmo que eu trabalhe sem descanso algum...
— Não seria o bastante, comparado ao que podem nos oferecer.
— É claro – diante de tal conversa franca, Jimin reprimiu seu choro e assentiu com firmeza para a mãe inexpressiva. — No fim das contas, espero valer o bastante para que você fique contente.
— Não sou um monstro, Jimin. Pare de tentar me colocar nesta posição!
Confuso, Jimin cruzou os braços:
— Apenas me instrua na direção que a senhora bem entender, me faça ter o valor que todos vocês esperam.
— O que diabos aconteceu com você, rapaz?
Obviamente, a Sra Park encarava o filho com assombro por notá-lo frio de repente, era como estar diante de alguém que a própria jamais conheceu em sua vida. Se num instante Jimin implorou para permanecer com a família, agora mesmo não rejeitava seu destino. Ele sequer chorou! Aquela nova pessoa a colocava numa posição muito mais prática, e questionar não teria sentido algum depois de tudo.
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Ômega De Valor - Jikook (ABO)
FanfictionPark Jimin, um simples aldeão, considera ter nascido sem sorte quando descobre em seu primeiro cio que é ômega; o único homem ômega de todo o vilarejo. E devido a esta descoberta que surpreendeu a todos, até mesmo à família real, ele será alvo de co...