O Calor do Cio

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"Somente eu sou capaz de frear a mim mesmo."

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Havia um motivo especial para Jeon Jungkook fazer a viagem de volta ao palácio naquele dia. Ele enfrentou com seu cavalo um nevoeiro e tanto, cedo pela manhã para conseguir chegar pela noite, se desse a sorte de não ser incomodado pelo caminho tortuoso. A verdade é que sentia sua pele mais sensível, os olhos ficavam cada vez mais alerta diante dos mínimos movimentos e o calor incomum queimava-o por dentro conforme as horas passavam. Sua alma lupina andava agitada, impaciente por expressar seus instintos animalescos num cio que exigia não qualquer pessoa, mas apenas aquela que o tomou para si. Jeon Jungkook queria Park Jimin debaixo do seu corpo imediatamente.

No entanto, quando avistou as torres do palácio, sua gana perdeu-se no ritmo dos cascos do cavalo ao mesmo tempo que reduziu velocidade e desceu do animal. Levou as mãos aos cabelos e resmungou contrariado porque se deu conta da impulsividade levando-o a cair em desgraça novamente. O que estava pensando? Não poderia se atrever a mencionar seu cio para Jimin quando este ao menos dava sinais de querer ficar ao seu lado numa simples conversa. Foi dispensado mais vezes do que pôde contar nos dedos, embora da última vez tenha doído menos por não ser algo definitivo afinal.

O fato é que Jeon atravessou as portas do palácio decidido a não incomodar Jimin em seu descanso, lidaria com o cio sozinho e ninguém precisava tomar caso.

Seu plano estaria correndo em ordem, não fosse entrar em seu quarto e frear bruscamente ao pé da cama, vendo com espanto Park Jimin deitado sobre ela, de bruços e agarrado ao seu travesseiro. E que imagem linda era aquela! Estava completamente vestido, um tanto amassado e de cabelos loiros revirados para todos os lados, adorável como sempre se mostrou. Havia um pequeno sorriso em sua face, refletindo bom humor a Jeon assim que o notou.

Ao que lhe parecia, Jimin sentiu sua falta.

Constatar aquela verdade revirou o seu lobo por dentro e gerou em seu corpo uma nova onda de calor inapropriada para o momento. Por isso, Jeon foi até a janela e murmurou incomodado com o arrepio do vento gélido da noite tocando sua face. Seu maior desejo estava bem ali, totalmente alcançável para se satisfazer e satisfazê-lo, no entanto, pensar nisso também não facilitava as coisas.

De todo modo, quando Jimin acordou e escorregou por seu corpo como uma serpente, Jeon mandou para o inferno suas próprias repreensões. Queria mimá-lo ao máximo, mordê-lo com carinho e fazê-lo implorar apenas para que ele aprendesse a não lhe dar tão pouco de si e tomá-lo em seguida. Por sorte, Jimin o compreendia naquele momento, pois seus olhos de rubi brilhavam um tanto orgulhosos; ele também tinha suas exigências à mão.

Abrir mão dos receios se tornou prioridade, eles concordaram instintivamente que estavam prontos para usufruir da liberdade que ali tinham. Particularmente, foi realmente difícil para Jeon deixar Jimin sobre a cama e fazer o que ele lhe pediu. Encheu a banheira meio apressado, jogou sobre a água seus perfumes pessoais aromáticos e sentiu a temperatura apenas por precaução.

Por Deus, apenas imaginar Jimin completamente nú em sua banheira agitou o alfa inteiro por dentro. Ele poderia agarrá-lo por trás ali mesmo e se afundar nele, fazer com que gostasse do seu jeito bruto e, em seguida, carinhoso após se derramar todo dentro dele ao menos duas vezes por estar tão necessitado.
Oh, mas aonde andava o seu foco?!

"Maldito cio", pensou Jeon de repente, se recompondo e conferindo as calças por garantia. Sim, certo, ainda estava tudo sob controle.

— Jungkook, por favor.

Ele ouviu o pequeno chamado do ômega e passou pela porta para atendê-lo, no entanto, seus dedos estremeceram na soleira ao admirar com olhos imensos o ômega de pé, após a cama e de costas para si. Seu torpor se dava porque as costas de Jimin estavam nuas, tomadas pelas sombras e tons azuis da noite, e este o encarava por cima dos ombros e remexia em suas calças.

Ômega De Valor - Jikook (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora