Complô à Vista

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"Se não me ama o tanto que eu o amo, quem sabe, ao menos você ficará feliz com este desfecho, Jimin."

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A sensação de estar preso, mãos e pés amarrados, a venda nos olhos e a aspereza do tecido grosso fazendo arder a pele, junto ao frio cortante e dores intensas no centro; aquela junção de situações drásticas bastava para enlouquecer qualquer pessoa, mais ainda quando não se sabe onde está, sem a menor noção de tempo e espaço. 

Park Jimin se lembrava do momento em que levantou da cama para tomar um copo d'água da jarra sobre a mesa de chá. Se serviu com calma e total silêncio, receoso de acordar o alfa de semblante cansado, dormindo na cama quente e macia. Um sorriso bobo surgiu na face de Jimin ao tocar o ventre e admirar com total afeto aquele homem que agora denominava o seu alfa; um príncipe impulsivo e determinado a sempre conseguir realizar seus objetivos. 

Poderia realmente vir a amá-lo, ao menos seu coração dava pulos afoitos sempre que aquelas mãos grandes e firmes tocavam seu corpo, e o olhar negro e charmoso se prendia sobre o seu. 

Jimin se lembrava de cada detalhe da noite passada, o quanto se sentiu livre para ser ele mesmo, para realizar seus próprios desejos recém descobertos. Agora vinha também rapidamente a lembrança do medo que o dominou, de repente, ao se sentir observado naquele quarto.

Havia se virado sem muita pretensão, como um movimento bobo que o faria rir ao se ver em segurança. Todavia, foi surpreendido por Jung Hoseok e dois guardas lhe esperando próximo a porta aberta. 

O dedo indicador de Hoseok subiu para os seus lábios, o semblante sombrio exigia silêncio absoluto porque Jeon seguia dormindo pesado. Três espadas foram apontadas para Jimin quando ameaçou dizer algo e, logo, foi obrigado a ir até eles no momento em que um dos homens retirou o arco de suas costas e apontou uma flecha para o seu ventre. 

Sufocado por conta do pânico eminente, Jimin desceu sua vista para o próprio colo e se abraçou segurando as lágrimas.

Por que eles queriam feri-lo? Era realmente tão terrível e criminoso gostar de outro homem como ele gostava?

Logo que se questionou a respeito compreendeu a verdade: estava tudo acabado, eles descobriram sua relação com o príncipe e ameaçavam tirar sua vida ali mesmo. Não se tratava de um flerte, a face endurecida e assustadora daqueles homens refletia todo o seu ódio por homens ômega. A ordem veio de cima, é claro, e eles a seguiram sem ao menos pestanejar.

Jimin poderia gritar por Jeon, até mesmo o observou com carinho uma última vez, porém, não queria que ele fosse obrigado a assistir aquele ato terrível. Preferiu pensar que seria melhor simplesmente desaparecer a cair morto tão de repente, nos braços do homem que se mostrava apaixonado por si. 

Jungkook poderia lidar com aquilo? Oh, bem, quem poderia?! 

Jimin foi levado para fora do quarto e encontrou a família real reunida, encarando-o como se fosse um verme prestes a ser esmagado. Foi vergonhoso encarar Jaehye, de alguma maneira, se sentiu traindo a sua confiança. 

No entanto, por que deveria se sentir envergonhado? Jaehye o comprou como um objeto, ultrapassou os seus limites e o descartou nas mãos do velho e maléfico Sr. Park mesmo após saber dos riscos que ele corria, e de ter o seu futuro jogado aos homens numa taverna de prostituição. Coisas como estás, sim, deveriam ser motivos para vergonha.

Jimin engoliu em seco e ergueu o queixo, se mostrando resistente e desafiando-os:

— Apesar da maldade em vossos corações e do temor que causam a mim, sinto-me totalmente confortável em minha pele. Não pedirei perdão por ser quem nasci para ser; não me curvarei diante de nenhum dos senhores, mesmo que a minha preciosa vida dependa disso.

Ômega De Valor - Jikook (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora