Doce Contra os Lábios

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Alguns dias depois

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Alguns dias depois...

Park Jimin pouco se importou quando, ao longo dos dias, a temporada de bailes de inverno houvesse iniciado, tampouco tinha interesse na figura ardilosa de Antony sondando-o pelos corredores do casarão francês. Com o tempo e experiência adquiridos até então, ele dispensava as distrações supérfluas e se limitava a reconhecer um adversário próximo.

De frente à penteadeira, arrumou os cabelos curtos e loiros, mantendo-os alinhados após o corte recente. Seus olhos atentos volta e meia encontravam o brilho da tesoura na mão da jovem cabeleireira, enquanto ela arrumava o estojo de couro sobre a mesa. Àquela altura, Jimin desconfiava até mesmo da própria sombra, andava sempre alerta.

Quando acordava e não encontrava Jungkook no quarto, o que estava se tornando frequente, voltava a perceber as janelas semi abertas e a lareira quase que apagada.

— Agradeço a sua ajuda. Preciso ficar sozinho agora. Se me der licença… – dispensou a jovem, que se retirou com um sorriso nos lábios. Em resposta, Jimin franziu o nariz. — Mas o que há… Todos sustentam esse sorriso ensaiado próximo de mim, como se tentassem me convencer de alguma coisa. Odeio me sentir manipulado e não conseguir me fazer provar.

Inquieto, ele suspirou com frustração evidente, tocando as pérolas ao redor do colo, roçando na pele do pescoço. Se arrepiou de repente, vendo pelo reflexo do espelho o início de uma marca arroxeada logo abaixo da gola da camisa branca. As pérolas geladas em contato com a área sensível traziam fervor aos nervos, e ele levou os dedos até ali, sentindo arder. Jungkook não foi apenas o responsável por lhe fazer grunhir afoito quando chupou seu colo como um vampiro dos contos fantasiosos, mas também o fez implorar pelo gozo logo que desceu com a boca por seu corpo, até enlouquecê-lo no que passou a conhecer como sexo oral. E Jimin descobriu que adorava sexo oral.

Curiosamente, Jungkook bebia tudinho e, em seguida, lhe apertava com força e sorria ao lhe dizer que era doce e gostoso. Nunca parava com aquilo até fazê-lo se contorcer por estar tão sensível.

— Se você ao menos acreditasse em mim, Jungkookie - se referia ao caso dos meninos ômegas, e dos outros livros de registros escondidos em algum lugar.

Ele abriu a gaveta à sua frente e tocou o tampo desta, por baixo, sentindo o livro velho recém descoberto: seu maior segredo. Revisava os nomes escritos naquelas páginas todos os dias na tentativa de reconhecê-los, mas não era tarefa fácil para quem jamais foi sociável em sua própria vila. Pediria ajuda de Taehyung, mas seu amigo decidira passar alguns dias com o Sr. Min, conhecendo a família do jovem ômega ao qual pediria em noivado nos próximos dias.

— Devo continuar a procurar os outros livros de registros e tomar mais cuidado a cada passo que dou.

◇◇◇

Jeon Jungkook fora recebido logo cedo com a notícia de uma reunião com os líderes franceses das regiões da capital, sua expressão fechada e rude não passava despercebida entre todos os presentes. Se esforçava ao máximo para respondê-los, mas se irritava facilmente com Antony sentado ao seu lado, inclinando-se sobre o apoio de braço da cadeira, enquanto lhe sussurrava traduções no ouvido. Se encontrava exasperado com tal proximidade, agir de tal forma ao menos era necessário; porém, o Sr. Marco insistiu para que seu braço direito fosse discreto e não atrapalhasse as conversas ao redor da grande mesa.

Ômega De Valor - Jikook (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora